Mais um caso envolvendo religiosos que se utilizam da fé das pessoas estoura na mídia. O médium que já tratou políticos e celebridades, João de Deus, é acusado de ter abusado de mais de 200 mulheres.
“Ele pegava minha mão, pra eu pegar no pênis dele. E eu tirava a mão. E ele falava: ‘você é forte, você é corajosa! O que você está fazendo tem um valor enorme’. Eu não estava fazendo nada, estava sendo abusada”, disse uma das mulheres.” Diz um dos relatos de uma das mulheres abusadas à um programa da Globo.
Assim, como esse, vários casos já foram noticiados de religiosos que abusam de seus fiéis. Como os milhares de casos contra padres que abusam de crianças e são acobertados pela própria Igreja e o Estado. O caso do João de Deus é um entre os vários casos que escancaram a contradição política de um Estado que acoberta esses crimes, ao mesmo tempo que impede liberdades democráticas às mulheres como o direito ao aborto legal, se baseando nos mesmos argumentos religiosos daqueles que ele esconde seus crimes. Como vimos na campanha da Igreja na Argentina contra a legalização aborto, protagonizado por milhões de mulheres e apoiado no mundo todo.
Um Estado, que no governo Bolsonaro, avança ainda mais para ser controlado e gerido por religiosos corruptos que querem aplicar a reforma da previdência na população, como o Senador Magno Malta e a cotada para o ministério dos direitos humanos, da família e das mulheres, Damares Alves. Damares também é defensora das reformas de Bolsonaro e do Estatuto do nascituro que abre espaço para uma maior criminalização do aborto e quer oferecer uma “bolsa estupro” para mulheres violentadas que decidam manter a gravidez.
Lutemos pela separação do Estado e da Igreja, uma vez que não será esse Estado que punirá os religiosos que se utilizam da fé da população. Muito menos concederam direitos democráticos mínimos às mulheres e à população.
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