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200 mil estudantes se manifestam no México
Faísca Revolucionária
@faiscarevolucionaria

Ontem (05) mais de 200 mil estudantes se manifestaram na UNAM, em resposta ao ataque porrista (grupos de choque financiados pelas autoridades e partidos burgueses) na Cidade Universitária na última segunda-feira

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Na última segunda-feira, uma mobilização estudantil foi atacada por um grupo porrista que deixou 14 feridos. Os estudantes se manifestavam em defesa de medidas reivindicadas pelo Colégio de Ciências e Humanidades Azcapotzalco e foram atacados.

Os grupos porristas foram criados no começo do século XX, junto à torcidas de time de futebol americano, criados pelas REItorias e autoridades para perseguir os estudantes socialistas e intimidar o movimento estudantil. Estes atuam à serviço das autoridades universitárias e dos partidos PRI e PRD. A juventude universitária mexicana se levanta a partir de assembleias de base e medidas de luta desde o fim de julho e a resposta das autoridades é repressão com os grupos porristas historicamente impulsionados por eles e tentativas de desvincular suas imagens dos ocorridos.

38 faculdades da UNAM estão paralisadas e mais de 200 mil estudantes das universidades públicas da Cidade do México se mobilizaram massivamente dentro da UNAM ontem, saindo da Faculdade de Ciências Políticas e Sociais rumo à REItoria para exigir a renúncia do REItor Enrique Graue e denunciar a falta de recursos e outras precariedade do ensino superior público mexicano. Esta mobilização inclui inclusive das Faculdades de Direito e Medicina, assim como na Argentina, onde os estudantes se colocam contra o FMI e Macri.

No México, a mobilização começou como resposta à decisão arbitrária das autoridades do Colégio de Ciências que apagaram murais de diferentes gerações estudantis, incluindo o mais recente em homenagem à desaparição dos 43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa. Assim, os estudantes da faculdade organizaram assembleias no dia 06 de Agosto, nas quais não decidiram apenas refazê-lo, mas também pautaram diversas denúncias estudantis, como falta de disciplinas e vagas, abusos e imposições pelas autoridades universitárias, obstruções, eliminação e repressão de atividades culturais, etc.

No dia 20 de Agosto, o Presidente da Confederação Patronal Mexicana (Coparmex) declarou a necessidade de aplicar mensalidades aos estudantes que tivessem “condições de contribuir”, ameaçando a privatização da educação superior pública, o que gerou muito repúdio estudantil já que a realidade das universidades são falta de professores, disciplinas, permanência e constante ameaça dos porristas.

No dia seguinte, dia 21 de Agosto, o CCH Oriente teve uma estudante vítima de feminicídio. Miranda Mendoza foi sequestrada ao sair da sua faculdade e assassinada no dia seguinte. As autoridades só se pronunciaram uma semana após o triste e revoltante ocorrido, o que gerou ainda mais repúdio.

No dia 27 de Agosto foram registrados ataques dos grupos porristas, ao mesmo tempo que disciplinas eram fechadas, alunos não tem professores e foram retiradas disciplinas de acadêmicos de forma completamente irregular, com a justificativa de baixo orçamento. Os estudantes responderam com a convocação de uma nova assembleia no dia 28 de Agosto.
Os Estudantes da Escola Nacional Preparatória número 5 também decidiram se somar à mobilização, ocupando sua faculdade em repúdio aos ataques porristas e em defesa da educação. Exigindo também a destituição de sua diretora, Mara Guadalupe Márquez. No dia 30 de Agosto, fecharam a rua em frente à sua escola em protesto

Nesta segunda-feira, dia 03 de Setembro, os estudantes realizaram uma mobilização na REItoria da UNAM. O Coordenador de Segurança esteve em contato um grupo porrista que atacou a manifestação, agredindo 14 estudantes, dos quais dois correm risco de vida.

A resposta dos estudantes mexicanos é luta e organização de base, as assembleias se multiplicaram pelas faculdades da UNAM e fora dela. Trabalhadores já declararam seu apoio aos estudantes para expulsar os porristas da UNAM e na luta pela educação pública e gratuita, contra o autoritarismo da REItoria.

Os estudantes se colocam ativamente se organizando para defender a educação em meio à transição do repudiado governo de Peña Nieto e o presidente eleito López Obrador, que prometeu acesso à educação e bolsas para todos os jovens. Enfrentará agora a juventude enraivecida pela precariedade da Educação e o autoritarismo das autoridades universitárias, com reivindicações e defesas que se estendem a todos os cursos, com os estudantes de Direito e Medicina paralisados.

Os estudantes da América Latina se levantam contra os governos e patrões que precarizam a educação e atacam as condições de vida da classe trabalhadora. Os estudantes Mexicanos estão acompanhados dos argentinos que ocupam suas universidades contra Macri e o FMI, defendendo que o dinheiro vá para a Educação e Saúde e não para a dívida pública. Estão também ao lado dos estudantes nicaraguenses que se levantam contra o governo autoritário.

Declaramos toda nossa solidariedade e apoio, desde a Juventude Faísca, no Brasil, aos estudantes mexicanos e latino-americanos em luta. No Brasil, após o golpe institucional que veio para aprofundar ainda mais os ataques contra os trabalhadores e a juventude, inclusive contra a educação, enfrentamos agora o autoritarismo judiciário, que ataca o direito do povo decidir em quem votar, buscando favorecer ainda mais seus candidatos apoiados pelo “mercado” e defensores das privatizações, e todos os ataques contra a educação pública. Inclusive, tendo Geral Alckmin, ex-governador de São Paulo, conhecido por diversos ataques contra professores e estudantes no estado de SP, e garantindo toda repressão desde suas indicações para reitores autoritários na USP, como candidato à presidência. Do outro lado, Jair Bolsonaro, candidato reacionário que defende o “projeto escola sem partido”, que busca censurar os professores em sala de aula, e militarizar as escolas.

Nossa defesa da educação precisa se dar numa perspectiva de defender que as universidades estejam à serviço das trabalhadoras e trabalhadores, com garantia de acesso, permanência, mudança completa da estrutura de poder e conhecimento produzido para responder às suas necessidades elementares e complexas.

 
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