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BRASÍLIA
Filhote do governo Temer, futuro secretário de Transportes do DF será o principal inimigo do passe estudantil
Leonardo Prudencio
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[Crédito de imagem: EBC]

Dentre os diversos elogios da imprensa burguesa à verdadeira reciclagem de ministros de Temer feita pelo recém-eleito governador do DF, destaca-se a ampla cobertura dada à indicação de Valter Casemiro para o posto de secretário de Transportes do DF.

O jornal mais devoto aos patrões da cidade, Correio Braziliense, enfatizou que Valter terá necessariamente que considerar que o dinheiro do Passe Estudantil “poderia ser usado para investimentos no próprio setor”, isto é, investimentos nos bolsos dos magnatas das empresas que comandam o cartel dos ônibus da região.

Escolhido a dedo por Ibaneis Rocha na última leva de indicações para agradar os políticos desempregados com o fim do mandato golpista no Palácio do Planalto, o atual coordenador das privatizações na infraestrutura de transportes do país é uma das amostras da “velha política” que o candidato do MDB disse não fazer parte.

De fato, sua nomeação torna visível que a futura gestão não terá nada de diferente dos antigos governos que sempre privilegiaram as oligarquias empresariais de Brasília. Isso se torna ainda mais nítido com o grande apoio dado pela mídia capitalista local ao colocar a culpa nos estudantes na crise orçamentária do estado, pois supostamente muitos teriam “condições de pagar ao menos uma parcela da passagem”. Além de não citar um estudo ou sequer pesquisa que consiga demonstrar o impossível fato de que a extensa maioria dos alunos do DF realmente tem dinheiro para ir para a escola, os analistas de plantão finalizam dizendo que “o governo tem de subsidiar integralmente somente quem realmente precisa”.

Eles só esquecem de dizer que quem mais recebe auxílio são os donos das empresas de ônibus que lucram com a tragédia vivida cotidianamente pelos seus passageiros e com a exploração feita a base do suor dos trabalhadores dessas firmas. Afinal, até o Judiciário golpista, na tentativa de manter seu falacioso papel de mediador acima dos conflitos sociais, teve que reconhecer as irregularidades da última licitação feita em 2011, pelo evidente ajuste de preços entre as propostas da Piracicabana, Pioneira e Marechal.

Juntas, as maiores companhias do ramo colocaram um funcionário seu, o advogado Sacha Reck, para elaborar o edital que seria a base do acordo de concessão das linhas distritais, transformando o Palácio do Buriti num verdadeiro “comitê de negócios da burguesia” do DF.

Se usarmos como exemplo apenas um dos donos dessas empresas, não restará dúvida de quem de fato realmente não precisa de subsídios integrais: Nenê Constantino. Acusado de ser o assassino de um líder comunitário de Taguatinga em uma disputa de terras, o proprietário da Piracicabana e da Pioneira já figurou em lista de super-ricos da Forbes. Enquanto isso, apenas uma das empresas da sua família, a antiga Viação Planeta, deve quase duzentos milhões de reais ao INSS.

É por esses motivos que a batalha por um transporte público de qualidade e gratuito, tanto para os estudantes quanto para todos aqueles que não podem arcar com a passagem, é contra todos esses capitalistas que querem que a classe trabalhadora pague pela crise que o Brasil vive.

Somente com um programa que desafie o poder dos magnatas dos ônibus do DF, propondo a estatização das suas empresas e colocando-as sob controle dos próprios funcionários e da população, será possível derrotar Ibaneis, Casimiro e toda sua corja do MDB no único terreno em que estarão em desvantagem: a luta de classes.

 
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