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MULHERES CONTRA BOLSONARO
Relembre algumas das atitudes machistas de Bolsonaro
Lia Costa
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Do Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro é o candidato com maior rejeição entre os presidenciáveis para as eleições de 2018, com 43%, e o que possui maior rejeição do eleitorado feminino, com 50% de rejeição.

Há quase 30 anos na Câmara, o político se promoveu com a adoção de discursos machistas, racistas, homofóbicos e em defesa da ditadura militar. Apoia as privatizações, querendo vender o patrimônio público brasileiro, para a alta burguesia nacional e internacional, tentando se tornar um presidenciável viável para o imperialismo. Pode-se destacar ainda que apoia o “escola sem partido” com o intuito de aplicar uma doutrinação militar, controlando o que se pode ou não ensinar e aprender nas escolas; e a intervenção federal no Rio de Janeiro, defendendo o “direito” de militares matarem no Rio, assim como matavam as tropas brasileiras no Haiti. Intervenção essa que assassinou Anderson Pedro Gomes e a vereadora, mulher e negra, Marielle Franco.

Bolsonaro carrega em sua trajetória política, diversos ataques às mulheres. Defende, com “unhas e dentes’, que mulheres ganhem menores salários do que os homens, colocando-se ao lado dessa opressão do patriarcado.

No programa CQC, em 2011, ao ser perguntado por Preta Gil: “o que você faria se seu filho se apaixonasse por uma negra?”. Bolsonaro respondeu: “Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”.

Continuando seus ataques, em 2014, em uma sessão na Câmara, atacou a deputada Maria do Rosário, pela segunda vez, afirmando que não a estupraria, pois ela não “merecia”, se tornando assim réu por incitação ao estupro.

Em 2017, ofendeu uma repórter da Rede TV! durante uma entrevista, chamando –a de “idiota” e “ignorante”. E completou dizendo que não queria discutir porque ela era muito bonita.

Essas são apensas algumas das situações em que esbravejou seu machismo. O descontentamento e revolta hoje são tamanhos com as declarações machistas de Bolsonaro, que tomaram conta, primeiro das redes sociais, e agora tomará as ruas. Assim, nesse mês foi chamado um ato, para o próximo dia 29 de setembro, em algumas cidades brasileiras e também em outros países, intitulado de “Mulheres contra Bolsonaro”. O número de confirmações e interessados no evento cresce rapidamente. Devido a isso, a página do evento foi até mesmo hackeada e atacada por apoiadores do candidato.

Ele pode ser visto como um louco pelas pessoas que nunca votariam nele. Entretanto, essa conclusão não chega a fundo no propósito que o mesmo quer atingir em seu discurso, que destila racismo, machismo e homofobia como forma de validar não somente seus pensamentos, mas sobretudo, o seu programa. Programa esse que tem como objetivo reforçar o patriarcado, aprofundar ainda mais o golpe institucional, seguir com ataques à classe trabalhadora e fazer com que milhares de jovens, negros, LGBTs e mulheres, sintam na pele as atrocidades do capitalismo. O candidato mesmo já se colocou a favor dos ataques à classe trabalhadora, quando afirmou que “o trabalhador vai ter que decidir: menos direito e emprego ou todos os direitos e desemprego”. Por isso, a luta das mulheres deve estar sim atrelada à luta da classe trabalhadora.

Como disse Diana Assunção, em uma atividade na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “é impossível pensar a nossa estratégia de luta, por fora desse cenário político. Não há separação entre a luta das mulheres e com qual estratégia a gente vai enfrentar essa situação política”, pois “se ganhar um governo como Bolsonaro, já está bem evidente o nível de ataques que vão vir pra gente. Mas se ganharem outros governos, também existem outras estratégias que estão colocadas, de manutenção dessa sociedade capitalista, que inclui descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores, e que vai recair duplamente sobre as costas das mulheres”.

Veja mais: Mulheres contra Bolsonaro, o golpismo e para que os capitalistas paguem pela crise

Por isso mesmo, seria pequeno pensar que o “#Elenão” responderia aos problemas em conjunto, seguindo assim com uma lógica da busca pelo “mal menor”, acobertando os maiores inimigos das mulheres e da classe trabalhadora: a elite e o Estado burguês. Qualquer governo que assuma o país, inclusive o PT, irá governar pelos interesses da burguesia nacional e do imperialismo. Claro que, não se pode igualar um governo do outro, pois um governo “Bolsonaro”, da extrema-direita anti-operário, não terá o mesmo perfil que o um governo petista de conciliação de classe e com acordos políticos com os golpistas. Entretanto, os ataques contra a classe trabalhadora serão realizados, mesmo que de maneiras e intensidades diferentes. É preciso entender que enquanto não se romper com a ideologia e política capitalista, qualquer governo que siga, estará ainda sendo o “balcão de negócios” da alta burguesia nacional e internacional. E o PT não governou em prol desse rompimento. Muito pelo contrário. Governou demonstrando na prática o que é um governo de conciliação de classes, onde nem mesmo diante de um golpe institucional, colocou as massas nas rua para lutar contra o golpe e muito menos contra as reformas. O que se pode esperar de um governo tão conciliador, que não legalizou o aborto, que hoje é uma pauta de saúde pública e afeta principalmente as mulheres negras e pobres, porque preferiu privilegiar seus acordos políticos com a bancada religiosa?

BASTA! Que uma grande luta se construa contra Bolsonaro e contra o projeto de Haddad de se unir aos golpistas, buscando uma saída anticapitalista e independente do PT, que abriu espaço para o golpe e essa extrema-direita. Entendendo que eleger um ou outro não mudará as misérias que são causadas pelo capitalismo. Lutemos por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana (http://www.esquerdadiario.com.br/O-papel-da-Constituinte-Livre-e-Soberana-para-os-revolucionarios) onde serão discutidos todos os problemas, apresentando medidas para que os capitalistas paguem pela crise. Venha conosco construir o bloco do Pão e Rosas no ato do dia 29 de setembro.

 
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