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SERGIO MORO
Sérgio Moro: o juiz golpista já havia negado ao menos 7 vezes que entraria na política
Redação

O próximo ministro da justiça, figura da Lava-Jato e do autoritarismo judicial, chegou a afirmar em ao menos 7 entrevistas que não havia riscos de que entrasse para a política, segundo levantamento da agência Lupa. Ter mudado de idéia é nada mais apropriado para Sérgio Moro - um golpista, porta voz da instituição que favoreceu a eleição de Bolsonaro manipulando todo o processo eleitoral.

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Graças ao golpismo da casta judiciária, Bolsonaro ganhou as eleições. Como retribuição, ofereceu o ministério da justiça à Sérgio Moro, que aceitou mesmo tendo declarado em ao menos 7 entrevistas que não entraria para a política. Isso escancara a motivação política da Lava-Jato, que nunca foi o combate à corrupção.

Em nota divulgada na última quinta, 1, Moro não se explica sobre a mudança de idéia. “Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite”, diz o juiz. Em declarações anteriores, quando perguntado se tinha pretensões de alçar carreira política, as respostas eram as mesmas: “jamais”, “sou um homem de Justiça”, “minha vocação é outra”.

Isso mostra que Sergio Moro não era nem de perto convicto de sua vocação de combater a corrupção, ou – e até mais provável – procurava dar uma cara imparcial e livre de interesses para o seu golpismo, onde foi peça decisiva da manipulação das eleições pelo judiciário, prendendo Lula arbitrariamente e sem provas. Faltando 6 dias para a votação do 1º turno, retirou sigilo da delação de Palocci contra o PT, em campanha aberta para Bolsonaro. Sua esposa declarou voto em Bolsonaro e depois do resultado comemorou a vitória da violenta extrema direita bolsonarista.

Moro, que também disse que não havia crime de corrupção pior que o caixa 2, fechou os olhos quando Bolsonaro protagonizou um verdadeiro escândalo junto à um grupo de empresários que gastaram cerca de R$12 milhões comprando pacotes de disparo de mensagens via WhatsApp, disseminando fake news contra o petista Fernando Haddad.

Veja mais: É preciso combater o autoritarismo judicial, pilar do golpe e dos ajustes neoliberais

Além disso, Bolsonaro está concedendo a Moro não apenas o Ministério da Justiça tal como ele é hoje, mas, como antecipou a colunista do Estadão, lhe ofereceu o “super-ministério” como Moro queria: além das atuais atribuições do Ministério da Justiça, Moro terá sob seu controle a Segurança Pública, a Secretaria de Transparência e Combate à Corrupção, a Controladoria Geral da União e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Talvez o mais importante é que a Polícia Federal, o braço armado da Lava-Jato, passará a ficar diretamente subordinada a Moro e seu superministério. Com todos esses “superpoderes” na mão do juiz que não hesita em vazar ilegalmente delações, prender sem provas e com convicção, ou passar por cima das provas e convicções para defender seus aliados, fica claro que a “justiça” do governo Bolsonaro é um pagamento à altura para aquele que foi uma das pessoas mais importantes para garantir uma improvável vitória eleitoral para o outrora obscuro deputado da extrema-direita.

O futuro ministro da Justiça não tem nada de imparcial. Treinado pelo Departamento de Estado do maior país imperialista do mundo, cujo presidente apoia Bolsonaro e tem interesse de avançar violentamente sobre toda a América Latina com sua política econômica colonialista, a atuação de Moro, da Lava-Jato e de todo judiciário é abrir caminho para o ataque às estruturas estratégicas da economia nacional. Parte das tarefas colocadas para a juventude e para a classe trabalhadora, para além da resistência aos ataques de Bolsonaro e lutar contra as reformas, a começar pela reforma de previdência que pode ser aprovada ainda esse ano por Michel Temer, é combater o avanço autoritário do judiciário, que tem sido o traço mais marcante do regime tutelado pelas forças armadas.

 
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