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MILITARES
General defende intervenção militar e constituinte tutelada em entrevista ao GloboNews
Victoria Santello

Em entrevista para a GloboNews, o general da reserva Rocha Paiva fez declarações golpistas a respeito das eleições de 2018.

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Ao ser questionado sobre a entrevista do general Villas Boas ao Estadão, em que o general considerava o parecer da Comissão de Direitos Humanos da ONU, favorável à participação de Lula nas eleições, uma "violação da soberania nacional", o general Rocha Paiva afirmou que as declarações de Villas Boas vem no sentido de "garantir a legitimidade, estabilidade e a legalidade".

Na realidade foi uma demonstração clara de como as Forças Armadas tem cumprido um papel de tutela dessas eleições manipuladas pelo regime golpista, auxiliando o autoritarismo judicial que já negou o direito da população votar em quem quisesse.

Paiva fez demagogia dizendo que é totalmente favorável à manutenção do processo democrático, mas que tem preocupação com o futuro do país. E confirma que pode ser necessário uma intervenção militar para restaurar os poderes constitucionais, se apoiando no que Villas Boas pregou para reproduzir o argumento de "auto-golpe" ensaiado por Mourão em rede nacional.

Reiterou até mesmo a sua absurda proposta de uma nova Constituinte sob tutela dos militares, sem a participação de eleitos pelo voto popular.

Essas declarações abertamente golpistas não são de agora, mas se deram durante a prisão de Lula com a mensagem no Twitter de Villas Boas pressionando o STF a negar o habeas corpus à Lula às vésperas de sua prisão arbitrária. Ou seja, elas vêm no sentido de apoiar e pressionar as medidas arbitrárias do judiciário.

Os militares estão dando o aval pra qualquer medida do judiciário, que busca manipular cada centímetro das eleições, para favorecer que seja eleito um candidato mais favorável a aplicar ainda mais ataques aos trabalhadores que Temer e submetendo cada vez mais o país aos interesses imperialistas.

Paiva afirma que as eleições podem não resolver o problema da instabilidade do regime, podendo inclusive ter seu resultado questionado. Acusa Haddad e o PT de estarem a frente de uma proposta extremista a ser combatida, nos moldes do que alegou ser uma "revolução gramscista por baixo", encabeçada por Dirceu.

É até irônico, uma vez que Haddad está abrindo as portas, já no primeiro turno, para diálogos permanentes com os partidos da direita golpista, como o próprio PSDB e elementos do Centrão, que foram parte da base de sustentação do governo Temer. A esquizofrenia política do golpismo das casernas faz injustiça à própria estratégia de conciliação do PT.

Não defendemos o voto no PT, pois foi sempre se orgulhou de ter fortalecido as forças, colocando as tropas no Haiti, as UPPs nas favelas do Rio de Janeiro e a intervenção federal. Abriu espaço para a os golpistas direita ao tê-los colocado na base de seu governo, rifando os interesses dos trabalhadores em nome da governabilidade. Além de não organizado os trabalhadores contra as reformas e contra o ataque aos direitos democráticos, deixando espaço para que extrema-direita visse como resposta para a ausência de uma alternativa anticapitalista que responda a corrupção capitalista na raiz.

Porém, é necessário denunciar fortemente a interferência das Forças Armadas no cenário político do país, e suas ameaças golpistas junto à extrema direita nestas eleições manipuladas. Dando aval aos ataques desse judiciário golpista que retirou um dos poucos direitos democráticos elementares, que é o direito do povo decidir em quem votar.

 
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