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USP CIÊNCIAS SOCIAIS
Confira a carta-programa da "Katendê" para o CeUPES 2019
juventude Faísca USP

Chapa Katendê - A Educação Respira Luta
Por um CeUPES combativo, proporcional e aliado aos trabalhadores
Para derrotar o Escola sem Partido, os ataques à pesquisa e a reforma da previdência de BolsoDoria.

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Afinal, como chegamos até aqui?

Acabamos de passar pelas eleições mais manipuladas da história desde a redemocratização em 88. Mais do que nunca, os capitalistas mostram que querem levar seu projeto de ataques e precarização da vida dos trabalhadores, da juventude, mulheres, negros e LGBTs, até o final. Em nome de seus exorbitantes lucros, diante da bancarrota de Alckmin, escolheram Bolsonaro para, através da força bruta e da repressão, passar o trator por cima da maioria da população e impor os ataques que o golpista Temer não conseguiu.

Bolsonaro e o seu “fim do ativismo”, não surgiu como um raio no céu azul, foi fruto de uma série de medidas arbitrárias, tendo como principal ator o Judiciário que, nas figuras de Sérgio Moro com sua Lava-Jato e a casta do STF, foi sujeito central na imposição do golpe institucional que depôs Dilma, na prisão arbitrária e veto à candidatura de Lula, no roubo de mais de 3 milhões de votos por causa da biometria, na invasão de universidades em nome da censura e dos ataques à liberdade de expressão. Tanto o STF assim como Moro, tiveram um ensurdecedor silêncio diante das denúncias de caixa 2 da campanha de Bolsonaro, assim como censuraram campanhas eleitorais do PT e até impediram Lula de conceder entrevistas. O ex-capitão reformado é consequência de todo esse autoritarismo e arbitrariedades do Judiciário, que escolheu a dedo o vencedor das eleições sob tutela e ameaças do núcleo das Forças Armadas, como por exemplo as absurdas declarações do General Villas Boas pressionando o golpista STF para prender Lula às vésperas do julgamento.

Esse poder, dito “imparcial” e “apolítico”, está ao lado de Bolsonaro por uma necessidade em comum: aprovar o mais rápido possível a reforma da previdência, assim como as privatizações, a começar pela Petrobras, manter o teto de gastos públicos sucateando os serviços em nome da “responsabilidade fiscal”. Afinal, é preciso ampliar o pagamento da ilegítima e fraudulenta dívida pública que vai para o bolso especialmente dos especuladores e banqueiros tanto daqui como os de fora. Pretendem fazer com que os trabalhadores, jovens e oprimidos, paguem pela crise pela qual o país passa e que os próprios capitalistas criaram.

Nesse sentido, não há nenhuma separação entre esses ataques econômicos, traduzidos nas declarações de Bolsonaro que afirmava que a população terá que escolher entre “mais direitos e menos emprego ou mais emprego e menos direitos”, e os ataques aos direitos democráticos, como foi no golpe institucional e na prisão arbitrária de Lula. Querem avançar com o Escola Sem Partido porque precisam podar o senso crítico da juventude, impondo uma mordaça aos professores para reprimir a resistência aos ataques de Bolsonaro à educação. No mesmo pacote, desejam atacar as universidades e a pesquisa acadêmica para adestrar o pensamento crítico. Afinal, teremos um governo cujo Ministro da Educação, Ricardo Rodríguez, defende censura, perseguição e religião nas escolas; e no qual o próximo Chanceler (Ernesto Araújo) diz que o aquecimento global é fruto do ‘marxismo cultural” em extrema idolatria por Trump, cujos “ideólogos” como o General Aléssio Ribeiro Souto defendem que criacionismo e a teoria da evolução estão em pé de igualdade e é preciso dizer “a verdade” sobre 64.

Ao lado dos professores para derrotar o “Escola sem Partido”

Os professores estaduais e municipais, no início do ano impuseram uma derrota ao governo Doria, barraram o projeto de privatização da previdência do então prefeito. Para que possamos derrotar o projeto “Escola sem Partido” e seu reacionarismo precisamos de um CeUPES que se alie aos professores, unidade que a atual gestão Florescer Sem Medo e a chapa Composição que dirige o DCE, não fizeram neste ano contra o SampaPrev, deixando de construir na base fortes blocos nos atos de dezenas de milhares de professores contra esse ataque.

Contra o projeto reacionário de censura ideológica nas escolas que pretende impedir pensamento crítico, debater gênero e sexualidade, assim como da história política do país, queremos que nosso Centro Acadêmico organize uma campanha permanente contra o “Escola Sem Partido”, em aliança com os professores e estudantes secundaristas. Propomos que no próximo ano aconteça uma Secs em que possamos abrir as portas da nossa faculdade para os professores e estudantes da escola pública, promovendo espaços de discussão e debate, atividades culturais e interação tirando ações conjuntas. Se Bolsonaro e companhia querem censurar estudantes e professores, nós iremos abrir nosso curso para debater gênero, sexualidade, raça e a história de luta da classe trabalhadora, das mulheres, dos negros e LGBTs.
- Por uma Campanha permanente contra o “Escola Sem Partido”

  •  Por uma Secs que se alie aos professores e abra as portas da faculdade para escolas públicas! Por debates de gênero e sexualidade e de combate aos ataques do próximo governo! Que a Secs passe a organizar um grande ato ao final da semana, chamando todos os movimentos sociais, ativistas, coletivos e correntes que participaram da semana a construir o ato!
  •  Por uma biblioteca militante no CeUPES! Se temem o “marxismo cultural” que organizemos estantes com livros subversivos pela derrubada do capitalismo!

    Porque construímos a chapa Katendê de oposição?

    Semanas atrás, ocorreu um importante ato-debate na FFLCH com a presença de Vladimir Safatle, André Singer e Marilena Chauí, cujo tema central foram os próximos passos que a esquerda deverá trilhar. Singer, um dos maiores intelectuais petistas da atualidade, defendeu a necessidade de uma “frente democrática” em defesa da democracia com setores que vão desde os amargurados e derrotados golpistas do PSDB até Ciro Gomes, chegando a colocar que o STF seria uma trincheira de resistência ao reacionarismo de Bolsonaro. Já Chauí, defendeu que agora era o momento da esquerda refugiar-se nas instituições e construir a resistência aos poucos. Ambos sintetizam muito bem no debate aquilo que Lula orientou, mesmo estando preso por esse Judiciário golpista e arbitrário: é hora de esperar a “poeira baixar”. Tal perspectiva só pode concretizar-se com a estratégia parlamentar, cúmplice diante dos ataques como a Reforma da Previdência e do Escola Sem Partido, esperando que o governo de Bolsonaro “sangre”, para que assim possam voltar ao executivo central em 2022. Tal projeto é defendido pela chapa Composição que esteve à frente do CeUPES por anos e agora está no DCE.

    Votamos criticamente na candidatura de Haddad no segundo turno para acompanhar o rechaço que chegou à 46 milhões de pessoas contra Bolsonaro defendendo comitês de base e defendendo que a luta contra a extrema-direita pela via apenas eleitoral e parlamentar era ilusória. Nesse sentido, é um absurdo a aposta numa frente que deixa de lado de denunciar todo o papel que cumpriu o Judiciário desde o golpe institucional de 2016, sem discutir os motivos que nos fazem estar onde estamos, passando pano e se aliando a setores que colocam se como “moderadores” do caráter reacionário de Bolsonaro - como Dias Toffoli e Raquel Dodge, mas que igualmente querem despejar os ataques e reformas neoliberais sobre nossas costas, com projetos privatistas, elitistas e entregando nosso país aos interesses das multinacionais imperialistas.

    Nós da chapa Katendê questionamos: como se opor à Bolsonaro e aos golpistas com os mesmos métodos de conciliação de classes que abriram espaço ao golpe institucional? A lei anti-terrorista aprovada por Dilma para o agrado dos capitalistas e que serviu para perseguir manifestantes, agora pode ser usada para criminalizar os movimentos sociais, como o MST e o MTST. Assim como o General Santos Cruz, escolhido como novo chefe da Segurança Pública por Sérgio Moro, foi comandante da ocupação criminosa e opressora do Haiti, política internacional petista de um suposto “Brasil potência”. Como combater os ajustes de Bolsonaro com os governadores do PT, como Wellington Dias do Piauí, entregando carta e se reunindo com a equipe de transição, buscando negociar a aplicação dos ajustes fiscais e a reforma da previdência?

    A bancada petista contará com 56 deputados, o setor dito progressista não passará de pouco mais de 100 cadeiras na Câmara. Não será possível resistir aos ataques apostando nas medidas puramente institucionais num dos congressos mais reacionários da história. Mesmo assim, o PT prefere deixar sua base de 25 milhões de trabalhadores da CUT paralisados contra a Reforma da Previdência que se aproxima. A Apeosp, assim como a UNE, seguem na mesma: uma completa passividade diante da ameaça do Escola Sem Partido.

    Diante desta tremenda paralisia, o PSOL poderia fazer uma importante diferença exigindo do PT e as grandes entidades sindicais e estudantis, assembléias, comitês e um plano de lutas contra as medidas dos golpistas e de Bolsonaro, ainda mais agora que duplicaram sua bancada de 5 para 10 deputados. Contudo, deixam de lado a batalha pela construção de frações combativas e anti-burocráticas no movimento operário e estudantil.

    O PSOL, que é visto por muitos como uma alternativa à esquerda do PT, contudo sua política se contrapõe à estratégia parlamentar-eleitoral do PT? Consideramos que não, já que poderiam estar colocando todas as suas forças e a posição que ganharam no cenário político após a eleição a serviço da tarefa de organizar uma ampla mobilização dos trabalhadores em aliança com os estudantes, que hoje passa por cobrar e exigir que as centrais sindicais e entidades estudantis saiam da paralisia. Mas ao invés de se opor à estratégia parlamentar-eleitoral do PT, acaba sendo a ala à esquerda dessa estratégia falida. Deixam de lado, em defesa da unidade da “democracia” em abstrato, a tão necessária mobilização extra-parlamentar a partir dos locais de trabalho e estudo, assim como das mulheres, negros e LGBTs. Tal mobilização, independente de fato dos golpistas, dos capitalistas e dos oportunistas desde Ciro Gomes até o PSDB, que ao primeiro sinal de revolta da juventude e da classe trabalhadora facilmente passariam para o lado dos ataques, é a única que expressa uma alternativa combativa que de fato poderá enfrentar a extrema direita.

    Isso se expressou, por exemplo, no fato de que as entidades que dirigem, como os centros acadêmicos da História, da Sociais, Pedagogia, Psicologia e das Relações Internacionais não se uniram na batalha por um movimento estudantil combativo aliado aos trabalhadores. Preferiram manter a “unidade” e acordos com o PT nas assembleias, como por exemplo contra o rechaço do aumento salarial da burocracia estatal de 22 para 30 mil reais. Além disso, o PSOL foi parte da gestão do DCE da USP durante 7 anos e se mostrou insuficiente para organizar os estudantes pela base no momento em que sofríamos um golpe institucional no país, chegando até mesmo a se colocar contra um posicionamento dos estudantes da USP de rechaço ao golpe.

    Que a UNE organize, e massifique a luta dos estudantes nacionalmente, unificando todas as universidades do país contra Bolsonaro e os ataques à educação e a previdência!

    A UNE precisa organizar nossa luta nacionalmente. Viemos batalhando para que essa entidade construa milhares de comitês em todas as universidades do país para organizar a luta contra o “Escola sem Partido”, a Reforma da Previdência e os ataques de Bolsonaro. E agora queremos debater que frente à vitória de Bolsonaro e sua vontade de descarregar a crise nas nossas costas, não podemos encarar de forma rotineira os espaços tradicionais de organização do ME, sejam estas eleições para os centros acadêmicos, sejam as atividades chamadas pela UNE, como Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB), que está sendo convocado para janeiro do ano que vem e tem um enorme potencial de reunir milhares de centros acadêmicos e DCEs de todo o país para organizar nossa luta. Para nossa chapa, o debate sobre as eleições do Ceupes também diz respeito a qual proposta teremos para que esse espaço não seja mais uma vez algo formal, afastado da realidade dos estudantes. Por isso, propomos que nosso Centro Acadêmico leve para esse encontro um chamado aprovado pelos estudantes do curso, sobre a necessidade de construirmos de forma unificada um Encontro Nacional, com delegados eleitos pela base, que possa articular um forte plano de lutas contra os ataques de Bolsonaro.
    - A Ciências Sociais deve ser linha de frente na construção da luta contra os ataques à pesquisa, o Escola Sem Partido e a reforma da previdência de Bolsonaro e golpistas!

  •  Defendemos a centralidade na auto-organização: assembleias, plenárias e espaços democráticos, construídos e divulgados! Que as dezenas de diretores das chapas e o conjunto do movimento estudantil, com as diversas correntes que existem, utilizem a mesma dedicação que têm nas eleições estudantis, para impulsionar desde a base esses espaços!
  •  Pela construção de Comitês de luta para organizar as ações contra os ataques dos golpistas e de Bolsodória, assim como os ataques de Vahan e Maria Arminda!

    Qual papel o CeUPES e movimento estudantil pode cumprir em 2019?

    Se sob o governo de Temer já passamos por uma precarização do ensino e ataques aos nossos direitos, devemos estar preparados para o que Bolsonaro nos reserva. Pensando nisso, nós da chapa Katendê defendemos uma entidade que seja ferramenta de luta dos estudantes. O CeUPES precisa usar de seu peso político para estar na linha de frente em defesa de nossos direitos. A Gestão Florescer Sem Medo construiu um grande bloco no ato contra a execução de Marielle, porém não buscou aliar-se a luta dos professores contra o SampaPrev, não organizaram desde a base um grande mobilização que buscasse a unificação entre estudantes e professores. A regra durante o restante do ano foram de atos, reuniões e assembléias mal organizadas e construídas. A organização e resistência contra esses ataques não se dará com uma diretoria que separa a luta contra os ataques anti-democráticos e autoritários da luta em defesa dos direitos econômicos e sociais ao mesmo tempo que secundariza os espaços democráticos do movimento estudantil, coisa que a Gestão Florescer Sem Medo fez durante o ano, chamando apenas uma assembleia no segundo semestre, tal secundarização é uma tradição da chapa Composição que dirige nosso DCE pela gestão Nossa Voz e vimos durante o ano a impotência dessa estratégia com o avanço da ultra-direita.

    Nossa chapa tem por objetivo batalhar para que os estudantes das Ciências Sociais sejam sujeitos políticos ativos contra os ataques que virão, não compactuamos com a percepção eleitoreira das chapas Florescer Sem Medo e Composição que somente aparecem com todo seu peso nas eleições estudantis. É através da autorganização que podemos massificar o Movimento Estudantil em nosso curso, o impulsionando através de espaços democráticos e de debate que fujam do rotineirismo e dos acordões prontos nas assembléias do PT com o PSOL e PCB, chamados de “unidade da esquerda”, quando na verdade são formas de impedir que os debates políticos e as diferenças entre as correntes possam se dar na assembleia junto com o conjunto dos estudantes, para que as posições vencedoras sejam aquelas tomadas depois de muita reflexão e discussão com o conjunto do movimento.

    Por uma tradição que saia do mero discurso

    Diante do cenário atual, com a articulação entre Temer e Bolsonaro, os vergonhosos e reacionários ministros divulgados, a grande força do PSL e da direita no parlamento e sua agenda de austeridade e precarização de serviços, que incluem a aceleração do desmonte e privatização da USP, nossos Centro Acadêmicos, em especial da FFLCH, terão como desafio servir como um polo político que organize os estudantes e, aliado aos trabalhadores, se enfrente com os ataques capitalistas como as reformas na educação e na previdência. Tal necessidade aumenta mais em nosso curso, já atacado com os cortes em pesquisa, bolsas e com a Reforma do Ensino Médio, considerados por bolsonaro e sua gangue como ninhos de “comunistas”, mesmo tendo saído daqui grandes intelectuais e dirigentes do PSDB, como FHC e vários intelectuais servis e importantes ao capitalismo e ao Estado burguês brasileiro.

    De nosso curso também saíram grandes lutadores que foram perseguidos e até mortos por um projeto de mundo alternativo à esse sistema podre em que vivemos. Durante a ditadura militar, alunos da FFLCH - principalmente da Sociais - iam para as fábricas de Osasco e região para discutir e dialogar com os operários. Em 68, a cidade protagonizou uma greve de 3 mil operários com ocupação de fábrica, marcando o ressurgimento do movimento operário no Brasil. Os estudantes da USP foram um dos primeiros setores a gritar “abaixo a ditadura!” contra o governo dos militares. Para nós da chapa Katendê, o movimento estudantil deve se espelhar nesses exemplos e estar à altura da tarefa histórica que hoje nos é colocada. Queremos que o movimento estudantil, cumpra um papel fundamental na resistência aos ataques, assim como o fez durante a Ditadura Militar.

    Para que isso ocorra, é preciso repudiar toda e qualquer ação de conciliação entre as classes e com a casta da burocracia universitária, como faz a chapa Nossa Voz que se reuniu 6 vezes com a REItoria somente no primeiro semestre pelas costas dos estudantes. Nós, da juventude Faísca ao lado de vários estudantes que têm acordo com nossa política, realizamos fortes combates com as denúncias e críticas necessárias às grandes direções estudantis e operárias, como a UNE e a CUT. O PSOL e a gestão “Florescer Sem Medo”, ao deixar tais combates de lado, acaba por paralisar a luta por um movimento estudantil combativo que massifique a luta. A chapa Katendê defendemos uma estratégia clara para a luta dos estudantes: aliar-se aos trabalhadores da USP e de fora para, junto com a força das mulheres, negros, indígenas, LGBTs e todos de maneira independente dos capitalistas e da burocracia universitária. Somente assim podemos resistir e combater os ataques de Bolsonaro, dos golpistas e de Vahan e Maria Arminda.

    Por um CeUPES combativo, proporcional e aliado aos trabalhadores!

    O CeUPES precisa ser uma entidade estudantil combativa e proporcional. Nós da chapa Katendê defendemos um C.A construído por todas as chapas, proporcionalmente e de acordo com seus votos, para que todos os estudantes possam ser de fato representados. A proporcionalidade é muito mais democrática que gestões majoritárias. Por que? Garante a representação dos setores que podem ter tido uma ampla votação, mas que, graças a maioria simples (51%) não podem participar da gestão (mesmo tendo recebido 49% dos votos). Além disso, abre espaço para que as correntes defendam abertamente seu programa, tendo que provar através de sua atuação no CeUPES o que defenderam nas eleições para aqueles que votaram e apoiaram suas chapas. Também faz com que o debate e a síntese de ideias alcance níveis muito maiores, devido ao debate constante entre as diversas forças.

    Bolsonaro já declarou que as universidades públicas são dinheiro jogado fora e que quer acabar com os centros acadêmicos e espaços de organização dos estudantes. Um dos nossos principais desafios e tarefas é defender nossas entidades. A melhor forma de fazermos isso é transformando-as em ferramentas de organização, promovendo o debate de ideias e a unidade do movimento na luta contra todos os ataques que estão por vir.
    - Congresso dos estudantes da Sociais: precisamos organizar um plano de lutas!

  •  Proporcionalidade no CeUPES!

    E a USP, a FFLCH e a Ciências Sociais nisso tudo?

    Se Bolsonaro e seus seguidores obscurantistas já se chocam com a “ideologização das escolas”, teriam um ataque cardíaco diante do conteúdo e conhecimento produzido pelas Ciências Sociais. Os defensores da família, de Deus, da moral e dos bons costumes entrariam em choque diante das profanidades ensinadas em Antropologia sobre família, gênero, raça e sexualidade, ou poderiam acusar Durkheim de comunista por defender condições iguais de competição na sociedade capitalista. Tal cenário pode ser um tanto quanto exagerado, porém representa o quanto é ilusório pensar que os ataques de BolsoDória à educação ficarão nos limites da educação básica, o obscurantismo e censura do Escola Sem Partido e os ataques ao conhecimento científico tem por mira também a nossa Universidade, na verdade já estão sobre ataques há muitos anos.

    Vahan, Reitor da USP, vice do ex-reitor Zago, queridinhos do PSDB, representam os ataques à universidade que já vinham sendo implementados. O atual Reitor foi um dos idealizadores do projeto “USP do Futuro”, realizado pela consultoria privada dos Estados Unidos McKinsey, que quer privatizar as universidades, inclusive a USP, para que esteja a serviço dos grandes empresários e ainda mais afastada dos pobres e trabalhadores. Em entrevista ao Estadão, ao tentar se posicionar politicamente neutro e igualar a ultradireita e o autoritarismo do STF com a luta e revolta dos estudantes e jovens, que não aceitam o projeto bolsonarista, Vahan mostra que seu posicionamento contra o “Escola Sem Partido” e a privatização não passa de pura demagogia. Para ele, os estudantes que protestaram contra a “PEC do fim da USP” - a qual votou a favor - que aprova o congelamento de contratações por 5 anos, sucateamento da Universidade, imposta sobre bombas, espancamento e prisões de estudantes e trabalhadores, ou aqueles que participaram do contra-ato à ridícula manifestação da direita marcada na POLI, são tão nocivos como as gangues nazistas que perseguem LGBTS e negros.

    Contra os ataques à educação e a pesquisa que virão, precisamos de um CeUPES que não ande de mãos dadas com a privilegiada burocracia acadêmica, como fizeram nos mais de 8 anos de gestão do PT e como fizeram na Gestão Nossa Voz neste ano, mas também não podemos aceitar a política que o atual C.A dirigido por PSOL, PCB e Vanguarda Socialista tiveram com as pautas estudantis. Mantiveram distância e deixaram de construir espaços democráticos, informando erroneamente ou não tomando ações contra as medidas absurdas que tanto a Reitoria como a Administração da FFLCH tomaram.

    Neste ano, foram intensificados por parte da administração da FFLCH de Maria Arminda, a degradação das condições de permanência e autonomia de nossos espaços, por exemplo, os cortes em bolsas, as ridículas cotas diárias de 30 páginas na pró-aluno completamente insuficientes com nossa carga de leitura, além da solitária impressora que mal aguenta a demanda e sempre quebra, a instalação de câmeras pelos corredores do curso em nome de uma suposta “segurança” ou o orçamento de mais de 125 câmeras novas com gravadores de som; a proibição dos alunos reservarem as salas de aula e tantos outros ataques à condições de estudo e de liberdade política, a ameaça de expulsão das vendedoras no Aquário, etc.

    Diante desses ataques, a gestão manteve-se em paralisia. Uma das “conquistas” da greve estudantil no primeiro semestre, foi a relocação das impressões, de 30 páginas diárias para 100 semanais para o segundo semestre, coisa que diretoria jogou embaixo do tapete e a gestão também esqueceu. A gestão Florescer Sem Medo precisa deixar de apenas discursar que os estudantes devem arrancar suas pautas da Reitoria e passarem a colocar isso em prática, tal postura está a quilômetros de distância quando se uniram ao PT em 2017 em apoio a candidatura de Maria Arminda à Reitoria que neste ano perseguiu os trabalhadores grevistas da FFLCH. Ou falam de uma suposta independência da burocracia universitária apenas para diferenciarem-se do PT?

    Fortalecer a luta das mulheres, dos negros e LGBTs dentro e fora da USP.

    É por entender o que este sistema reserva para os setores oprimidos que queremos um CeUPES que impulsione e articule os coletivos de negros, mulheres e LGBTs de nossa faculdade. Bolsonaro representa o ódio mais asqueroso contra as minorias assim como seu Vice Mourão, contra suas declarações racistas, machistas e LGBTfóbicas que resultaram no assassinato de Mestre Moa do Katendê. Precisamos nos inspirar na força das mulheres, que protagonizaram uma grande luta na Argentina pelo aborto e no Brasil são hoje o setor mais ativo contra Bolsonaro, retomar a força dos negros na resistência quilombola e a revolta LGBT em Stonewall.

    Por um C.A que lute contra o sofrimento subjetivo que o capitalismo nos impõe.

    A sociedade capitalista produz o sofrimento da ampla maioria de seres humanos que não se encaixam em sua engrenagem exploratória e desumana. A academia e sua lógica produtivista se encaixam perfeitamente nesse molde. Com 10% da população, o Brasil é o país com o maior índice de ansiedade diagnosticada, ocupa o quinto lugar de país mais depressivo. O suicídio é a quarta maior causa de mortes na juventude aqui e a segunda no mundo. Não podemos aceitar esse sistema que reprime nossa subjetividade e nos arranca o futuro.

    Nenhuma confiança na Reitoria e nos burocratas! Contra a universidade à serviço dos grandes capitalistas! Que a USP abra os portões para a juventude pobre, trabalhadora e excluída do ensino público superior!

    Do mesmo modo que a nível nacional a chapa do PT busca a unidade com ajustadores de todo tipo, no DCE que atualmente dirigem, acreditam nas alianças com a reitoria e as diretorias, sem perceber que os interesses do reitor e dos burocratas do Conselho Universitário visam atacar a educação pública, nossos espaços de convivência e debate, assim como impedir e reprimir as nossas Festas, que infelizmente diminuíram neste ano e poderão ser uma importante ferramenta política no próximo período.

    Ao contrário das demais chapas, defendemos a dissolução da Reitoria que só serve aos interesses das grandes corporações que hoje lucram com o ensino público, assim como do Conselho Universitário, que hoje é composto em sua maioria por donos de empresas que fomentam a parceria público-privada. Precisamos acabar com essa estrutura anti-democrática se queremos uma universidade democrática a serviço dos trabalhadores e da população pobre e oprimida. Para isso, defendemos a implementação de uma nova estatuinte livre, soberana e democrática para que a Universidade seja gerida proporcionalmente por aqueles que de fato a constroem diariamente: professores, trabalhadores e nós, estudantes, que somos a maioria.

    Essa é, para nós, a única forma de defender uma universidade que esteja de fato a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, que são quem a mantém e que não podem ter acesso ao conhecimento nela produzido. Por isso, defendemos a implementação total das cotas étnico-raciais, conquistadas através da luta de todas as universidades estaduais e dos três setores da universidades. Defendemos o acesso diferenciado para indígenas, rumo ao fim do vestibular e à estatização das universidades privadas.
    - Dissolução do Conselho Universitário

  •  Fim da participação de fundações privadas
  •  Contra o estatuto herdeiro da ditadura: por uma nova estatuinte, livre, soberana e democrática
  •  Por uma universidade gerida por professores, trabalhadores e a maioria estudantil
  •  Por cotas proporcionais de acordo com o número de negros auto-declarados em cada Estado! Rumo ao fim do vestibular!
  •  Contra os ataques de Bolsonaro, defendemos a universalização do ensino público! A começar pela estatização da Kroton-Anhanguera sob gestão dos estudantes, trabalhadores e professores!

    Junto aos trabalhadores e professores na luta em defesa da universidade e das Ciências Sociais!

    Defendemos a unidade com o SINTUSP e os trabalhadores da universidade que esse ano sofreram o arrocho salarial imposto pela reitoria, assim como com os trabalhadores terceirizados que no bandejão são impedidos de comer a comida que eles mesmos ajudam a produzir, pela mesma reitoria que hoje impede o funcionamento do Hospital Universitário, um dos únicos espaços da USP que abria suas portas para a população ao redor.

    Precisamos de um movimento estudantil e um Centro Acadêmico que busquem justamente abrir as portas da universidade! As universidades públicas precisam estar a serviço das necessidades de toda a população trabalhadora, dos jovens, mulheres, negros e LGBTs.
    - Por cotas na pró-aluno de acordo com nossa carga de leitura!

  •  Pela ampliação dos espaços e salas de estudos!
  •  Fim dos pré-requisitos de disciplinas!
  •  Levantamento da demanda para contratação de mais professores e efetivação dos em regime especial!
  •  Abertura do livro de contas da USP!
  •  Abaixo os supersalários dos burocratas!
  •  Efetivação dos trabalhadores terceirizados, sem necessidade de concurso público!
  •  Fora PM, por uma universidade aberta e a serviço da população trabalhadora!
  •  Fim de todos os processos contra estudantes e trabalhadores mobilizados!
  •  O HU é nosso, contra a desvinculação e fechamento de alas!

    Compõem a chapa Katendê - A Educação Respira Luta:
    1°ano: Weckson e Alex 2° ano: Kenzo e Natália 3° ano: Victor 4° ano: Castor.

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