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Hungria
Terceiro dia de protestos em Budapeste contra a "lei escravista"
Redação

A Hungria vive na sexta-feira seu terceiro dia de protestos contra uma lei trabalhista denunciada como escravista e aprovada pelo parlamento a pedido das montadoras alemãs.

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Milhares de pessoas voltaram às ruas de Budapeste (capital da Hungria) pelo terceiro dia consecutivo, para protestar contra uma lei trabalhista considerada "escravista" e outras políticas do governo do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán.

Com gritos de "Fora Orbán" e "Ditador", os manifestantes, em sua maioria jovens, marcharam pelas avenidas do centro da capital após se encontrarem na Praça Kossuth.

"O governo, cinicamente, aumenta o número de horas extras e não os salários", relatou Mária Hercegh, diretora da Federação Húngara de Sindicatos, diante dos quase dois mil manifestantes.

Os manifestantes protestaram contra a lei votada esta semana no Parlamento pelos deputados do partido governante Fidesz de Orbán, que detém uma grande maioria dos assentos.

A nova regulamentação que foram denominada pelos manifestantes como "lei de escravos" permite, entre outras coisas, que um trabalhador faça até 400 horas extras por ano, em comparação com as 250 permitidas até agora, e autoriza as empresas a pagar essas horas até 36 meses depois de terem sido trabalhadas. Em teoria, as horas extras são voluntárias, mas, na prática, por medo de perder o emprego, alguns trabalhadores são forçados a trabalhar 6 dias por semana.

Segundo a imprensa local, o protesto seguiu na sexta-feira a mesma rota dos dias anteriores e esperava-se que bloqueasse temporariamente as pontes do centro de Budapeste.

Na quinta-feira, os manifestantes retornaram após sua marcha para a Praça Kossuth, onde foram reprimidos pela polícia com gás lacrimogêneo e cassetete, com 51 prisões.

O primeiro-ministro Viktor Orbán, que ficou conhecido como um nacionalista durão e anti-imigrante, não teve problemas em se submeter aos pedidos das montadoras alemãs. Segundo denúncias de sindicatos da Hungria e Alemanha, as empresas-mãe da VW e da BMW teriam exigido do governo de Orbán a garantia de mão-de-obra barata por um período ilimitado. Em cumprimento a este pedido, o seu partido votou por maioria na quarta-feira a "Lei do escravo" contra os trabalhadores húngaros.

No entanto, como se viu nestes três dias, a política nacionalista de Orbán que vinha servindo para descarregar a responsabilidade da crise que vive o país sobre os imigrantes e a União Européia, não lhe dá resultado na hora de avançar em leis abertamente anti-operárias, como a votada esta semana.

Espera-se que no domingo dezenas de milhares de pessoas retornem às ruas, convocadas pelos sindicatos e partidos da oposição, contra essa lei e as políticas do governo.

 
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