Vendedores/assistentes de loja e serventes de obras são os postos de trabalho mais atacados pelo contrato intermitente
A reforma trabalhista aprovada pelo golpista Michel Temer há cerca de um ano já mostrou muitas vezes o tamanho do estrago feito para as condições de trabalho dos brasileiros em nome do lucro dos capitalistas. Falsamente tratada como "modernização das leis trabalhistas", a reforma trabalhista contou com uma série de medidas que buscam precarizar as condições e acuar os trabalhadores diante dos ataques da patronal, como por exemplo, em caso de processos trabalhistas se o trabalhador perde deve indenizar o empresário, chegando até a pagar os gastos com honorários dos advogados.
Outra mudança muito significativa foi nos modelos de contratos que podem se estabelecer, e como peça chave nesse sentido vieram a lei de terceirização irrestrita e também os contratos intermitentes. Desde a aplicação da reforma, os contratos intermitentes avançaram para 1/3 de todos os contrários formais. Este modalidade que foi modificada na reforma trabalhista garante que o patrão possa requerer os serviços do trabalhador apenas quando quiser, aumentando também a jornada de trabalho para 30 horas semanais ou 26 horas semanais com mais 6 horas extras.
A principal característica dos contratos intermitentes é que não há jornada de trabalho fixa, ficando ao bel-prazer do patrão e por permitir explorar ainda mais os trabalhadores, os patrões tem buscado muito essa nova forma de contrato: em abril e junho desde ano eram 635 contratos nessa modalidade, aumentando para 734 entre julho e setembro. Desde de abril, foram gerados 21.185 postos de trabalho seguindo este regime absurdo.
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Outra característica deste tipo de contrato é que sofrem mais os trabalhadores que tem menos qualificação, explorando ainda mais a juventude pobre e trabalhadores mais velhos e sem escolaridade. Os postos de trabalho que mais são atacados por este regime de contratação são, respectivamente, assistentes de vendas, serventes de obras e atendentes de lojas.
Fila quilométrica de pessoas tentando um emprego: reforma empurra piores contratos para os trabalhadores mais pobres e com menos acesso à educação
Mesmo com a reforma trabalhista e a lei da terceirização, os capitalistas para manter seus lucros e fazer com que sejam os trabalhadores e pobres que paguem pela crise, continuam pressionando pela "reforma das reformas": a previdência. Bolsonaro, antes mesmo de se eleger, mostrou a cara de seu programa ultra-neoliberal, declarando que os verdadeiros "patrões" do Brasil eram os empresários e colocando como carro-chefe de seu governo a aprovação da reforma da previdência. Seu projeto de governo, no final, é a continuidade violenta dos ataques de Temer, precarizando condições de trabalho, impedindo aposentadoria digna e também atacando o direito básico à educação e saúde.
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A resposta para a crise capitalistas que Bolsonaro e o judiciário golpista querem dar é justamente jogar toda essa conta nas costas dos trabalhadores, avançando cada dia sobre os mínimos direitos conquistados e é a partir disso que exigimos que as centrais sindicais, que permaneceram imóveis durante a implementação da reforma trabalhista, permitindo que Temer fosse vitorioso, rompam com seu imobilismo e coloque a força da classe trabalhadora nas ruas para revogar os ataques de Temer e impedir os ataques mais violentos ainda de Bolsonaro. É preciso que trabalhadores, jovens, mulheres negros e LGBTs construam em seus locais de trabalho e estudo comitês de base para organizar um plano de luta contra o Bolsonaro, o autoritarismo judicial e os planos de reforma e ajustes.
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