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Trabalhadores venezuelanos fundam uma intersetorial para a luta
La Izquierda Diario Venezuela

O anúncio foi feito na quarta e quinta-feira por vários sindicatos, federações, associações de grêmios, porta-vozes de diferentes locais de trabalho e movimentos sindicais reunidos em um Encontro Sindical. Depois, aconteceu um ato na Aula Magna da Universidade Central da Venezuela.

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São sindicatos que estão na vanguarda dos protestos de trabalhadores em diferentes partes do país, como os trabalhadores universitários organizados na Fetraesuv a nível nacional, do setor de saúde organizados na Fetrasalud, sindicatos de telecomunicações CANTV, representantes da Associação Nacional professores universitários, da APUCV, o Sindicato dos Trabalhadores Ferromineiros e outros sindicatos em Guayana, sindicatos como o da Chancelaria de Caracas, representantes de FUTPV (petroleiros) de Anzoategui que enfrentam o presidente da federação (Wills Rangel), que é braço do governo, associações de trabalhadores aposentados a nível nacional e em várias agências governamentais, os trabalhadores que se organizam de forma independente como no Metro de Caracas ou do Ministério do Trabalho onde as direções são pró-patronais, correntes sindicais, entre outros.

É que os ataques do governo nas questões mais sentidas como o salário, em meio à crise econômica onde ele foi reduzido a nada e a ignoração dos contratos ou acordos coletivos que foram conquistas históricas nas décadas de luta forçam a tendência para a unidade dos trabalhadores para enfrentar este ataque agressivo. Um ataque em conluio com os empregadores e todos os capitalistas, é nada menos do que uma reversão e mudança brutal em relações trabalhistas que pretende impor o governo da Maduro, em suma, um borrão em relação aos direitos conquistados até hoje.

O Encontro Sindical teve como objetivo dar mais organicidade a uma espécie de frente única entre os vários sindicatos, onde após uma abertura e a divisão em grupos de trabalho que ocuparam boa parte do dia, foi realizado uma plenária geral para finalizar a definição de um programa geral, forma de organização, plano de ação e uma proclamação dos trabalhadores em face do ataque brutal do governo sobre a classe trabalhadora que havia sido discutido anteriormente nos grupos de trabalho.

Nele, um nome foi formalizado, o que já vinha sendo usado informalmente, a Intersetorial de Trabalhadores da Venezuela, que não constitui uma nova central sindical, mas procura atuar mais unificado diante dos ataques contínuos do governo.

O ato na Aula Magna expressando a unidade que vem se desenvolvendo por baixo

O ato da Aula Magna quinta-feira de manhã, contou com mais de mil trabalhadores dos vários sindicatos, associações e correntes sindicais, onde o objetivo principal foi apresentar as principais conclusões do Encontro dos trabalhadores do dia anterior.

Após as declarações a imprensa, se constituiu a mesa com os líderes sindicais previamente acordados, que fizeram seus discursos, cujo eixo eram os ataques do governo, centralmente no que diz respeito aos salários, contratos coletivos e direitos trabalhistas, dando ênfase, obviamente, cada um a sua visão. Mas foi levantada claramente a exigência da recontratação de de todos os trabalhadores demitidos em várias empresas, dando a tônica a figura emblemática das demissões Deillily Rodriguez, uma dirigente sindical demitida do Metro de Caracas por retaliação patronal e política, e o fim da perseguição, do assédio contra as lutas dos trabalhadores, o desprocesamento e liberdade dos trabalhadores presos por lutar como o caso emblemático de Rodney Alvarez da Ferrominera Orinoco acusado de um assassinato que claramente não cometeu e cuja responsabilidade é da burocracia sindical.

José Bodas, como Secretário Geral da Federação dos Trabalhadores Petroleiros da Venezuela (FUTPV) declarou que "o governo impôs um pacote anti-trabalhador que está afetando todos os trabalhadores com salários de fome. Por isso, é necessário que o salário mínimo seja igual ao custo da cesta básica indexada mensalmente". Da mesma forma, Rubén González, Secretário Geral da União dos Trabalhadores Ferromineiros, disse que "o governo está roubando nosso salário, nossas economias, nossas pensões e até nossas vidas porque estamos passando fome".

Estava a cargo de Eduardo Sánchez, o que veio a ser chamado de plano de ação no que diz respeito às ações de rua:

  •  Na segunda-feira, 12, uma manifestação em frente às instalações do Metro para exigir a reintegração dos 100 demitidos do Metro de Caracas;
  •  Terça-feira 13 concentração na Esquina El Chorro onde está o Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia, os trabalhadores universitários a farão para exigir e pedir respeito as escalas salariais e rejeitar a forma como o Ministério faz acordos com setores minoritários que não representam os trabalhadores;
  •  Na quarta-feira uma manifestação em frente do Hospital das Clínicas Universitário em uma conferência de imprensa denunciando todos os abusos e demissões no setor da saúde;
  •  Quinta-feira 15 a FAPUV planeja uma ação combinada com os setores da educação básica.

    Da mesma forma, na semana seguinte, serão realizados dias de protestos simultâneos nas ruas em todo o país, sendo que em 27 de novembro será realizada uma marcha nacional dos trabalhadores desde a Praça Morelos até a a vice-presidência com os petroleiros a frente. Em 6 de dezembro acontecerá um protesto em frente do Ministério do Trabalho para exigir a reintegração de todos os demitidos e em 10 de dezembro e uma jornada nacional com profissionais da saúde.

    A cerimônia terminou com a leitura da Proclamação da Intersetorial onde a presidenta da APUCV comentou: "Exigimos o fim imediato da repressão contra trabalhadores por reivindicar seus direitos, recontratação com o pagamento do salário devido de todos os trabalhadores demitidos, total liberdade para todos os líderes sindicais presos ou sob regime de apresentação, o respeito pelos princípios constitucionais da progressividade do salário digno, suspensão de qualquer ação que
    modifique as tabelas salariais vigentes (...)", entre muitas outras questões.

    Um espaço em desenvolvimento e com limitações a superar

    O Encontro e o ato, a formalização da Intersetorial, constituem passos importantes na tarefa de buscar concretizar a unidade das lutas dos trabalhadores, e devemos apostar que essa dinâmica se desenvolva. Consideramos, no entanto, que apresenta limitações importantes que devem ser superadas, tanto no sentido organizacional quanto no programático, sobre os quais estaremos publicando algumas notas de opinião no futuro para contribuir com o debate e o desenvolvimento desse espaço, no sentido de que lutamos para que possa ser um instrumento que expressa as lutas
    da classe trabalhadora a partir de uma perspectiva de independência de classe.

    No curto prazo, podemos apostar no desenvolvimento e concretização concreta das tarefas organizacionais e das atividades de luta aprovadas.

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