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ELEIÇÕES 2018
Não houve cheque em branco na Grande São Paulo, veja análise dos resultados
Redação

Não houve cheque em branco. A análise dos resultados mostra um ligeiro fortalecimento de um voto em oposição a Bolsonaro na grande São Paulo.

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As eleições de 2018 são de difícil comparação com qualquer outra eleição passada. Elas estiveram marcadas pela tutela e manipulação judiciária, por Fake News pagas por empresários e até pela comoção de uma facada, mas vale comparar os resultados da grande São Paulo com 2014 e com o primeiro turno para ilustrar os limites da vitória de Bolsonaro na maior região metropolitana do país, estado que é antigo reduto eleitoral tucano e palco tanto de grandes atos do “#EleNão”, como de todas manifestações da direita.

São Paulo manteve-se, por um triz, governada por tucanos no Palácio do Bandeirantes, mesmo que agora sob a égide do estranho no ninho, Doria. Nesta análise focamos no plano da eleição presidencial.

O Estado de São Paulo sufragou Bolsonaro vitorioso com ampla margem, 67,97% dos votos. Porém este resultado do candidato de extrema-direita esteve abaixo desta elástica margem na região metropolitana. Veja abaixo compilação de resultados para os maiores colégios eleitorais da região metropolitana que juntos somam 9,29% do eleitorado nacional (menor somente que Minas Gerais).

Como nota-se na tabela acima, somente em São Caetano, local que historicamente tem uma votação mais à direita e Mogi das Cruzes, Bolsonaro supera seu resultado estadual, ao contrário disso seu resultado é muito inferior na capital, em Santo André, São Bernardo e Diadema, nem falar no populoso e pobre cidade-moradia de trabalhadores de Itaquaquecetuba.

A imagem inversa é o resultado de Haddad nos mesmos municípios quando comparado ao resultado estadual.

Vale ressaltar que em todos estes municípios – salvo Diadema – a votação de Haddad esteve aquém de seu resultado nacional, mesmo que muito superior ao resultado estadual, o inverso também é válido para Bolsonaro que foi pior na região metropolitana no marco que SP foi um dos estados que mais votou nele.

Quando comparado a 2014, uma eleição que opunha Dilma que jurava “que nem que a vaca tussa” realizaria ajustes (que realizou) e o ajustador e corrupto tucano Aécio, nota-se um enfraquecimento da votação de Haddad em todos municípios menos na capital (onde é significativo que Haddad superou o resultado de Dilma) e São Caetano (partindo de resultado ínfimo ali em 2014).

Este resultado global, inferior, ao de 2014 é no entanto, superior ao pior resultado petista nas eleições municipais de 2016 e expressa um fortalecimento contra Bolsonaro ampliando o rol de votantes do primeiro turno se tomarmos os votos de Ciro e Haddad como base.

Na capital paulista Haddad conseguiu expressivos 5,1% acima do somatório do que ele mesmo e Ciro haviam obtido. A mesma margem de cerca de 4% se expressou em praticamente todos municípios, e no estado como um todo Haddad conseguiu 4,27% acima do somatório de Ciro e Haddad no primeiro turno.

Bolsonaro, por sua vez, conseguiu replicar seu resultado do primeiro turno acrescido de votos à direita como os de Daciolo, Dias, e Amoedo e parcela dos votantes de Alckmin.

Não houve nenhum fenômeno dinâmico à direita do primeiro ao segundo turno, pelo contrário, houve um ligeiro aumento da abstenção e voto nulo e um crescimento mais forte na capital e na região metropolitana de posições críticas a Bolsonaro e ao golpismo.

Além destes fenômenos cabe notar que o nível de participação nas eleições foi muito parecido à média nacional (no país houve 21,3% de abstenção frente a 20,3% no primeiro turno, na capital paulista houve 21,25%), com exceção da estranhíssima participação de Guarulhos (somente 12,69% de abstenção), cidade que votou mais fortemente em Bolsonaro (66,13%) que a maioria das cidades da Grande São Paulo, e houve um aumento dos votos brancos e nulos no estado de São Paulo se comparado ao resultado nacional (+2,94%).

Primeira Conclusões

Apesar das imagens de mapas pintados todas em azul nos grandes jornais e telejornais, para mostrar a vitória de Bolsonaro no Estado de São Paulo e na região metropolitana, este resultado não deixa de expressar contradições. Houve uma oposição a seu fortalecimento reacionário. Uma oposição que conseguiu, na região metropolitana ampliar suas posições em relação ao que tinha sido o voto de Ciro, Haddad, Marina e Boulos. E nunca é bom esquecer que uma ampla parcela dos votantes de Bolsonaro não votaram desejando Reforma da Previdência e outros ataques que Mourão e Guedes já anunciam como prioritários.

Estes números frios apresentados aqui vieram acompanhados de raiva, esperança, engajamento virtual, atos importantes porém de vanguarda pelo “EleNão”, e são a base para o mais importante do que somente os números, são a energia para exigir das centrais sindicais, da UNE, e de todos movimentos sociais um plano de ação para enfrentar Bolsonaro, o golpismo e as reformas no terreno que podemos vencer: a luta de classes. Dos números e mais importante das ideias e convicções está a força para construir milhares de comitês em cada local de trabalho e estudo, recuperar os sindicatos e entidades estudantis das direções burocráticas e conciliadoras da CUT, CTB, UNE, para colocá-los para enfrentar esse avanço da direita e nos preparar para que sejam os capitalistas que paguem pela crise e não nós com o agressivo e o violento plano de continuar os ataques de Temer com Bolsonaro.

 
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