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RIO DE JANEIRO
Crivella mantém convênio de funcionários públicos com banco de Edir Macedo
Redação

Este contrato permite ao banco de Edir Macedo o desconto de empréstimos em folha de pagamento de cerca 170 mil servidores, entre ativos e inativos. A instituição também tem ligações com a Igreja Universal e com ministro de Temer.

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Em setembro de 2017 a Secretaria municipal de Fazenda do Rio de Janeiro publicou em Diário Oficial um contrato que permitiu ao Banco A.J. Renner S/A a realização de empréstimos consignados com desconto em folha de pagamento de todos os servidores ativos e inativos da prefeitura. A medida chamou atenção já que um dos acionistas da instituição financeira, é a B.A Empreendimentos e Participações, holding do Grupo Record, que tem entre seus sócios Edir Macedo, que além de tudo é tio de Marcelo Crivella e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o prefeito é bispo licenciado.

A assinatura do contrato com o banco foi feita no dia 30 de junho de 2017 e omitida no Diário Oficial. Não há detalhes sobre os termos da parceria, informando apenas que ela foi voltada para empréstimos pessoais consignados ou cartão de crédito e tem vigência até 29 de junho de 2019.

Recentemente Edir Macedo tem pressionado o governo Temer para comprar ainda mais ações do banco Renner e ser seu controlador majoritario, mas o Banco Central tem vetado as operações. Atualmente o Macedo é dono de 49% do banco.

Este contrato já permite um grande mercado para a instituição financeira já que a prefeitura conta com cerca de 170 mil servidores, entre ativos e inativos. O banco tem a garantia de que os pagamentos por eventuais empréstimos sairão diretamente do salário do funcionário.

O Banco também possui uma uma linha de crédito exclusiva para os proprietários de imóveis locados para a Igreja Universal.

Além disso a B.A Empreendimentos e Participações (detentora dos 49% do banco), tem sede no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Edir Macedo consta como “sócio residente no exterior” (Estados Unidos). E no cadastro da Receita, o procurador do bispo no Brasil é Marcos Antonio Pereira que é bispo licenciado da Universal e ex-presidente do PRB. Atualmente, é também ministro da Indústria, Comércio e Serviços do governo Temer. Pereira foi um dos apontados por delatores da JBS como beneficiário de repasses em dinheiro. Ao todo, teriam sido R$ 4,2 milhões, em troca de apoio na concessão de empréstimos da Caixa.

Segundo o advogado Manoel Peixinho, professor da PUC-RJ, especialista em direito constitucional e administrativo, o fato de Edir Macedo ser tio de Crivella, ou seja, a assinatura do contrato com um banco ligado a um parente do prefeito, pode se configurar claramente como nepotismo.

Essa é apenas mais uma mostra da forma como o prefeito Crivella trata a prefeitura do Rio de Janeiro como um "departamento" da Igreja Universal. Não bastasse o tratamento privilegiado dado aos fiéis da igreja, seu curral eleitoral, que possuíam acesso facilitado ao agendamento de consultas que a população normal aguardava anos. Dessa vez, o beneficiamento é direto à cúpula da Universal, Edir Macedo, e que aliás sempre se beneficiou da aliança entre Igreja e Estado.

 
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