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QUEIMA DE ESTOQUE
Grife para de queimar roupas após escândalo: R$ 143 milhões foram incinerados só em 2017
Steffany Cardoso

A marca inglesa Burberry, grife de luxo queimou mais de 28 milhões de libras (equivalente a mais de 143 milhões de reais) em roupas e perfumes em 2017.

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Imagem: ShutterStock

Em cinco anos, essa medida ultrapassou 380 milhões de reais como já denunciamos aqui.

A destruição do estoque é costume entre as grandes confecções com a finalidade de manter a taxa de preços dos produtos e criar uma imagem de exclusividade; já que é vista como uma forma de proteger a marca. A professora de design de moda da ESPM Sul, Madeleine Muller disse que: "além do desperdício de roupas e calçados que poderiam ser doados, reutilizados através de upcycling e transformados em novos produtos, também se incinera o trabalho árduo de milhões de pessoas nas linhas de produção, sem falar nos recursos naturais desperdiçados e que não são infinitos. A queima desses produtos também provoca impactos ambientais."

Em resposta à essas pressões ambientalistas, a marca anunciou, neste dia 06, que deixará de incinerar o excedente da mercadoria fabricada e passará a reutilizar, reciclar e doar essas roupas. Também parará de usar pele de animais em suas coleções.

Entretanto, a grife deixar de incinerar os produtos que não consegue vender, não vai implicar em absolutamente nenhuma mudança significativa na vida dos setores mais precarizados que, por exemplo, trabalham dentro da empresa e com certeza são enormemente explorados. Deve se considerar que o sistema capitalista de produção tem como um de seus pilares a necessidade de produção pelas mãos dos trabalhadores, e de transformar o objeto produzido em mercadoria. Mas essa mercadoria não é destinada para atender as necessidades da própria classe trabalhadora; seu objetivo é exclusivamente gerar lucro sobre as necessidades mais básicas da vida humana.

Essas marcas de luxo queimam os estoques (ou em resposta, decidem começar a reaproveitar o excedente) para evitar baixar os preços e impedir que as pessoas pobres tenham acesso aos seus produtos. É ainda mais absurdo, se analisar os casos de moradores de rua que morrem todos os invernos vítimas do frio intenso e da economia capitalista que considera um cachecol de grife mais valioso do que a vida humana.

 
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