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Câmeras com som na FFLCH: Direção da faculdade avança contra a organização de estudantes, funcionários e professores
Patricia Galvão
Diretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil
Mateus Castor
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A diretoria da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP) registrou a intenção de comprar (ver ata de registro de preços aqui) 125 novas câmeras de quase mil reais cada uma, altamente tecnológicas, e que acompanham até MICROFONES. Mostram-se a gestão do diálogo, como tanto reafirmam. Agora, poderão ouvir alunos, trabalhadores e professores em qualquer lugar e hora através do som captado pelas câmaras. Vinte dessas câmeras devem já ser instaladas na faculdade no início de outubro.

Uma conta simples mostra que será gasto R$ 123.125,00 em aparato repressivo espalhado pela faculdade. Enquanto isso, a diretoria cinicamente se apropria como vítima da factual falta de verbas, mantendo as cotas de impressão da pró aluno ridículas, não disponibilizando bolsas acadêmicas e de permanência, mantendo cursos como a Letras num verdadeiro caos pela falta de professores e espaço para os alunos.

A direção da FFLCH com isso avança ainda mais contra a organização dos trabalhadores e estudantes. Não bastasse as câmeras já instaladas nos corredores, algumas voltadas para espaços estudantis, agora a direção da faculdade que saber o que alunos, professores e funcionários planejam nos seus espaços. Afinal, por que colocariam câmeras com microfones?

Vale lembrar que essa mesma direção da faculdade transferiu funcionários à revelia, mesmo tendo dito em vários momentos, que não faria transferências sem o consentimento dos funcionários, ameaçou de transferência trabalhadores que exerceram seu direito de greve, que resultou em uma forte paralisação da STI da FFLCH (Informática e Audiovisual) em julho. Essa direção também tentou, com acusações levianas, silenciar os representantes estudantis em defesa da autonomia dos espaços de estudantes em reunião de congregação da faculdade Maria Arminda já instalou câmeras comuns pela FFLCH e tomou medidas para dificultar a utilização dos espaços da faculdade por parte da comunidade universitária e externa, chegando a trazer a PM para reprimir brechós e ameaçando a expulsão dos vendedores do aquário. Higienismo e elitismo não faltam.

Em poucos anos o número de vigilantes caiu pela metade. A direção da faculdade, com o falso discurso da segurança fecha postos de trabalho, e aumenta a vigilância sobre estudantes e trabalhadores.

Parece que a gestão de Maria Arminda vem se inspirando no aumento da repressão a nível nacional e decidiu trazer um pouco disso para nossa faculdade. Tudo aquilo que as classes dominantes desejam, assim como o Reitor da USP, Vahan, o máximo controle e vigilância sobre aqueles que têm a potência de organizarem-se contra os ataques que virão com o próximo governo e pelas mãos dessa reitoria.

Não se trata de segurança. Essa ação da diretoria mira em alvos: o movimento de trabalhadores e estudantes, até os professores estão na reta desse absurdo. Querem nos intimidar com espionagem estatal, recurso que causaria inveja em Sérgio Moro. Tentam impedir a luta contra a precarização, desmonte e privatização da USP. Após as eleições, seja quem ganhe, a universidade pública estará na mira de mais ataques.

Isso é um ataque direto às organizações e entidades estudantis e de trabalhadores, é preciso que o DCE e os Centros Acadêmicos da FFLCH se articulem com os funcionários e professores contra esse absurdo. O movimento estudantil precisa retomar sua força para dar uma resposta à altura dos ataques já impostos e aqueles que se aproximam.

 
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