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A Apeoesp deve convocar imediatamente a luta contra Bolsonaro, não há tempo a perder
Marcella Campos
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O fortalecimento de Bolsonaro, herdeiro legitimo da ditadura militar, quase o colocou direto na presidência, já no primeiro turno. Bolsonaro é o representante de tudo que há de pior na sociedade brasileira. As pesquisas eleitorais, que mostra seu favoritismo, e as notícias cada vez mais recorrentes de casos de violência, com conteúdo machista, racista e homofóbico, mostram a urgência no combate do ascenso dessa extrema-direita tão reacionária, que visa atacar de forma selvagem a educação pública, os trabalhadores, mulheres, indígenas, negros, LGBT’S e degradar ainda mais as nossas vidas.

Desde o início viemos denunciando através do Esquerda Diário, em cada escola, em cada reunião com professores e em cada instância do sindicato a manipulação gritante dessas eleições pelo judiciário arbitrário, que contou com a ajuda da tutela das Forças Armadas da grande mídia, do judiciário e para impedir que a população votasse em quem quisesse e para que fosse o PSDB escolhido para a continuidade do golpe fosse o favorito. Mas Alckmin não emplacou e assim Bolsonaro se tornou a aposta viável para continuar os ataques, sendo alçado com o apoio de importantes e poderosos blocos burgueses, do imperialismo norte americano e das bancadas da Bala, do Boi e da Bíblia.

Fizemos essa denúncia de forma intransigente, mas sem deixar de criticar o PT, que durante seus anos de governo fez acordos e pactos com os capitalistas e a direita, e essa estratégia de conciliação foi o que abriu o caminho para o golpe e agora a extrema-direita, encarnada por Bolsonaro e Mourão.

Um governo de Bolsonaro-Mourão tentará passar todos os ataques mais duros, tão almejados pela burguesia, em aparente “democracia”, em força tarefa com um Congresso ainda mais reacionário, eleito no último domingo. Mas não hesitará caso seja necessário sacrificar as instituições “democráticas” para impor seu projeto. Mourão já falou inclusive de “auto-golpe”.

Acompanhamos todos os que veem hoje na candidatura de Fernando Haddad uma forma de impedir a vitória eleitoral de Bolsonaro, e por isso votamos criticamente na candidatura de Haddad.

Mas não podemos apostar na estratégia eleitoral, como faz o PT. A estratégia eleitoral, e a confiança na justiça não foram capazes de impedir o avanço do golpe. Os ataques nas ruas e as declarações golpistas de Mourão e Bolsonaro saudosos da ditadura deixam muito claro que esse combate não será apenas nas urnas. Não podemos esperar os poucos mais de dois meses que faltam para uma possível posse de Bolsonaro, ainda mais fortalecido, para reagir e colocar nas ruas todo o rechaço legitimo que grande parte da população expressa contra o candidato defensor das torturas.

O projeto de educação de Bolsonaro é claro, Escola Sem Partido, ensino à distancia para todos os ciclos, escola militares, corte de investimento, BNCC e Reforma do Ensino Médio. É dessa forma que Bolsonaro tentará derrotar a força dos professores.

Nós, professores, somos uma categoria que na história do país deu diversos exemplos de luta. Foi resistência na ditadura militar e no período mais recente se posicionou com força contra o golpe institucional promovido pela Lava Jato. Fomos linha de frente nas greves e mobilizações do ano passado, que barraram a reforma da previdência. Somos os parceiros mais diretos da juventude, que segue querendo lutar, e por isso temos sido alvo da extrema-direita.

Apesar do fortalecimento de Bolsonaro sabemos que a classe trabalhadora não está derrotada e deve se organizar. Ano passado protagonizamos duas grandes paralisações nacionais que frearam a reforma da previdência de Temer, e só não aumentamos nossa luta para frear a reforma trabalhista porque a CUT e a contiveram a energia de nossa classe para canalizá-la por dentro de sua estratégia eleitoral.

Mas agora é a hora de romper a paralisia. É a vida dos trabalhadores e trabalhadoras que está em jogo. Precisamos desde já nos preparar para os combates que estão por vir organizando uma força militante nos locais de trabalho e de estudo que seja capaz de impor a unidade na ação dos sindicatos e movimentos sociais para enfrentar os ataques da extrema direita de forma não rotineira, ou seja, impor uma ampla frente única da classe trabalhadora que responda com uma firmeza à altura dos ataques, sem o que será impossível quebrar o bloco reacionário que se constituiu por trás de Bolsonaro.

É com essa perspectiva que defendemos que o sindicato dos professores do estado de São Paulo, a Apeoesp deve atuar.

A Apeoesp precisa chamar já reuniões e plenárias regionais nas subsedes, uma grande assembleia para organizar um plano e colocar de pé comitês de luta e de auto-defesa para derrotar nas ruas e com a força dos professores e da população Bolsonaro e todo o reacionarismo que o acompanha. Bebel Noronha, presidente do sindicato, foi eleita deputada estadual pelo PT e a direção majoritária da Apeoesp (PT e PCdoB) se mobilizou para isso. Agora precisa usar a visibilidade conquistada durante a campanha eleitoral e a estrutura da Apeoesp para convocar os professores, que em sua grande maioria estão dispostos a se organizar para derrotar a extrema direita.

As mulheres, que são maioria entre o professorado, já mostrou que é um combustível poderoso contra Bolsonaro nos atos #EleNão, por isso a Apeoesp deve também colocar a secretaria de mulheres do sindicato a serviço dessa luta, chamando professoras, funcionárias, alunas e mães de alunos para se organizar junto aos professores em um comitê de luta.

Nós, do Movimento Nossa Classe Educação, estamos batalhando em cada escola e em cada região para derrotar Bolsonaro e todo o retrocesso que ele representa, mas achamos que a nossa vitória tem que ser construída nas ruas, lutando de forma organizada e com os nossos sindicatos a serviço disso. Por isso chamamos os professores a tomarem em suas mãos essa exigência a Apeoesp, construindo desde já comitês que aprovem medidas como essa para derrotar a extrema-direita.

 
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