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GOVERNO BOLSONARO
Bolsonaro anuncia que General Heleno pode chefiar agência de repressão ABIN
Redação

Em meio a “tour” de autoridades militares em Brasília, o presidente eleito anunciou a possibilidade do reacionário ex-General chefiar a ABIN, órgão de espionagem e repressão a comando do Presidente da República através de cargo no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

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Após visita ao gabinete do comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, o reacionário recém eleito presidente Jair Bolsonaro afirmou à imprensa que “gostaria” de ver o general da reserva Augusto Heleno, até então cotado para o ministério da defesa, comandar o Gabinete de Segurança Institucional.

Bolsonaro fez o anúncio durante sua primeira visita à Brasília desde a eleição, quando fez uma rodada de visitas a militares de alta patente apoiadores de seu governo. Além da visita à Marinha, almoçou com o atual ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, e encontrou-se com Eduardo Villas-Boas, comandante do exército, notório no seu papel de representante e auxiliar da interferência do militares nas eleições. “Quem é que pode se dar ao luxo de privar da companhia de uma pessoa como o general Heleno ao seu lado? Eu gostaria sim. No que depender de mim, ele irá para o GSI, mas a Defesa está aberta para ele. Se achar que é melhor a Defesa, tudo bem”, declarou Bolsonaro sobre a possibilidade. Heleno, questionado, disse que “ia pensar”.

Heleno, notório por seu papel criminoso de comandante durante a intervenção brasileira no Haiti, ainda no governo Lula, onde houveram múltiplos relatos de abusos e violações dos direitos humanos por parte de tropas brasileiras em nome de garantir os interesses imperialistas na região, também fez seu nome em sua oposição virulenta à demarcação de terras indígenas, e manifesto desejo de trazer tudo que aprendeu e executou de repressão no Haiti para as favelas do Rio. Agora estaria a frente do GSI, que trabalha no Palácio do Planalto, um andar abaixo do Presidente, e tem por atribuição, entre outras, comandar a Agência Brasileira de Inteligência, uma “CIA brasileira” que trata de espionagem doméstica e “investigar ameaças reais e potenciais” para o país. Criada no governo Fernando Henrique, é “herdeira” da notória SNI - o Serviço Nacional de Informações - da ditadura militar, órgão de perseguição e repressão do chamado “inimigo interno”, os dissidentes políticos do regime.

Bolsonaro fez questão de adicionar, entretanto, que mesmo que Augusto Heleno vá para o GSI, a pasta da defesa ainda seria tomada por um militar, uma continuação da prática de Temer, até então inédita desde a criação do Ministério no pós redemocratização. “A Defesa aqui vai ser um quatro estrelas [oficial-general], pode ser até alguém da Marinha, já que eu estou aqui. Se o general Heleno for para o GSI, eu acho que a Marinha seria muito bem representada não é? Vamos dar espaço para todas as forças”.

Esse movimento cada vez maior de ocupação de cargos políticos de alto escalão por militares não vem do nada. Parte de um aumento vertiginoso da interferência da alta cúpula na tutela e cerceamento, paralelo ao judiciário, das eleições mais manipuladas da história recente. Isso vem aliado a uma crescente politização das FA, com um grande número de candidatos militares no último pleito, muitos dos quais eleitos e prontos para compor a base parlamentar do governo Bolsonaro.

A presença de “correspondentes” diretos da alta cúpula na chapa do PSL, incluindo o próprio vice golpista de Bolsonaro, o general da reserva Hamilton Mourão (mandado para a aposentadoria após uma série de comentários inflamatórios sobre sua sanha de tomar o poder à força em um golpe militar, ainda no governo Dilma), marcou o envolvimento do Alto Comando do exército no projeto bonapartista de Bolsonaro, abertamente aliado ao judiciário, que fez tudo que pode para manipular as eleições a seu favor. Agora, assim como a intentona rende frutos para o autoritarismo judiciário, com a coroação de Moro no futuro “super ministério” da justiça, efetivando o lugar da justiça golpista nesta nova conformação mais autoritária e à direita do carcomido regime de 88, também as altas patentes militares saem dos bueiros da história para clamar seu lugar ao sol no “núcleo central” do governo, e diretamente encarregados da repressão à oposição, ao movimento dos trabalhadores, e à esquerda (os vermelhos que Bolsonaro prometeu “varrer” do país). Terão papel importante frente à inevitável rejeição aos ataques econômicos neoliberais que estão na ordem do dia do governo Bolsonaro, agravamento autoritário do governo de ataques de Temer, e junto à recém criada “força tarefa” da lei antiterrorismo, presente de Temer a seu sucessor golpista, pretendem ser a linha de frente de Bolsonaro contra os trabalhadores.

 
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