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PSL
Dono da sigla de Bolsonaro (PSL) foi envolvido em investigação de lavagem de dinheiro
Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN
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(à direita de Jair Bolsonaro, Luciano Bivar, fundador, deputado e ex-presidente da sigla PSL)

Luciano Bivar é o pernambucano que fundou, em 1990, e desde então presidiu a sigla do atual partido de Jair Bolsonaro, o PSL, com quem se associou para ganhar uma cadeira na Câmara de Deputados nessas eleições. O passado de Bivar, no entanto, põe sob suspeita o questionável compromisso de Bolsonaro com a “moralidade” e contra a corrupção.

Em 2002, em um caso que a Polícia Federal considerou inconclusivo, Bivar foi envolvido diretamente a uma rede de transações milionárias durante seis anos, que movimentaram mais de R$200 milhões de reais. A investigação começou a partir de um dossiê de 5 mil páginas produzido pelo Banco Central e entregue à Procuradoria da República em Pernambuco. Se tratava de uma enorme e complexa rede que recebia depósitos cuja origem suspeitava-se ser fruto de desvios e de lavagem de dinheiro.

A Anacor Câmbio e Turismo foi apontada como uma empresa que fazia as remessas ilegais de dinheiro para fora do Brasil em um depoimento de Alexandre Magero Araújo, que afirmou na época ter descoberto supostas contas de políticos no exterior em 1996 quando trabalhava na agência. Esse depoimento parecia se combinar com o que afirmava os documentos do BC.

Os documentos envolviam a diretamente a Anacor, Josebias Vitorino da Silva (sócio da empresa até 1998), outras agências de câmbio e turismo, além de laranjas e empresários nordestinos, segundo informações de reportagem da revista Isto É. Alguns anos antes da saída de Josebias, no entanto, o BC descredenciou a Anacor como instituição autorizada a trabalhar com troca de reais por dólares e remessas ao exterior.

Porém, ainda segundo o documento, em fevereiro de 2001, a Anacor foi flagrada querendo trazer o equivalente a US$ 155 mil do exterior. A movimentação financeira foi recusada porque a conta da empresa que seria usada para receber o dinheiro estava paralisada há anos. Três meses depois, Josebias recebeu um cheque em nome da Anacor, no valor de R$ 336 mil.

Uma teia de receptores de depósito que incluíam agências e empresários ligados a Anacor, além de laranjas. De lá o dinheiro seria repassado a outros destinos, boa parte deles foram contas que levavam a Luciano Bivar via cheques da Sasse, seguradora da Caixa Econômica Federal, o que levantou a suspeita de desvio de verbas destinados ao pagamento de indenizações em sinistros de imóveis.

Bivar era dono de uma das seguradoras responsável pela vistoria, avaliação de danos e reparos em imóveis segurados pela Sasse. A Brasitur, também de Bivar, aparecia nos documentos do BC como beneficiária de recursos movimentados pelo esquema.

Ele também era presidente do Sport Clube do Recife na época em que apareceram cheques associados ao esquema totalizando R$ 1 milhão nas contas do clube.

Ao ser questionado sobre o caso pelo Valor Econômico em 2006, quando concorreu à presidência (terminando em último colocado), Luciano Bivar se defendeu: "Nada foi comprovado. Tanto que fui excluído do processo movido pela Polícia Federal", diz.

Foi ele também quem recebeu Bolsonaro de braços abertos para a sigla do partido, pela qual voltou a se candidatar e conquistar uma cadeira de deputado, deixando um substituto na presidência do partido, até então nanico. Se apoiou na fama do seu discurso de ódio, nas promessas autoritárias de perseguir todo tipo de ativismo, legalizar o porte de armas e escravizar os trabalhadores, no político tradicional mais virulento do Congresso, para alavancar uma sigla de oportunistas falso-moralistas.

Junto ao ex-militar ingressaram as figuras mais odiosas da política, tal como o ator pornô Alexandre Frota, os filhos de Bolsonaro, a advogada Janaína Pascoal e outros reacionários da pior estirpe, militantes do golpe institucional do "combate ao comunismo". Não passam de farsantes que ingressaram na política discursando pela moralidade e o combate a corrupção.

Uma agrupação de escravistas que passarão a competir com a bancada petista no Congresso. Dentre os deputados, boa parte brigou pelo cargo pela primeira vez. No entanto, não mascaram o histórico que o fundador e principal financiador dessas candidaturas (que deteve para si 20% do fundo partidário), Luciano Bivar.

Agora que ingressam a “política real”, recebendo apoio de uma série de empresários e das finanças imperialistas, entraram de cabeça nos negócios parlamentares com os capitalistas, principal fonte de desvios e enriquecimento ilícito. A família de Bolsonaro tampouco é novata nessa área, vide que o que os longos anos de políticos profissionais lhe renderam ganhos significativos em patrimônio.

 
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