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BRASÍLIA
Com direito até a auxílio-moradia, Ibaneis pretende aumentar o salário da polícia do DF
Redação

Pressionado pela disputa entre policiais civis e militares de quem ganha mais para reprimir a classe trabalhadora, o governador recém-eleito do DF já se apressou em prometer um aumento do soldo da PM.

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Imagem: EBC

Na sua peregrinação feita por entre a cúpula do futuro governo Bolsonaro no começo deste mês em busca de esmolas para alimentar a tropa de choque da burguesia, Ibaneis Rocha garantiu que sua pretensão com esse reajuste é que “todos eles ganhem bem”, afinal é imprescindível que “tenham uma equivalência salarial que permita trabalharem em boas condições”.

Nada poderia ser mais coerente com seu projeto político do que reivindicar “melhores condições” para que a polícia possa esmagar as manifestações de descontentamento dos estudantes e trabalhadores da cidade. Agindo dessa forma, Ibaneis Rocha mostra o anseio em manter o aparato de repressão sob rédeas curtas para blindar a Esplanada dos Ministérios de qualquer tipo de reação contra as futuras reformas ultraliberais do governo Bolsonaro. Com isso, seu discurso demagógico de que não seria um político tradicional cai por terra, pois fará a mesma política de submissão às elites típica do MDB e, inclusive, será assessorado por muitos ministros do atual governo golpista.

De fato, essa ligação orgânica entre o governo do DF e o Palácio do Planalto não é nenhuma novidade, já que desde o texto original da Constituição de 1988 está previsto que o Governo Federal financiaria exclusivamente a Polícia Militar distrital. Surgido no auge da miséria e de impopularidade da era FHC, o Fundo Constitucional do DF garante anualmente mais de 10 bilhões de reais para arregimentar batalhões reacionários e financiar suas armas contra a população. Na cidade em que mais de 100 mil pessoas vivem abaixo da linha da miséria de acordo com o último levantamento do IBGE, o policial de patente mais baixa não recebe menos do que 6 mil reais, com direito a um auxílio-moradia que pode chegar até quase 4 mil reais para os coronéis.

Tudo isso é tratado como investimento pelos capitalistas. Afinal, seria suicídio entregar o veneno da austeridade para os próprios capangas que enfiam essa fórmula amarga na goela de milhões. O que importa para a burguesia e seu testa de ferro no governo do DF é garantir que a polícia, seja civil ou militar, tenha condições adequadas para realizar um dos seus serviços fundamentais: esmagar os trabalhadores. Essa tarefa se torna cada vez maior na medida em que o patronato empurra a crise para a conta dos explorados, como foi visto na resposta com tiros de arma de fogo dada aos protestos contra as reformas de Temer em 2017 ou a marcha da cavalaria contra manifestação pacífica dos alunos e terceirizados da UnB em repúdio aos cortes orçamentários que o MEC golpista estava impondo à instituição:

É por essa razão que o antagonismo inconciliável entre a polícia e o resto da população que não se beneficia do seu trabalho sujo só pode ser resolvido no terreno da luta de classes. Não basta pedir uma mera desmilitarização, porque o cerne do papel policial não se altera com mudanças legislativas cosméticas ou nomes não-militares para os postos de superiores hierárquicos. Não há como implantar uma “filosofia de humanização” numa instituição que vive de separar os seres humanos em subcategorias. Somente com a formação massiva em todo o Distrito Federal de comitês contra Bolsonaro e seu lacaio Ibaneis, seja nos locais de trabalho ou de moradia e estudo, é que a classe trabalhadora poderá dar a única resposta possível à questão policial: o fim imediato dos seus algozes.

 
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