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COLETES AMARELOS
Os coletes amarelos protagonizaram o “ato 9” nas ruas da França
Nina Kirmizi

Os coletes amarelos se manifestaram pelo nono sábado consecutivo nas ruas da França.

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Imagem: Twitter

O governo de Emmanuel Macron está desesperado por desativar de alguma forma o movimento dos coletes amarelos, que voltou a ganhar força na sua primeira mobilização de 2019 no último sábado. Para conquistar este objetivo, além de aumentar o nível da repressão sob os manifestantes, convocou um “grande debate nacional”, a qual paradoxalmente os coletes amarelos não estão convidados. Em seu lugar, participarão representantes dos principais sindicatos dos quais os coletes começaram a exigir o chamado para uma greve geral.

As centrais sindicais CFDT, CFE-CGC y CFTC, responderam favoráveis ao chamado do governo para juntar-se na sexta-feira 11 em uma mesa de diálogo em Matignon (sede do primeiro ministro Édouard Philippe), na prévia do que chamam de “grande debate nacional”.

Por sua parte, nas Assembleias Gerais realizadas nas diferentes região. Por sua parte, os coletes amarelos não discutiram apenas não participar deste diálogo, mas exigir das direções sindicais ações para construir a greve geral. Veja o vídeo completo da manifestação dos coletes amarelos em Paris:

Para a reunião da sexta-feira no Matignon, o governo de Macron convocou todos os empresários e sindicatos como o CFDT, que é abertamente hostil com os coletes amarelos, além do CFE-CGC e o CFTC.

No domingo passado, Laurent Berger, secretário geral da CFDT, disse que “houve uma forma de totalitarismo no exercício deste movimento [pelos coletes amarelo]”, ao mesmo tempo que é denunciada a “onda de violência racista, antisemita e anti-republicana”. Berger está em sintonia com Geoffroy Roux de Bezieux, presidente da câmara patronal da França (MEDEF), em procurar uma saída contra os coletes amarelos, sendo inclusive mais ativos que Macron, e por isso responderam positivamente ao convite em Matignon.

Pela parte de Force Ouvrière, não tinham definido sua participação até a quinta-feira a noite, enquanto que Philippe Martínez, secretário geral da CGT, havia anunciado sua decisão de não participar desta instância com o governo, após ter participado de todas as mesas de diálogo anteriores.

Ainda que pela primeira vez o secretário da CGT não foi ao encontro de Macron, o apoio que lhe havia dado antes do 14 de dezembro contra os coletes amarelos e seu silêncio de rádio posterior significaram apoio para um governo em grande medida debilitado. O silêncio de Martinez legitimou em última instância a brutal repressão do governo contra os coletes amarelos.

Martínez, que se negava apoiar os coletes amarelos dizendo que era um “movimento liderado pela extrema-direita”, agora mudou os argumentos para seguir desprezando-os. “Este movimento não tem uma coordenação nacional. Qual interlocutor temos a nível nacional para discutir? Nenhum, além do que, não querem”, sinalizou o dirigente da CGT.

Ainda assim, apesar deste apoio indireto das direções sindicais e patronais, é claro que o governo está completamente impotente contra o movimento dos coletes amarelos, e que a situação nunca foi tão favorável para lançar uma contra-ofensiva depois de anos de derrotas sociais.

O movimento dos coletes amarelos conseguiu, com sua mobilização nas ruas, que Macron retroceda pela primeira vez em seus ataques, deslegitimando profundamente o governo e qualquer forma de “diálogo social”, dando um golpe também nos líderes sindicais que o tentaram, agora por meio do “grande debate nacional”.

Frente a este cenário os coletes amarelos se estão colocando em ação para construir a greve geral desafiando os sindicatos. Este é o das das ações coordenadas em muitas cidades na quinta-feira 10 de janeiro. De Montpellier a Toulouse, de Lille a Narbona, os coletes amarelos decidiram desafiar diretamente os líderes sindicais para exigir a implementação de uma plano de luta para construir uma greve geral. Em Lille, os coletes amarelos convergiram com outros setores para bloquear a reitoria. Em Toulouse, quase 300 pessoas participaram em uma discussão entre coletes amarelos e organizações sindicais locais (CGT, FSU, Solidaires, UET e Solidaires Etudiant-es).

Longe do discurso de Martínez e de outros líderes sindicais, o que predomina na base dos sindicatos é o espírito de convergência com o movimento dos coletes amarelos. Um sentimento que foi reforçado pelas já numerosas ações de convergência em todo o país entre os coletes amarelos e os coletes vermelhos (pela cor dos coletes que os trabalhadores sindicalizados vestem nas manifestações).

 
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