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ÁFRICA
Ao menos 8 mortos por repressão durante o segundo dia de greve no Zimbábue
Redação

Os trabalhadores e trabalhadoras do Zimbábue protagonizaram o segundo dia de greve geral contra o aumento do custo de vida, em meio a uma brutal repressão policial que deixou ao menos 8 mortos, dezenas de feridos e centenas de detidos.

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Ao menos 8 pessoas foram mortas nesta terça durante a brutal repressão da Polícia do Zimbábue aos protestos que se realizaram durante a segunda jornada de greve geral. Uma centena de manifestantes ficou ferida e ao menos 200 acabaram sendo detidos como parte da ação da polícia comandada pelo Governo frente o descontentamento generalizado devido ao aumento do custo de vida.

A greve de 72 horas foi convocada pelo Congresso de Sindicatos do Zimbábue (ZCTU) como resposta à crise econômica que vive o país, agravada nos últimos meses pela decisão do presidente zimbabuense, Emmerson Mnangagwa, de duplicar o preço do combustível.

Durante os atos da segunda, os manifestantes montaram barricadas nas ruas das principais cidades, saquearam lojas, lançaram pedras contra veículos policiais e queimaram uma delegacia, enquanto as forças de repressão atacavam os protestos com gás lacrimogênio e balas de borracha.

Em um tom cínico o ministro de Segurança, Owen Ncube, disse nesta terça, em declarações ao periódico estatal The Herald, que estes protestos haviam "resultado na perda de vidas e propriedades, inclusive com danos à Polícia e a membros da sociedade civil". O quadro de repressão se agudiza pelo "apagão" da internet imposto pelo Governo, para evitar a comunicação entre os grevistas nas redes sociais, e pelo temor dos feridos de serem detidos caso procurem os hospitais para atendimento.

Mais de 200 pessoas foram detidas na segunda, como confirmou o ministro Ncube, que qualificou aos grevistas como terroristas.

No último sábado, o presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, subiu o preço do litro de gasolina de 1,38 dólares para 3,31 dólares, e o litro do diesel de aproximadamente 1,45 dólares para 3,11 dólares. Além disso, diante da escassez de dólares o Governo criou uma nova moeda para pagar os empregados públicos mas que no mercado negro só é possível trocar por um terço do valor de denominação.

Enquanto no Zimbábue a população vivencia essas cenas de violência, Mngagwa se encontra em uma viagem internacional a Rússia, onde se reunirá com o presidente, Vladimir Putin, para depois passar por vários países antes do Foro Econômico Mundial em Davos.

Esta greve se soma aos protestos levados a cabo nas últimas semanas por médicos e professores do setor público para pedir que o Governo faça os pagamentos em dólares e não na nova moeda criada.

O Governo insiste que o país não gera entrada suficiente de dólares americanos - divisa adotada como moeda oficial desde 2009 - para pagar a todos os funcionários e que a nova moeda possui o mesmo valor.

O nível de repressão que teme mpregado o Governo contra os manifestantes e as condições miseráveis de vida que tem de se submeter grande parte da população, constituem o cenário perfeito para que Zimbábue, volte a se converter em um barril de pólvora, como recorrentemente vem se dando nos últimos anos.

 
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