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REINO UNIDO
Primeira Ministra não consegue apoio no Brexit: o que pode acontecer
Redação

Há cada vez mais obstáculos para alcançar o fim desejado no acordo da União Europeia e do Governo Britânico. O que pode acontecer de agora em diante?

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Na quarta-feira à noite a primeira-ministra britânica Theresa May conseguiu o apoio de seu gabinete para o próximo passo: uma intensa batalha no Parlamento defendendo o acordo. Mas já na manhã de hoje aconteceram grandes mudanças, divisões sobre o acordo explodiriam e ministros renunciaram, entre eles Dominic Raab, ministro do Brexit e a secretária Esther McVey, entre várias outras.
May advertiu nesta quinta que se o Reino Unido rechaçar o princípio de acordo sobre o “Brexit” que foi alcançado com Bruxelas, ele enfrentar “consequências” desconhecidas e assegurou que “devemos estar unidos para defender o acordo que foi apoiado pelo Governo”. Ela afirmou isso em uma coletiva de imprensa em sua residência na Downing Street. Mas a cada minuto crescem as incertezas sobre o acordo.

O mais importante a saber é: que passos restam para que o acordo seja mantido ou que seja rompido? Qual o futuro do governo conservador de May? Que cenários se abrem?

A decisão da União Europeia

Os 27 Estados membros da União devem analisar o documento acordado entre Londres e Bruxelas. Na próxima terça-feira dia 20 novembro seria realizada uma declaração política sobre o futuro da relação entre a UE e o Reino Unido e, a partir deste momento os países membros teriam 48horas para avaliar a decisão.

Já o Conselho Europeu se reunirá no outro domingo, dia 25, para confirmar se valida o acordo “se nada extraordinário acontecer” segundo afirmou o dirigente deste órgão, Donald Tusk. Uma vez que sejam dados esses passos e se o documento é aprovado pelos países membros e pelo Reino Unido, aí então ele seria submetido a votação no Parlamento Europeu.

Todos esses passos estão paralisados, pendentes da situação interna no Reino Unido.

O que acontece no Reino Unido

O pedido de demissão de vários ministros do governo britânico deixou o futuro da primeira-ministra May suspenso por um fio. Ela foi a impulsionadora do acordo.
A Primeira Ministra enfrenta cenários díficies que podem fazer naufragar o acordo e seu próprio governo, com uma disputa interna em seu partido com parlamentares querendo removê-la de seu posto.

A primeira prova para o acordo de Brexit, caso ele venha a ser aprovado pelos países membros da União Europeia é conseguir superar um bloqueio no próprio parlamento britânico. Uma tarefa complicada para May que precisa de apoio do Partido Trabalhista, de vários partidos regionais e até mesmo de seu partido onde 51 parlamentares já declararam que não votarão a favor. Se May perder esta votação ela terá 21 dias para apresentar um novo plano.

Outro cenário possível é que avance a tentativa de removê-la do cargo de primeira-ministra. Vários parlamentares conservadores buscam colocar em discussão um “voto de não confiança” [mecanismo para um mais corriqueiro “impeachment” nesta forma de governo parlamentarista – Nota da Tradução]. Para conseguirem colocar em discussão essa moção são necessários 15% dos parlamentares conservador enviem uma carta ao presidente do Comitê 1922, atualmente presidido por Sir Graham Brady.

Vários parlamentares conservadores afirmaram que querem que May seja removida. Para conseguir a votação de “não confiança” precisam de 48 cartas dirigidas ao mesmo poderoso Comitê 1922.

As possibilidade de que diante da negativa de acordo por parte do parlamento britânico Theresa May não consiga uma extensão de tempo nas negociações com a UE não parecem nada improváveis. O próprio Conselho Europeu mostraria uma debilidade se aceitasse um pedido de extensão do tempo de negociação.

Se a primeira ministra May não conseguir manter seu cargo porque seu governo caiu ou os próprios parlamentares conservadores a fazem perder o calendário do Brexit o próprio acordo ficaria no ar até que um novo partido governante elegesse um novo primeiro ministro.

O que acontece se o acordo é aprovado?

Começaria um período de transição até 2020 quando o Reino Unido se converteria no primeiro país a abandonar a UE. O processo poderia ser mais lento se as partes concordarem em prorrogar a transição para além de 2020. Para isso é necessário seja solicitado tal extensão antes de julho de 2020.

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Este cenário mais longínquo apareceria como produto da oposição nas fileiras do próprio partido de May, o partido Conservador, e do partido Trabalhista, cujo líder, Jeremy Corbyn definiu o acordo como falho e contrário aos interesses dos trabalhadores britânicos e que votará contra o mesmo.

O acordo de Brexit que May oferecia beneficiava Bruxelas e o capital financeiro da city londrina. May insiste “verei ele aprovado? Verei sim.”

A dimensão que esta crise pode alcançar ainda é incerta e ela gera uma nova preocupação para as principais potenciais europeias.

 
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