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Em visita ao quartel do bope, Bolsonaro faz referência velada a volta da ditadura militar
Steffany Cardoso

Bolsonaro afirmou que o objetivo de seu governo vai ser fazer o Brasil “ser igual 40, 50 anos atrás”, quando o general linha-dura Geisel estava no poder. Foi o período de maior repressão a militantes.

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Não bastasse em pleno dia dos professores Bolsonaro decidir visitar a sede do BOPE, ainda defende que quer que o país volte a ser como na ditadura militar. O BOPE é a polícia mais assassina do país, responsável pela morte de milhares de jovens negros, das comunidades, que são arrancados das escolas pela desigualdade social e econômica que se agravou com a crise desde 2008. Mas Bolsonaro como o bom ex-militar que é, exalta as forças repressivas do Estado que matam todos os dias a população pobre. E seus assessores não mentem quando falam que foi um encontro em amigos.

Declarou que quer que o Brasil volte a ser como era à 40, 50 anos atrás e que esse é objetivo do seu governo. Mas é importante traduzir isso e deixar claro que nesses anos o país vivia uma ditadura responsável pelo sangue de centenas de jovens e trabalhadores que lutaram contra a repressão – e pelo sangue de seus familiares também.

Quando um presidenciável diz “tô dando continência pro coronel, mas quem vai mandar no Brasil serão os capitães”; ele na verdade está fazendo uma ameaça. Prova disso está dada com Carlos Bolsonaro afirmando nas redes sociais que as centrais sindicais devem ser dizimadas.

As declarações de Bolsonaro e de seus apoiadores podem ser consideradas como peças de um quebra-cabeças (podemos até fazer um trocadilho) onde o resultado final é repressão, opressão e exploração da classe trabalhadora e da juventude. Afinal, não é segredo que o candidato idolatra o general Ustra – que torturaram mulheres grávidas e crianças durante a ditadura. Agora, faz referência aberta aos anos manchados de sangue pelas mãos de Geisel.

Seu racismo, machismo, homofobia e xenofobia são peças que se encaixam com os ataques que planeja aplicar contra os trabalhadores. A reforma trabalhista que defende, a retirada dos livros de história das escolas e as 50 privatizações no primeiro ano serão empurradas para garantir o lucro dos imperialistas. Portanto, não é por acaso que Bolsonaro e seus filhos querem a supressão dos sindicatos: eles querem impedir que nos organizemos e que transformemos nosso ódio em luta!
A cúpula de seu mandato abrange o que há de mais reacionário e entreguista do país. Os militares sempre estiveram sujeitos aos interesses do capital internacional; e agora tentam vender a preço de banana todas as riquezas do Brasil. Em conjunto distribuem um combo de ataques aos trabalhadores com a reforma da previdência, trabalhista, a terceirização e a censura numa tentativa de fazer com que a população pobre pague por essa crise.

Bolsonaro usa a segurança pública como bastião de sua campanha. Mas ignora os mais de 50 casos de agressões que aconteceram desde o resultado do primeiro turno em seu nome. Ele ignora a agressão que a irmã de Marielle Franco sofreu no Rio de Janeiro, junto de sua filha. Ele desdenha do assassinato do Mestre Moa na Bahia. Ignora a suástica rasgada na pele de uma mulher em Porto Alegre. E ignora as centenas de mulheres que morrem todos os dias vítimas da violência machista que ajuda a propagar. Fala em defesa da família, mas defende uma intervenção federal no Rio de Janeiro que está destruindo famílias toda vez que mata um jovem; e ameaça tomar as terras das famílias indígenas. Abomina a educação sexual nas escolas, fala que é responsabilidade dos pais, mas diz que o Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser jogado na latrina. Quando fala de educação culpa a esquerda pela precarização; mas coloca como proposta a educação básica na modalidade à distância.

Bolsonaro não é um mero conservador; ele é o que há mais grotesco na política brasileira. Ele é uma real ameaça a vida das mulheres, juventude, negros, LGBT’s e indígenas. Sua figura condensa o ódio contra nós com os interesses dos capitalistas. É urgente que nos organizemos para combater essa extrema-direita. Precisamos já construir em cada local de trabalho e estudo comitês massivos que sejam capazes de transformar nosso ódio em organização e luta.

 
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