Corruptos, escravistas, defensores de educação por Whatsapp, magnatas e militares estão entre os já 22 indicados para o ministério de Bolsonaro. Um ministério que bate o recorde em número de militares, tendo mais generais, marechais e outros militares do que os ditadores Geisel e Médici. Esse ministério dos horrores é a imagem e semelhança de um governo que visa atacar de forma selvagem os direitos dos trabalhadores para continuar a agenda do golpe institucional.
Lembre aqui o perfil político, as barbaridades que já afirmaram e qual a missão de cada desses 22 membros destacados do governo que tomará posse em 1º de janeiro.
Bolsonaro foi eleito para realizar a reforma da Previdência de Temer, para avançar na privatização de estatais como a Petrobras, Eletrobrás, BB e Caixa. Sua eleição contou com grande ajuda do judiciário, que eliminou Lula do páreo, manteve sua prisão arbitrária, e até mesmo cancelou mais de 1 milhão de títulos de eleitor no nordeste com a desculpa da biometria. Em todo esse processo as Forças Armadas apoiaram, às vezes com direito a chantagem, o judiciário em suas investidas autoritárias.
Testa de ferro do plano econômico de Bolsonaro, assumirá a pasta de Economia unificando os antigos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. Com grande poder concentrado em suas mãos, Guedes, para governar para o grande capital contra os trabalhadores, já está preparou um time de mega empresários composto por diversos neoliberais formados como ele na Escola de Chicago, e que elogiam, tal como ele as medidas adotadas pelo ditador chileno Pinochet. Entre seu escalão de auxiliares está Joaquim Levy, ministro do planejamento de Dilma, responsável pelo início dos ataques à classe trabalhadora. Levy assumirá o BNDES e sua missão de ajudar o financiamento de entrega dos recursos nacionais ao imperialismo.
2- General Augusto Heleno, Segurança Institucional
General da reserva, assumirá o Gabinete da Segurança Institucional (GSI) que concentra toda espionagem nacional e tem assento no próprio Palácio do Planalto. A proximidade com Bolsonaro no dia a dia pesa para esta decisão. O General é outro “super-ministro”, até recentemente, comentava absolutamente sobre todos temas de governo. É o general mais antigo, e portanto com respeito a “antiguidade” como um dos fatores hierárquicos, o mais hierárquico do grupo que compõe o governo Bolsonaro.
Heleno foi o primeiro comandante da Missão das Nações Unidas de repressão ao povo haitiano, em seu mandato lá foi tentada uma abordagem mais violenta com a ocupação e tiroteios frequentes na favela de Bel Air, posteriormente o Exército brasileiro testou outra abordagem em outra importante favela, Cité Soleil, que deu origem ao projeto das UPPs no país. Foi parte fundamental desta “escola” tendo o povo negro do Haiti como material de ensaio. A operação no Haiti é acusada de mil e um absurdos, entre eles o uso generalizado de estupros para coagir as e os haitianos. O ministério de Bolsonaro está repleto de militares com experiência de comando no Haiti.
Na intervenção no RJ, seu modelo de "segurança pública" para o Brasil, Heleno defende total liberdade para o exército matar nas favelas, com garantias de que não haja nenhuma comissão da verdade, pois sem isso os resultados seriam "pífios". Essa será a "defesa" do governo Bolsonaro, a maior repressão possível, em especial para os negros e pobres, para garantir a aplicação das reformas e dos planos draconianos dos demais ministros.
Retornando do Haiti foi comandante militar da Amazônia e se opôs ao governo e aos direitos dos povos indígenas, militando ativamente contra a criação da reserva de Raposo/Serra do Sol. Em Brasília, chefiou o Centro de Comunicação Social do Exército (CComSEx).
Lorenzoni, é ligado a Cosan, um dos maiores grupos econômicos privados do agronegócio do país que formou parceria com a imperialista Shell para formar a gigante de combustíveis Raízen. Ele também recebeu financiamento para sua recente campanha de fazendeiros e executivos flagrados empregando trabalho escravo, que doaram a quantia de 10,7$ milhões de reais. A pareceria do ministro corrupto com a Lava Jato já é mais antiga, ele foi o relator na Câmara dos Deputados do projeto "Dez Medidas de Combate à Corrupção" (sic), que nasceu da seletiva, arbitrária e golpista Operação Lava Jato e os powerpoints de Dallagnol e Moro.
5- Ernesto Araújo, Relações Exteriores
Diplomata de segundo escalão, rapidamente catapultado ao topo do Itamaraty já foi descrito pela grande mídia como “um cabo Daciolo com livros”. É um medievalista, crítico ao aquecimento global, a imigração, e tudo que soar mais recente do século XVI, tudo para ele é “marxismo cultural”, desde os direitos das mulheres a seus corpos à crítica a emissão de dióxido de carbono.
Seu reacionarismo está a serviço de melhor servir a Trump, a quem ele considera um messias para salvar o Ocidente. Toda a política externa, na cabeça de Araújo, está desenhada para servir aos EUA, desde ruptura de tratados de imigração ao acordo climática da ONU e até mesmo chancelar a ocupação israelense de território palestino mudando a embaixada para Jerusalém, tal como fez Trump.
Azevedo e Silva também foi chefe da assessoria parlamentar do Comando do Exército de 2003 a 2004.
Temer foi o primeiro presidente a ter um ministro da Defesa que fosse militar. Essa “tradição” golpista foi continuada por Bolsonaro.
7- Pastora Damares Alves, Mulher, Família e Direitos Humanos
Pastora evangélica, foi assessora parlamentar do reacionário pastor Magno Malta. À frente da pasta de “mulher” defende que o “modelo ideal de sociedade é com mulheres apenas em casa”. Sua prioridade declarada é a aprovação do Estatuto do Nascituro para proibir o direito ao aborto em qualquer caso, e instituir o “bolsa-estupro”, obrigando o reconhecimento paterno do estuprador, suas obrigações financeiras em troca da proibição do aborto.
8- Gustavo Bebianno, Secretária Geral da Presidência
Presidente do PSL, partido que Bolsonaro se filiou na véspera das eleições, é conhecido por posições homofóbicas e por tentar se mostrar um “bolsonarista” convicto. Em vídeo divulgado pelo O Globo afirma que o problema não é a “opção sexual” das pessoas, mas “ser viadinho”. Defende garantir a reforma da Previdência quanto antes. Para ele, é preciso fazer política "na base da porrada", pois o Brasil "precisa ser pacificado".
9- Tereza Cristina, Agricultura
Deputada do DEM pelo Mato Grosso do Sul é líder da bancada ruralista e sua frente oficial a “Frente Parlamente do Agronegócio”. Foi redatora da PL do Veneno para liberar o uso de agrotóxico conhecidamente tóxicos, e promete que graças a seu ministério o “agrotóxico terá muito espaço. É amiga dos irmãos Joesley da JBS e foi fartamente financiada pelos mesmos em eleições passadas.
Trata-se de um professor colombiano que apareceu como segundo nome depois de um veto da “bancada evangélica” que queria um ministro que fosse ardente defensor do Escola Sem Partido, que vomita-se na mídia e nas redes sociais que o problema da educação brasileira seria um excesso de “marxismo”. O “Escola sem Partido” defendido por Bolsonaro e seu ministro é um projeto que visa a censura e amedrontar os trabalhadores e tentar assim impedir que esta categoria sirva de vanguarda nas lutas contra Bolsonaro e seus ataques.
11- Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite, Minas e Energia
Trata-se de mais um militar de alta patente, o equivalente a um general de 3 estrelas do Exército. Para Marinha trata-se de um prêmio de consolação frente aos vários cargos que estão sendo tomados pelo Exército e ao mesmo tempo é uma oferta para garantirem um cara nacionalista em meio a profunda entrega das riquezas nacionais ao imperialismo.
É da alçada do Ministério de Minas e Energia parte das joias da coroa que Bolsonaro já prometeu entregar ao imperialismo, como a Petrobras, Eletrobras e as riquezas minerais do subsolo, bem como a imensa riqueza nas bacias aquíferas do país.
O Almirante de Esquadra tem uma carreira vinculada a parceria das Forças Armadas brasileiras com o imperialismo. Seu primeiro cargo de destaque foi de "senior military observer" da missão da ONU em Sarajevo, Bosnia-Herzegovina. Depois foi representante brasileiro na Junta Interamericana de Defesa, braço armado da Organização dos Estados Americanos (OEA). Organismo supostamente "pan-americano" que nasceu como ariete ianque para atacar Cuba e hoje em dia também se presta ao mesmo papel de pressão e ingerência sobre a Venezuela e Nicarágua.
13- Astronauta Marcos Pontes, Ciência e Tecnologia
O Tenente-coronel da Reserva da Força Aérea Brasileira o astronauta e ministro Made in USA, Marcos Pontes chefiará o Ministério de Ciência e Tecnologia. Suplente do recém eleito Senador Major Olímpio, líder do PSL e da campanha de Bolsonaro, Pontes defende a liberação do porte de armas, a venda das reservas indígenas, o encarceramento da juventude negra, e será um homem de ferro para aplicar os investimentos "tecnológicos" necessários para aumentar a repressão e perseguição aos ativistas e movimentos sociais que ele tanto odeia.
Sob sua tutela as universidades e a produção de conhecimento prometem ser ainda mais submetidas ao lucro empresarial, ele promete facilitar o “investimento privado” e que o conhecimento seja direcionado para obter “retorno” a estes patrocinadores interessados. Já é conhecido como diversas universidades públicas deixam de pesquisar assuntos não lucrativos mas de alto impacto social, como doenças tropicais, moradia popular, privilegiando o que as empresas mandam. Com o astronauta de Bolsonaro a proposta é que isso se exacerbe.
14- Osmar Terra, Cidadania
Ministro de Temer, do PMDB-RS. A pasta de Cidadania e Ação Social vai juntar os atuais ministérios do Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura. Ele defende o fim das políticas de redução de danos de usuários de drogas, segundo ele se trataria de “enxugar gelo”, prefere, se subentende um tratamento repressivo.
15- General Carlos Alberto dos Santos Cruz, Secretaria de Governo
Gaúcho é general da reserva do Exército. Tal como outros militares neste governo Carlos Alberto comandou a missão de paz no Haiti, a Minustah, de 2007 a 2009. Também chefiou a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, durante alguns meses no governo de Michel Temer (MDB).
A Secretaria de Governo têm sua estrutura dentro do Palácio do Planalto. Hoje chefiado por Carlos Marun (MDB), o órgão é um dos responsáveis pela fazer a articulação com o Congresso. Será o braço militar da negociação com os parlamentares, fazendo o mesmo papel “civil” de Onyx Lorenzoni.
16- Tarcísio Gomes de Freitas, Infraestrutura
Militar, engenheiro com carreira no Exército, comandará a Infra-estrutura, onde ficam alotados os recursos e controles dos portos, aeroportos e rodovias. Como todos militares do governo, atuou na gestão de infra-estrutura da Minustah, operação da ONU de ocupação e repressão do povo haitiano.
17- Marcelo Álvaro Antônio, Turismo
A pasta passará a ser controlada pela bancada evangélica que nomeou esse deputado oriundo de Minas Gerais e que faz parte do mesmo partido de Bolsonaro. Para se aprofundar sobre o papel da “bancada da bíblia” neste ministério e nomeação, leia: “Bolsonaro dá cargo de Ministro do Turismo para Bancada Evangélica.
18- Ricardo Salles , Meio Ambiente
Secretário do Meio-Ambiente de Alckmin em São Paulo, é advogado do ultra-direitista “Endireita Brasil”, é réu por crimes ambientais, crítica o IBAMA pelo que ele considera ser “uma indústria das multas”. É crítico ao “aquecimento global”, para ele trata-se de “debate secundário”, e que ele vê muito espaço para que ocorra mais desmatamento legal. Para ele os dados hoje divulgados não representam nada.
Ricardo Salles promete ser um ministro do “meio-ambiente” para nenhum fazendeiro colocar defeito.
19- Gustavo Canuto, Desenvolvimento Regional
Com o aval duplo dos militares e do privatista Paulo Guedes o funcionário do Ministério do Planejamento assumirá o cargo que unirá os recursos do Ministério das Cidades e da Integração Nacional.
20- Roberto Campos Neto, Banco Central
Um banqueiro ligado ao Santander, que é um dos bancos que tem o monopólio do comércio da dívida brasileira comandará o Banco Central. Trabalhou na empresa de Paulo Guedes, a Bozanno Investimentos. Em suas mãos os lucros para os banqueiros estão garantidos, lucros estes que ocorrem em detrimento da população que sofre as consequência de mais de R$1 trilhão que é drenado do país a cada ano no pagamento da dívida. Para se aprofundar na trajetória do banqueiro do banco imperialista espanhol leia “Bolsonaro entrega o Banco Central para o Santander
21 e 22 - André Luiz de Almeida Mendonça, AGU e Wagner Rosário, CGU
Os dois órgãos ligados ao executivo como braços seus no judiciário, a Advocacia Geral da União e a Controladoria Geral da União serão ocupados por membros do governo Temer. Wagner Rosário já era ministro da CGU no período Temer e é oficial do Exército. Já André Luiz de Almeida Mendonça era da CGU e subordinado a Wagner Rosário no governo Temer.