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PATRIMÔNIO FAMÍLIA BOLSONARO
Campanha “digite 432% no Google” viraliza e denuncia patrimônio de Eduardo Bolsonaro
Laura Scisci
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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Desde o começo desta semana, a campanha virtual “Digite 432% no Google” viralizou nas redes sociais e ganhou grande repercussão através de inúmeras postagens. Este número representa o crescimento dos bens patrimoniais do deputado federal Eduardo Bolsonaro entre os anos de 2014 e 2018. Ao digitar esse valor no site de pesquisa, o internauta é direcionado a diversas matérias que relatam a elevada evolução patrimonial do candidato à reeleição pelo PSL-SP e filho do presidenciável Jair Bolsonaro.

De acordo com a declaração de bens apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2014, ano em que Eduardo Bolsonaro foi eleito pela primeira vez, seu patrimônio equivalia a R$262 mil atuais (corrigidos segundo os índices oficiais de inflação). Já neste ano, o candidato declarou possuir R$1,395 milhão em bens, o que corresponde ao espantoso crescimento de 432%. Já seu irmão e candidato a senador pelo PSL-RJ, Flávio Bolsonaro, também expandiu seu patrimônio em 55% desde 2010. O pai de ambos e candidato à presidência Jair Bolsonaro declarou neste ano possuir bens que totalizam R$2,286 milhões, o que o coloca como o sétimo presidenciável com maior patrimônio nessas eleições. Se comparado ao valor declarado em 2006, quando foi reeleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, os números sinalizam um crescimento de 168%. No começo deste ano, ganhou repercussão na mídia a denúncia de que ambos deputados federais Jair e Eduardo Bolsonaro recebem do Estado o valor de R$6.167 mensais em auxílio-moradia mesmo possuindo um imóvel em Brasília, sendo que o candidato à presidência acumula o benefício desde 1995. Além do apartamento no nome de Jair Bolsonaro na capital federal, os políticos da família possuem mais de 12 imóveis no Rio de Janeiro, a maioria tendo sido adquirida na última década.

É importante ressaltar que em meio ao cenário eleitoral conturbado deste ano, com eleições claramente manipuladas pelo Judiciário, o líder nas pesquisas entre os candidatos à presidência segue sendo Jair Bolsonaro – a última pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta terça-feira (02) aponta o candidato com 32% das intenções de voto. Em transmissão ao vivo em sua página no Facebook na última segunda-feira (01), declarou que, se eleito, vai “quebrar esse sistema”, propondo a redução de ministérios, a privatização de empresas estatais que não sejam “estratégicas” e a quebra de sigilo de transações do BNDES para revelar como o banco foi usado nos governos petistas.

O bolsonarismo se consolida como uma força completamente hostil ao petismo, tendo primazia do voto antipetista, quando na verdade foi alimentado e ganhou suas bases pela própria estratégia petista de passividade e conciliação. A adesão do PT a políticas neoliberais, sua política de conciliação de classes em relação aos interesses dominantes e sua assimilação dos métodos de corrupção próprios do capitalismo aprofundaram a crise de representação política no país, que abriu espaço para que uma figura representante da “antipolítica” como é Bolsonaro hoje se fortaleça e desponte nas pesquisas eleitorais. O candidato da extrema-direita não poupa esforços em seus discursos racistas, misóginos e homofóbicos, mas, mais do que isso, o que consolida sua base eleitoral é o discurso de quem se constrói na figura do “outsider” na política e propõe soluções “fortes” e “definitivas” para a crise que o país atravessa, capazes de subverter a lógica do sistema, apresentando seu programa reacionário como uma saída viável a setores significativos do agronegócio e do latifúndio, da pequena-burguesia urbana e rural, de trabalhadores da classe média e de agentes do aparato repressivo estatal, sobretudo nas regiões Sul e Centro-Oeste/Norte, onde se concentra a maior parte de seu eleitorado.

Os dados espantosos que vieram à tona com a campanha dos “432%” escancaram, por um lado, a falácia do argumento do qual se vale Jair Bolsonaro para alçar sua campanha eleitoral, de um candidato sem “papas na língua” que não se compromissa com as elites políticas e governamentais, e que representaria uma suposta renovação na política à frente da presidência do país. Bolsonaro está em seu sétimo mandato e tem carreira profissional na política há mais de trinta anos, legado que seus filhos também já seguem. Por outro lado, o crescimento patrimonial da família Bolsonaro nos últimos quatro anos mostra a que veio o golpe institucional no país: para enriquecer e beneficiar setores como a casta política reacionária representante dos interesses da classe dominante, como são os Bolsonaro, que atentam contra os direitos democráticos mais elementares das mulheres, dos negros, dos LGBTs, dos trabalhadores e da juventude, enquanto descarregam, com mais ataques e reformas, os efeitos da crise capitalista sobre nossas costas. É necessário construir uma força anticapitalista se proponha a combater a extrema-direita nas ruas e não apenas nas eleições mediadas pelo Judiciário que sequestra o voto de milhões de pessoas e retira da população o direito de decidir em quem votar, e que enfrente também os interesses dos golpistas com os quais o PT agora busca se conciliar.

 
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