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ELEIÇÕES EUA
O racismo de Donald Trump, 11 pontos à frente dos pré-candidatos republicanos
André Barbieri
São Paulo | @AcierAndy

O magnata americano Donald Trump está 11 pontos à frente de seus adversários nas primárias republicanas, de onde sairá o candidato do partido às eleições de 2016, segundo uma nova pesquisa divulgada nesta terça-feira nos Estados Unidos.

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Trump tem o apoio de 24% dos republicanos, 11 pontos de distância do segundo colocado, o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, que tem 13% da preferência, segundo a pesquisa da rede de televisão "CNN".

O multimilionário subiu nas últimas duas semanas cinco pontos percentuais, enquanto Bush perdeu dois, mostrou a pesquisa, realizada por telefone entre 13 e 16 de agosto. A margem de erro é de 4,5 pontos.

Trump seria o melhor candidato para conduzir a economia para 45% dos entrevistados, e resolver o problema da imigração ilegal, para 44%, mas 58% acreditam que os republicanos teriam mais condições de ganhar as eleições com outro candidato.

Com esta nova pesquisa da "CNN", que se soma a outras publicadas nos últimos dias em outros veículos, nas quais também aparece liderando a disputa, o empresário parece imune à sucessão de polêmicas que protagonizou desde que lançou sua campanha.

Entretanto, ainda que Trump encabece as expectativas eleitorais dos Republicanos, seu discurso racista e anti-imigratório está espantando os votos latinos. Ainda quando o magnata não fique como candidato deste partido, os Republicanos terão de se enfrentar com o repúdio da comunidade latina, cujo peso político se fez sentir nas últimas eleições vencidas por Obama.

Representante típico da ignorância e do racismo da direita republicana, Trump afirmou em debate que “Quando o México manda sua gente para cá, não manda os melhores. Manda traficantes, estupradores e criminosos. O México, além disso, drena economicamente os EUA”.

Em 2012, os Republicanos explicaram a derrota de seu candidato Mitt Romney pela "falta de apoio entre o eleitorado latino: conseguiu apenas 27% dos votos latinos, enquanto Obama ficou com 71%".

Entretanto, desde a eleição de Obama em 2008, é notória a frustração não só da comunidade negra norteamericana, que vê seus Freddie Gray e Michael Brown assassinados todos os dias pela polícia, mas também pelos imigrantes latinos, que são perseguidos pela condição ilegal em que permanecem.

O governo do Democrata ostenta recordes de deportação, criando prisões para aqueles que solicitam asilo nos Estados Unidos, militarizando a fronteira mexicana e indignando o país com a medida que impede as mães imigrantes de deixar os centros de detenção, que sem saída aderem à greve de fome. O número de crianças e pais detidos na fronteira pelo governo Obama em 2014 foi de 68.441, um aumentou de 361% comparado com 2013.

Esta incipiente crise de representatividade abre caminho para "outsiders" do Partido Democrata Bernie Sanders, que setores da esquerda começam a erguer como uma "alternativa socialista". Um completo despropósito, considerando-se que Sanders é parte de um dos dois principais partidos imperialistas norteamericanos, e que apesar de criticar as grandes corporações e defender um sistema universal de saúde, seu apoio à política militarista dos EUA data desde os bombardeios de Kosovo em 1999, apoiou as guerras no Iraque e no Afeganistão, e é um dos sustentáculos no Senado do apoio ao Estado terrorista de Israel.

Com o tema anti-imigratório como carro chefe de campanha, o sensacionalismo reacionário de Trump anda na contramão de uma crescente politização nacional em meio às revoltas negras contra a violência estatal, e a indignação dos imigrantes encarcerados nos centros de detenção de imigrantes de Obama.

As expressões distorcidas da política nacional nos Estados Unidos, em que os debatedores disputam quem ataca mais os interesses dos trabalhadores, negros e imigrantes, começa a ganhar uma grande distância dos anseios da população, atravessada recentemente por greves em defesa do salário mínimo de 15 dólares por hora e pelo direito de sindicalização nas cadeias de fast-food, e pelas grandes revoltas negras em Ferguson e Baltimore.

 
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