O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, renunciou ao cargo na quarta-feira e pediu eleições antecipadas, provocando uma grande crise política no governo de Benjamin Netanyahu.
O deputado de extrema-direita Lieberman questionou Netanyahu por aceitar um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, no qual eles estavam bombardeando os últimos dois dias com um saldo de mais de uma dezena de palestinos mortos.
A fúria desencadeada por Lieberman não implica que Netanyahu seja um pacifista, muito pelo contrário. O primeiro-ministro está longe de ser uma "pomba" e realizou operações brutais contra a população palestina, particularmente contra a Faixa de Gaza, como a Operação Margem Protector em 2014, no qual 2.300 palestinos foram mortos.
A disputa no governo israelense estão entre a formação direitista de Netanyahu, o Likud e a extrema direita de Lieberman, do partido Israel Beitenu.
Lieberman não apenas renuncia, tirando o apoio parlamentar do seu partido para Netanyahu mas apela a eleições antecipadas sob a desculpa de que o primeiro-ministro iria apresentar o "terror" do Hamas, a organização palestina que dirige a Faixa de Gaza e que Israel acusa de terrorista
Embora Netanyahu possa garantir a continuidade de seu governo, a saída de Lieberman deixa a coalizão com uma estreita maioria de 61 deputados em uma Câmara de 120 assentos.
Ele disse aos repórteres que Lieberman argumentou sua decisão em duas divergências fundamentais: o primeiro é a decisão na semana passada por Netanyahu para permitir a entrada em Gaza de 15 milhões de dólares para pagar salários de funcionários do Hamas e, segundo, a aceitação na terça-feira uma trégua após 48 horas de confrontos, sendo que em sua maioria eram bombardeios israelenses na Faixa de Gaza.
A disputa interna com Lieberman juntou na tarde a disputa com outro de seus aliados. O ministro da Educação, Naftali Bennett, do partido Hogar Judío (nacionalista religioso) ameaçou retirar sua formação da coalizão governamental se ele não for nomeado novo ministro da Defesa.
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