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ELEIÇÕES 2018
Fernando Haddad classifica Bolsonaro como "parto necessário"
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

Em suas palavras ’’Não tem como se desenvolver do ponto de vista institucional sem passar por alguns partos’’. (...) ’’As nações que chegaram ao desenvolvimento, que a gente respeita, passaram por momentos tão dramáticos quanto o que nós estamos passando agora’’.

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Nelson Pereira/ AFP/ Getty Images

Numa reunião com artistas em São Paulo nesta quarta feira, o candidato Fernando Haddad defende que se encare a expressividade de Jair Bolsonaro nesta eleições como um parto necessário para o desenvolvimento.

Como um bom liberal, Haddad enxerga que a existência de Jair Bolsonaro é apenas um percalço de uma suposta democracia que vai se desenvolver plenamente. Quando ele faz este tipo de afirmação, o PT mostra que não está disposto a questionar a existência de Jair Bolsonaro e muito menos está disposto a organizar uma grande luta, pois Bolsonaro é apenas um ’’parto’’ de uma suposta democracia plena que está em evolução.

Ao contrário do que coloca Fernando Haddad, o candidato reacionário Jair Bolsonaro não é um parto, mas sim uma das expressões concretas de como este regime é contra os trabalhadores, as mulheres, negros e homossexuais. Para se questionar Bolsonaro, tem que se questionar profundamente este regime, que passou por um golpe institucional e os ataques contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade que esta em curso.

Mas para Fernando Haddad, ’’Se a gente vencer essa etapa, nós vamos olhar para trás e, ao invés de acusar aqueles que querem votar no Bolsonaro e tudo o mais, vamos compreender que é uma parte de um sentimento que se expressou dessa maneira, como uma febre alta, mas que foi importante em determinado momento para gente pensar que tem uma coisa errada com esse organismo aqui e vamos cuidar dele porque é muito importante para nós’’.

Bolsonaro é um candidato que destila seu ódio contra todas as minorias e que tem ao seu lado, um típico representante do capital financeiro, o ultra-liberal, Paulo Guedes. Um "neo-liberal de porrete" que quer atacar as organizações de trabalhadores e do povo pobre. Para vence-lo não basta derrota-lo nas urnas.

Mesmo derrotado nas urnas, continuará com sua base consolidada, e as forças armadas permanecerão politizadas como estão hoje.

O próprio fato de ele ter emergido não é mero acaso, como Haddad quer que creiamos, mas sim, nos anos do período Lula e Dilma, junto a excrescência dos pequenos partidos fisiológicos que o PT conciliava se forjou como uma figura própria do regime de 88 erguida sob as frágeis bases de um pacto de "transição lenta, segura e gradual".

Queremos alertar que Haddad nesse momento não é nenhuma alternativa real ao Bolsonaro. Que está indo em direção a tentativa de forjar um novo pacto com os mesmos golpistas que derrubaram Dilma, e foram a base de Temer. Com o MDB, e até mesmo com setores do PSDB. Por isso, chamamos a todos a ficarem atentos com o enganoso mal-menor, que no fundo impede que emerja uma alternativa independente. Não queremos colocar nossas forças para reavivar a velha conciliação que já nos levou a um golpe, e sim apostar na mobilização independente dos trabalhadores, da juventude, do povo pobre, como o meio que efetivamente possa barrar a extrema-direita e os golpistas.

O ódio legitimo de milhares de pessoas sentem contra Jair Bolsonaro não pode ser canalizado pelo PT que quer pactuar com os setores golpistas para prosseguir os ataques contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade. Este mesmo PT que nunca travou nenhuma batalha contra a extrema direita, muito pelo contrário deixou com que ela se fortalecesse.

Isto mostra da necessidade de um movimento que questione Jair Bolsonaro, mas que se coloque contra os golpistas e os ataques que estão em curso com o Temer e que o próximo candidato vai dar continuidade. Para isso, é necessário um movimento independente aliado aos trabalhadores, que se coloque contra as alternativas bastante oportunistas de setores que querem se apropriar do movimento.

 
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