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GOVERNO WITZEL
Depois de drones israelenses, Witzel deseja uma Guantánamo para o Rio de Janeiro
Redação

Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro aliado de Bolsonaro, declara que o estado do Rio precisa ter "sua própria Guantánamo", mais uma vez usando a falaciosa guerra às drogas para endurecer a repressão policial e matar "sem ver a quem" nas favelas do estado.

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Na última quinta-feira (3), Wilson Witzel, novo governador do Rio de Janeiro e aliado de Bolsonaro, um dos saudados pelos responsáveis do ato onde a placa em homenagem a Marielle Franco foi quebrada ao meio, declarou que propõe a classificação jurídica de traficantes de drogas como terroristas, assim como o aumento das penas e o encarceramento em prisões especiais isoladas para tal crime.

O governador aproveitou a cerimônia de posse do Secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga para defender sua proposta:

“Esses que estão de fuzil nas mãos, nas comunidades, são terroristas; como terroristas devem ser tratados”, ele declarou, tentando ainda se basear na Lei Antiterrorismo que poderia dar penas de até 50 anos "em estabelecimentos prisionais destacados, longe da civilização. Precisamos ter a nossa Guantánamo.” Witzel terminou, se referindo à prisão militar estadunidense que abriga os considerados prisioneiros terroristas do país localizada na Baía de Guantánamo, em Cuba.

Desde a época da sua campanha eleitoral, Witzel deixa claro que vai declarar guerra aos trabalhadores, ao povo pobre, das favelas e periferias do Rio, suas propostas para a segurança pública se baseiam na execução sumária nos territórios das favelas e da baixada fluminense. "Quem usa fuzil, e não usa uniforme, é inimigo, é terrorista e será abatido”, lembrou, reafirmando que vai instruir sua polícia a matar sem pensar duas vezes. Contou ainda que fez contato com Sérgio Moro, mais novo Ministro da Justiça do governo Bolsonaro, solicitando que seja autorizada não só a classificação de traficantes como terroristas mas que esses possam ter penas de até 50 anos caso detidos ou ser mortos imediatamente uma vez portanto armas de grosso calibre, independente de investigação.

Não deixando, entretanto, de assegurar proteção à polícia, garantindo que serão protegidos e defendidos, independente das circunstâncias, dando ainda mais carta branca para matar.

Witzel ainda extinguiu a Secretaria de Segurança, que deu lugar às antigas secretarias de Polícia Civil e Polícia Militar, como nos anos 80 e 90.

A proposta além de ser considerada ineficaz e inconstitucional pelos próprios especialistas da burguesia, já que o tempo máximo de prisão é de 30 anos segundo o Código Penal e uma pena de 50 anos podendo ser considerada praticamente uma prisão perpétua. Na prática os objetivos do ultra-reacionário Witzel nada mais é que um banho de sangue nas favelas e periferias do Rio e uma sentença de mais repressão e morte aos trabalhadores, os negros e o povo pobre.

Não é o aumento do assassinato nos morros e favelas que vai resolver ao mal chamado problema da "segurança pública". Muito menos uma saída que seja a maior militarização da sociedade que é a perspectiva que a burguesia reserva ao povo pobre e trabalhador, é necessário medidas anticapitalistas que beneficiem a população de conjunto qualitativamente. Somente investindo em emprego, saúde, educação, saneamento e obras de infra-estrutura básica é possível disputar a juventude que vai para o tráfico de drogas. Isso só é possível, no entanto, fazendo com que sejam os capitalistas que paguem pela crise que eles mesmos criaram. A legalização de todas as drogas também é um ponto crucial, para quebrar com a estrutura não só dos “traficantes de varejo”, mas atacar aos verdadeiros "peixes grandes", que estão muito longe das favelas.

Sem uma saída econômica que, necessariamente passa por avançar sob a propriedade privada, seremos nós que pagaremos por essa crise e não vai ter nenhuma pretensa resposta. A população trabalhadora, que é a que mais sofre com as consequências dos problemas que envolvem a “segurança pública”, é que pode ser o sujeito para encabeçar essa luta com uma ampla frente única de ação a partir de retomar os sindicatos em suas mãos, rompendo com o imobilismo das direções dos sindicatos, e se colocando em movimento contra os ataques do governo Witzel e Bolsonaro.

 
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