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MULHERES
Em Campinas, dois feminicídios em 48h. Tomar as ruas no dia 29 por Fernanda e Camila!
Vitória Camargo

Na última semana, em menos de 48h, ocorreram dois brutais feminicídios em Campinas, cidade onde, desde 2015, dados oficiais reconhecem cerca de 40 casos de feminicídio até abril deste ano e mais de 60 assassinatos de mulheres. Com a organização independente das mulheres, do conjunto dos setores oprimidos e dos trabalhadores, devemos tomar as ruas no dia 29 e lutar por nenhuma a menos, contra Bolsonaro, a extrema direita e os golpistas que nos querem mortas. Fernanda e Camila: presentes!

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Na última quinta-feira (13), Fernanda Martins, de 33 anos, trabalhadora do Supermercado Enxuto, foi assassinada por estrangulamento em sua casa pelo ex-marido, sargento da PM, Ricardo Costa Sá, que não aceitava o término do relacionamento há dois meses. Ele também atirou no atual namorado da ex-companheira, que está internado em estado grave no Hospital da PUC-Campinas. Após o crime, o policial cometeu suicídio. A princípio, o caso foi registrado como homicídio, com pronunciamento do delegado Cosmo Stikovics Filho de que não se tratava de “feminicídio”. Pela repercussão, nesta segunda-feira o caso passou a ser enquadrado na categoria.

Por sua vez, na sexta-feira (14), Camila de Sousa Santana, de 24 anos, foi morta a facadas pelo namorado. Seu corpo foi encontrado na garagem do imóvel onde a jovem cuidava de seu irmão mais novo. O namorado, chamado de “possessivo” por amigos e familiares de Camila, fugiu.

Em uma cidade marcada por feminicídios, contra os quais as mulheres já tomaram as ruas de Campinas para gritar por nenhuma a menos, esses casos escancaram a brutalidade da violência patriarcal. Posse, ciúmes e o controle sobre as mulheres marcam a violência de gênero, muita vezes subnotificada pela polícia, instituição que está a serviço da manutenção dessa ordem capitalista machista.

É na cidade que foi palco da chacina feminicida de Isamara e outras mulheres de sua família por seu ex-marido em 2017, caso que repercutiu internacionalmente, que os reacionários da Câmara já pautaram em distintas ocasiões a proibição do debate de gênero e sexualidade nas escolas e o próprio Escola sem Partido, proposta de censura que tem golpistas e figuras da extrema direita como Bolsonaro como seus apoiadores a nível nacional. Querem com isso calar as mulheres e os setores oprimidos.

Por suas vidas, as mulheres hoje se organizam nas redes sociais contra essa extrema direita que, a cada declaração, reforça seu ódio e quer precarizar ainda mais a vida dos trabalhadores, fazendo com que os setores oprimidos paguem pela crise duplamente. É preciso levantar imediatamente um plano de emergência contra a violência à mulher. No próximo dia 29, as mulheres vão sair à ruas de todo o Brasil, para enfrentar o reacionário Bolsonaro, que, a cada nova declaração, incentiva que novos feminicídios como esses ocorram.

Em meio a essas eleições manipuladas pelo Judiciário e tutelada pelas Forças Armadas, a resposta que começa a se desenhar no Brasil hoje mostra que podemos nos apoiar no imparável movimento de mulheres que se coloca em cena internacionalmente para lutar por Fernanda, Camila, Isamara e por todas aquelas que esse sistema capitalista que nos oprime e explora arrancam de nós, apostando na mobilização independente das mulheres, do conjunto dos oprimidos e dos trabalhadores.

Convidamos todas e todos a construírem conosco os blocos do Pão e Rosas nos atos de “Mulheres contra Bolsonaro” e a travarem, em cada local de trabalho e estudo, uma batalha pelas ideias de um feminismo socialista e com independência de classe, por uma sociedade que permita a todas as mulheres construírem suas relações livremente e terem direito a suas próprias escolhas.

Fernanda e Camila presentes! Agora e sempre.

Confira declaração nacional do Pão e Rosas.

 
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