Após domingo, o resultado que colocou Bolsonaro como favorito do segundo turno, deixou centenas de estudantes preocupados com o caminho que vai o país, a partir das eleições manipuladas. O clima de medo e insegurança começaram a se expressar fruto da ofensiva da extrema direita, que pela primeira vez, se demonstrou ativa e militante perseguindo, insultando e agredindo pessoas contrárias a Bolsonaro e seus ideais.
Foi neste contexto que a assembleia estudantil surgiu como uma resposta a esta situação. E serviu para fortalecer os estudantes e demonstrar a poderosa força do movimento estudantil organizado. As mulheres foram linha de frente da assembleia, com diversas falas e propostas demonstrando o espaço que viemos ocupando na política.

A partir da abertura do DCE sobre o tema, se desenvolveu diversas analises sobre a conjuntura nacional, os caminhos que nos trouxeram até aqui e se encaminharam diversas propostas, entre elas, que a assembleia fosse dedicada a homenagem do Mestre Moa, o capoeirista combatente do racismo que foi brutalmente assassinado por criticar Bolsonaro e defender a candidatura de Fernando Haddad. Assim como se propôs também que recuperássemos a memória dos militantes que enfrentaram a ditadura militar e utilizássemos como exposição na universidade para demonstrar a luta de ontem e de hoje.
Foi deliberado um Comando de Mobilização dos estudantes da UFABC que dialogue com ambos os campus e fomente a organização tanto no período matutino, quanto no noturno, incorporando os estudantes à luta contra o Bolsonaro e o fascismo com dezenas de panfletagens em diferentes bairros de São Bernardo, Mauá e Santo André, além de um trabalho nas redes sociais, especialmente o WhatsApp. E a incorporação dos estudantes no ato público "Em defesa da democracia, universidade pública e da UFABC" convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFABC e pelo Associação dos Docentes da UFABC (ADUFABC).

Aprovou-se uma carta dos estudantes da UFABC em dialogo com as demais universidades que estão realizando assembleias e planos de luta para que possamos coordenar um movimento nacional. Como parte dessa política, surgiu também o chamado à União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) à organizarem uma luta séria contra Bolsonaro. Foi informado por representantes da oposição da entidade que haverá uma reunião nesta sexta-feira (12), onde poderão ser levados estes questionamentos.
Também foi aprovada por 48 votos contra 30 que pediam a supressão, a proposta de uma carta de exigência as centrais sindicais que convoquem assembleias nos locais de trabalho, como parte de forjar uma aliança do movimento estudantil com a classe trabalhadora, na enorme tarefa de superar as direções sindicais que apostam exclusivamente na saída eleitoral e não querem levar o nosso ódio ao terreno da luta de classes.
Os estudantes reunidos em assembleia também manifestaram seu apoio a luta das cotas trans que está em fase de votação no próximo dia 23 de Outubro.
Veja a publicação do DCE sobre as resoluções abaixo:
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