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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Paulo Guedes quer "dar uma prensa" no Congresso para destruir nossa aposentadoria o quanto antes
Redação
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O futuro Ministro da Fazenda de Bolsonaro, Paulo Guedes, se reuniu com a equipe de transição do governo Temer ontem. À imprensa, declarou mais uma vez que sua prioridade é a reforma da previdência para destruir nossas aposentadorias e falou em "dar uma prensa" nos parlamentares para que isso ocorra o quanto antes.

Ainda que tenha cuidadosamente evitado o assunto durante a campanha, e cada vez mais conforme crescia nas pesquisas, Bolsonaro tinha claro desde o início - bem como seus maiores apoiadores, os grandes capitalistas como os que financiaram o caixa 2 de suas fake news no Whatsapp - que a prioridade de seu governo seria a reforma da previdência. Agora, na preparação para seu governo, isso vem se confirmando dia a dia.

O "posto Ipiranga" Paulo Guedes, seu ministro ultra-liberal da Escola de Chicago - a mesma que foi a base teórica para a privatização na base da morte e da tortura feita pelo governo de Pinochet no Chile - é o maior entusiasta dos ataques neoliberais do novo governo contra os trabalhadores.

Ontem, Guedes esteve reunido com o atual Ministro da Fazenda por quatro horas, e deu declarações enfáticas à imprensa. Ele falou sobre a grande prioridade do governo em destruir a aposentadoria dos trabalhadores, e tanto ele como Bolsonaro estão de acordo em fazer tramitar no Congresso ainda nesse ano pelo menos aspectos parciais do texto já pronto feito pelo governo de Temer.

Enquanto Bolsonaro falou em elevar a idade de aposentadoria para pelo menos 62 ainda esse anos, Guedes disse que é necessário "dar uma prensa" nos deputados para que votem a reforma. A frase, que caiu mal entre os parlamentares, denota a vontade de impor a qualquer custo esse brutal ataque contra nossos direitos. Temer, ainda no dia da votação do segundo turno, declarou estar disposto a fazer uma parceria com Bolsonaro para aprovar o ataque nesse semestre. Hoje, ele se reunirá com o presidente eleito para debater centralmente esse tema.

O golpe institucional de 2016 que colocou Temer no poder tinha como meta a aplicação de ajustes ainda mais duros do que os que Dilma já vinha implementando em seu segundo governo. A reforma da previdência era, sem dúvida, o principal e mais importante deles. Contudo, o golpista, apesar de ter passado ajustes muito importantes, como a reforma trabalhista, a lei de terceirização e a Emenda Constitucional do teto de gastos, não conseguiu aprovar sua sonha destruição das aposentadorias.

O fracasso de Temer em seu principal plano ocorreu, em grande medida, pelo rechaço da população a esse ajuste, e pela demonstração de força que a classe trabalhadora deu na paralisação nacional de 28 de abril de 2017, uma das maiores da história do país. Contudo, esse grande impulso, que deveria ser o início de uma greve geral capaz de barrar os ajustes e derrotar Temer, foi freado pela política traidora das centrais sindicais - da CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, às diretamente ligadas a setores burgueses como Força Sindical, UGT e CGTB. Foi graças à colaboração dessas centrais, e da política petista de tentar canalizar o descontentamento dos trabalhadores para a via eleitoral e contando com a "benevolência" do judiciário em não condenar Lula e impugnar a sua campanha (o que, como todos sabemos, foi feito, fazendo dessa eleição um escândalo de manipulação autoritária), que as reformas passaram.

Agora, enquanto Bolsonaro e Temer se articulam para passar o principal ataque, as centrais continuam dormindo, se reunindo para sair com deliberações absurdas como de "negociar" com o governo da extrema-direita a reforma. Temos que construir comitês em cada local de trabalho, exigir dos sindicatos e centrais que impulsionem essa política, que convoquem assembleias e apresentem um plano de lutas para barrarmos os ataques de Guedes, Bolsonaro e Temer. A política de conciliação e de eleitoralismo do PT e PCdoB já mostrou diversas vezes seu fracasso completo, e somente com os métodos de luta dos trabalhadores poderemos impor uma saída nossa, para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

 
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