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IGREJA E ESTADO
Padre apoia Bolsonaro em missa atacando mulheres e LGBTs: "o único cristão que temos aí"
Amanda Navarro

Quanto mais se aproxima o dia das eleições, diversos setores vão buscando mostrar suas alianças: a Igreja não é diferente. Padres vem mostrando apoio à candidatura de Jair Bolsonaro, sob argumentos reacionários e conservadores como "contra legalização do aborto, casamento gay e pela palavra de Deus", escancarando como está intrínseca a luta contra a extrema-direita e pela separação efetiva da Igreja e do Estado.

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Moacir Franco, padre católico de Brasília, no último domingo em meio há uma missa reunindo centenas de pessoas declarou apoio à Jair Bolsonaro. Durante a missa, o padre aborta o processo eleitoral que chega ao fim neste domingo dia 7 de outubro, e em referência ao movimento de mulheres, afirma: " Nele não. E eu te digo nele sim. Exatamente nele sim que é o único cristão que temos aí."

Utilizando o slogan da campanha de Jair Bolsonaro, o padre completa: "O Brasil acima de tudo e deus acima de todos, não é isso?". Em seguida, o padre deixa claro o que de fato impulsiona seu apoio à candidatura do reacionário Jair Bolsonaro e a Igreja intervindo na política perpetuando os ataques históricos desta instituição contra mulheres e LGBTs. "Nele sim, porque só ele é contra o aborto, só ele é contra o casamento gay."

Veja o vídeo abaixo:

A influência da Igreja no campo político dentro de um Estado, que por teoria deveria ser laico, barra avanços de lutas históricas dos movimentos de setores oprimidos. Recentemente, as mulheres argentinas protagonizaram um levante de milhões pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Foi diante desse cenário que setores a Igreja e setores da política alinhados ao seus interesses, impedir a aprovação da lei que legalizava do aborto.

Todo os anos, milhares de mulheres morrem por abortos clandestinos, realizados em condições inseguras e totalmente insalubres. No Brasil, mortes por aborto clandestino são a 4ª causa de morte materna e todos os anos cerca de 850 mil abortos são realizados, denunciando que a ilegalidade não impede que mulheres façam, mas as colocam, principalmente as mais pobres, totalmente vulneráveis, correndo risco de vida.

É diante deste dado escandaloso que a Igreja perpetua discursos reacionários e conservadores históricos contra lutas de setores oprimidos, e fecha seus olhos às milhares de mortes de mulheres. Isso mostra que, tanto a luta das mulheres, como dos LGBTs pelo direito ao casamento, está ligada de maneira indissolúvel à luta pela separação efetiva da Igreja com o Estado.

Marcham ao lado da candidatura de Bolsonaro os setores mais reacionários da Igreja, de parlamentares que apoiam os maiores retrocessos para a classe trabalhadora e para a população: Escola Sem Partido; exclusão de Educação Sexual e de gênero nas escolas; projeto de privatizações, inclusive da Petrobras; e uma forte agenda de ajustes e reformas. Apoiado por um vice, General Hamilton Mourão, que atribui o tráfico e a violência às famílias pobres, ataca os direitos trabalhistas conquistados na luta, como o 13º salário e férias. Assim como não apenas setores da igreja católica, mas também da igreja evangélica, como declarou apoio à Bolsonaro esta semana o pastor Edir Macedo.

A luta pela separação efetiva entre o Estado e a Igreja, bem como o avanço na extrema-direita sobre mulheres, negros, LGBTs e indígenas, não se dará na escolha de um "mal menor" nessas eleições, que desde o início se mostraram manipuladas pelo judiciário golpista, que utilizou-se de mecanismos como a Lava-Jato para garantir melhores localizações dos candidatos de interesse da burguesia. Bolsonaro, filho bastardo da lava-jato, não surge do acaso: é fruto da aliança do PT em anos de governo, com setores da direita em nome da governabilidade, do não combate ao golpe e sua continuidade, bem como do avanço do judiciário sobre os trabalhadores e a população.

Assim, a resposta não esta naqueles que novamente sinalizam acordos com golpistas, como faz o candidato do PT, Fernando Haddad, ao se mostrar alinhado à setores do mercado e figuras notórias do golpe como Renan Calheiros e até mesmo ampla ala dos tucanos.

Ato "Mulheres Contra Bolsonaro" em São Paulo dia 29 de setembro

A resposta está na força da mobilização dos trabalhadores, mulheres, negros, LGBTs, que neste último sábado (29) colocou centenas de milhares nas ruas em repúdio à candidatura do reacionário Bolsonaro. É preciso lutar contra a extrema-direita, contra o golpe e sua continuidade, contra o avanço do judiciário, depositando a confiança nos métodos históricos da classe trabalhadora: na organização e na mobilização.

 
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