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UFRJ - MUSEU NACIONAL
A UFRJ precisa ser o centro da organização contra os cortes na educação, ciência e cultura
MRT UFRJ

O incêndio do Museu Nacional foi uma demonstração brutal da política de precarização da Ciência, Educação e Cultura.

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FOTO: Mauro Pimentel/AFP

O incêndio do Museu Nacional foi uma demonstração brutal da política de precarização da Ciência, Educação e Cultura, que se iniciou já nos governos do PT quando em 2013 R$21 milhões que deveriam ir para o Museu não chegaram obrigando-o a fechar as portas já em 2015. Essa situação se aprofundou com o golpista Temer, com a PEC 241 e todos os cortes que esse impôs à Ciência, Educação e Cultura.

A destruição do Museu Nacional é uma mensagem trágica do plano que a burguesia para o nosso país. Um país sem ciência, com educação precarizada e sem cultura para o povo. Três coisas que eram colocadas em prática naquele Museu, local de pesquisa para inúmeros campos, salas de aula, assim como também é uma exceção no país um Museu com um acervo tão importante ser acessível aos trabalhadores se localizando inclusive na Zona Norte da cidade.

Como parte deste projeto, também pretendem acabar com as bolsas de pesquisa nas Universidades, assim como as de permanência, enquanto a mídia, em especial a Globo usa todos os meios para convencer a população que é preciso privatizar o ensino superior público e impondo na opinião pública a votação de um teto de gastos que congela investimentos nestas áreas em 20 anos.

Leia mais: Onze segundos pagando a dívida pública é equivalente a orçamento anual do Museu Nacional

Como resultado disso a UFRJ, que administra o Museu, já vinha alertando há tempos para o fato de que não havia verbas para mantê-lo com os cuidados que o quinto maior acervo do mundo necessitava. E conforme já foi denunciado várias vezes pela imprensa esse é o oitavo, e mais grave, incêndio em estruturas da UFRJ. Os escombros do Museu Nacional ainda chocam o mundo, e um novo princípio de incêndio em um imóvel da UFRJ na zona norte do Rio foi noticiado na noite do dia 04 de setembro.

Frente a isso, não tardaram a surgir clamores de mais ataques neoliberais contra a universidade. O jornal O Globo, com sua sanha privatista, já saiu a defender que o problema é que a UFRJ gasta 87% de seu orçamento com pessoal. Essa informação tendenciosa e claramente enviesada já foi, inclusive, desmentida pela reitoria. É o cúmulo do cinismo pretender que a responsabilidade pelo incêndio de um dos maiores patrimônios históricos e culturais do país é o salário dos trabalhadores e professores da UFRJ. Isso quando no ano de 2017 o governo golpista de Temer gastou mais em café, do que o orçamento com o Museu Nacional. Ou quando se sabe que apenas 11 segundos pagando a dívida pública equivale ao total do gasto com o Museu em 2018. Ou ainda se calcularmos que um único juiz do STF ganha em um mês pouco menos do orçamento destinado nesse ano. Ou que se gasta mais dinheiro público para lavar carros dos deputados. A lista de gastos com privilégios dos políticos, juízes ou presentes em riqueza nacional ao imperialismo que são superiores ao orçamento do Museu é praticamente infinita.

Leia mais: Globo usa destruição do Museu Nacional para vender a privatização da UFRJ como saída

O que o Globo, e todos seus “analistas” buscam ao colocar a culpa sobre o que aconteceu na priorização do pagamento dos salários dos trabalhadores da UFRJ é esconder essa realidade, que cada pessoa começou a compreender. E aproveitar para seguir na sua campanha de destruição da universidade pública, agora começando pela UFRJ. Se a UFRJ gasta apenas R$8,9 milhões em investimento isso é responsabilidade dos cortes de verbas para a Educação pública para favorecer os capitalistas, que continuam levando na dívida pública algo em torno de R$3,55 trilhões em 2017, e não do “excesso de funcionários”. É responsabilidade dos sucessivos governos que, enquanto fingiam ceder orçamento à educação e à universidade faltavam com os repasses integrais das verbas, maquiando que o dinheiro listado na Lei Orçamentária Anual já costumeiramente some em favorecimento de outros gastos.

Além disso, os mesmos golpistas que foram responsáveis pelo que aconteceu no Museu Nacional agora tem a cara de pau de dizer que a UFRJ não tem condições de administrar o museu. Vem agora dizer que a UFRJ negou dinheiro oferecido pelo Banco Mundial “apenas porque isso implicava transformar a instituição em fundação de direito privado”, isto é, entregar as riquezas do Museu aos capitalistas e imperialistas. O patrimônio do Museu deve ser público. Se tratava de um dos espaços culturais mais acessíveis às crianças e jovens negros e de regiões como a Baixada. É absurdo que se queira responsabilizar a UFRJ por ter sido contra a entrega dessa riqueza àqueles que só visam lucro, e transformariam o Museu em algo absolutamente inacessível para a imensa maioria do povo.

Leia mais: A tragédia do Museu Nacional: conheça parte do acervo perdido e que jamais será recuperado

É preciso que a UFRJ se transforme no bastião da resistência a esses ataques. Não apenas para que todos saibam quem são os verdadeiros responsáveis pelo incêndio do Museu Nacional, mas para transformar a imensa comoção que isso gerou em combate para que a crise criada pelos capitalistas seja paga por eles, e para que se defenda a Educação. Por isso, o reitor Roberto Leher, que se coloca como parte da esquerda e inclusive sofreu uma condução coercitiva do Ministério Público há pouco mais de um ano apenas por debater democracia na universidade, deveria convocar uma grande mobilização na UFRJ, bem como o DCE, e ANPG da UFRJ, SINTUFRJ que têm obrigação de organizar os estudantes em repúdio ao ocorrido com o Museu Nacional, mas principalmente para organizar um plano de lutas.

Igualmente, o DCE Mário Prata, da UFRJ, deve mobilizar todas as suas forças para essa luta! Agora, mais do que nunca, é crucial que o movimento estudantil da UFRJ se mobilize e seja ponto central da luta dos estudantes e de todo o povo contra os ataques aos trabalhadores, à ciência, à cultura e à educação. Não pode-se deixar passar impune o que aconteceu e vem acontecendo contra a universidade e os trabalhadores, a organização dos estudantes deve levar a cabo uma luta real e sem arrego contra o governo golpista e a investida capitalista. Não voltar às aulas normalmente, como se nada houvesse acontecido, mas erguer desde os cursos, em todos os campi, a mobilização e a luta.

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No dia 06 de setembro está sendo convocada pela UFRJ uma plenária pública em defesa do Museu Nacional. Esse deve ser um primeiro espaço para o debate sobre como organizar um plano de lutas, em defesa da UFRJ e da Educação e Cultura. Mas é fundamental que além disso o reitor Roberto Leher e o DCE organizem ações, como assembleias de cursos, debates e paralisações. É preciso que a revolta com o que aconteceu com o Museu Nacional tenha sua resposta em um programa de saída para crise, que faça com que essa seja paga pelos capitalistas que a criaram. Isso envolve debater a importância de lutar por uma Petrobrás 100% estatal, gerida pelos petroleiros e com controle popular, bem como a imensa riqueza do pré-sal que está sendo dada de presente aos capitalistas, e não pagar a dívida pública. O MRT na UFRJ e o Esquerda Diário se colocam nessa perspectiva de saída para a crise.

 
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