Às vésperas do 2º turno e frente as ameaças contra os direitos democráticos de organização, das mulheres, dos negros, LGBTs, além de um cenário cotidiano em que já foram relatadas diversos casos de agressões e inclusive mortes fazendo alusão a B17 não podemos deixar a desesperança e o medo tomarem nosso cotidiano. Precisamos desde já nos organizar e agir coletivamente para expandir o movimento que já existe contra o avanço da extrema-direita.
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As declarações de toda equipe de Bolsonaro também mostram que sua eleição trará um avanço dos ataques do governo Temer sem precedentes, mas que ainda terão que se concretizar em com a possibilidade de resistência dos trabalhadores e diversos setores: Reforma da Previdência, nova PEC dos gastos, Carteira de Trabalho “Verde e Amarela” são alguns dos exemplos de retirada de direitos e gastos sociais em prol da garantia do pagamento da fraudulenta dívida pública.
Na semana passada a UNICAMP já passou por uma série de movimentações em diferentes faculdades, sendo que a organização de professores, funcionários e estudantes garantiu um grande ato pelas ruas de Barão Geraldo e a manutenção, nessa semana, de diversas atividades. Isso foi garantido pelas diversas assembleias ocorridas pelo campus e que contaram com todos os setores da universidade se posicionando pelo #elenão, em memória do Mestre Moa do Katendê, também relembrando Marielle e levantando a pauta da universidade pública.
Desde o começo do 2º turno a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) veio a público se posicionar em “defesa da democracia”, conforme nota pública veiculada a partir da visita do candidato Fernando Haddad a sede da Confederação. Até os bispos sabem que o que está em jogo não são somente um plano de governo, é o futuro do país, inclusive das poucas garantias democráticas que tivemos com a Constituição de 1988. Indiretamente os bispos reconhecem que Bolsonaro faz alusão a Ditadura Militar, período em que nosso direito ao sufrágio universal era limitado, mas, principalmente, a organização dos estudantes, dos trabalhadores, dos setores oprimidos era violentamente perseguida por instituições como o DOI-CODI, chefiado pelo Coronel Carlos Augusto Brilhante Ustra, recentemente absolvido da acusação de tortura pelo TJ-SP
É importante lembrarmos a história que toda a comunidade da PUCC construiu contra a Ditadura Militar, em recente matéria no Correio Popular o jornal fez alusão a um ato ocorrido em 1968 que os estudantes da PUCC denunciavam “Ditadura Assassina”, cerca de 300 estudantes marcharam pelas ruas do centro em memória dos primeiros mortos da Ditadura. É o momento para retomarmos essa história em defesa dos direitos sociais dos trabalhadores e contra as arbitrariedades cometidas pelo nosso Judiciário.
Muitos votantes de Bolsonaro sequer tem clareza de sua disposição de privatizar setores estratégicos, o que só aumentará as contas de água, luz e combustível. Não defendem os privilégios que o Judiciário possui para decidir praticamente tudo em nosso país. Podemos e devemos desde já mostrar nossa posição enquanto estudantes para fazer frente a ofensiva da mídia, das redes sociais e do Judiciário para que Bolsonaro seja eleito e que posteriormente passe as reformas.
Na última semana a PUC-SP emitiu nota em defesa da democracia e repudiar todas as manifestações de ódio. Os estudantes seguiram o posicionamento e decidiram por constituir comitês de organização da luta contra a extrema-direita, pela auto-defesa dos estudantes, em defesa dos setores oprimidos (veja aqui ).
Nós, do Esquerda Diário e da Juventude Faísca, presentes no curso de Direito, achamos fundamental que tenhamos uma assembleia antes da votação do 2º turno para que possamos nos posicionar em defesa dos direitos democráticos e sociais, contra as arbitrariedades jurídicas que pautaram todo o processo eleitoral e em repúdio a escalada de violência que tem nos assassinatos das figuras de Marielle e Mestre Moa sua pior expressão. Essa posição não se resume a um posicionamento meramente para a votação dia 28 de outubro, mas a preparação que devemos ter desde já para os futuros ataques às nossas condições de vida, de trabalho e de liberdade que só podemos garantir nos organizando em comitês para que todos os estudantes possam opinar, denunciar abusos, e nos somarmos as lutas, atos e manifestações.
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