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SAÚDE
Vazamento em teto alaga um andar de hospital federal no Rio de Janeiro
Laura Scisci

Na tarde do último sábado (25), o Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro, teve um andar inundado pela água da chuva. Filmagens divulgadas pelo portal G1 mostram um grande vazamento no teto do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da unidade de saúde, enquanto funcionários tentavam escoar o volume de água, improvisando com baldes e um latão de lixo.

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Apesar do hospital ter informado em uma nota que o ocorrido foi “rapidamente solucionado” pela equipe de administração e manutenção de plantão e que nenhum paciente necessitou ser transferido ou remanejado, médicos e enfermeiros da unidade relatam que computadores e outros equipamentos foram danificados pela água. Além disso, o Hospital Federal do Andaraí opera há mais de um ano sob superlotação no atendimento, falta de suprimento de materiais básicos, como algodão, e déficit de médicos nos plantões. Os cargos de diretor médico e chefe de emergência estão esvaziados desde o começo deste ano.

O exemplo da precarização dos serviços do HFA, que é um dos maiores hospitais federais com atendimento a emergências médicas do Rio de Janeiro, não está isolado. Com a aprovação da PEC 55, que congelou por 20 anos o orçamento federal para gastos primários, os ataques à saúde pública só se aprofundaram. Hospitais e unidades de saúde reduzem o atendimento médico, diminuem a quantidade de serviços prestados e funcionam com a sobrecarga de trabalho dos funcionários – realidade que, combinada à Reforma Trabalhista, também abriu enorme espaço para a terceirização em condições de trabalho igualmente precárias. O projeto golpista para o país tem como resultado um sistema de saúde pública sucateado e ineficiente às demandas da população, cada vez mais desassistida e largada à própria sorte nas imensas filas de atendimento médico.

Paradoxalmente, em fevereiro deste ano o governo golpista de Temer, pressionado a demonstrar maior iniciativa política para conquistar a opinião popular depois de falhar em conseguir os votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência, e sob o falso argumento de aumentar a segurança pública, decretou uma intervenção militar no Rio de Janeiro. Intervenção esta que vem lavado as ruas da cidade com o sangue da população negra, pobre e periférica, num absurdo autoritário que conferiu superpoderes e completa impunidade ao Exército para reprimir a juventude e os trabalhadores, e está longe de enfrentar as raízes do problema da violência, decorrente da miséria à qual está exposta a população. O interventor militar e general Walter Braga Netto declarou que seriam necessários R$3,1 bilhões para financiar o custo total da intervenção no ano de 2018, o que corresponde a quase metade do orçamento destinado à saúde no estado do Rio de Janeiro (R$6,4 bilhões).

Para além disso, 48% do orçamento federal e de toda a riqueza produzida no Brasil são destinados atualmente ao pagamento de uma dívida pública ilegal e fraudulenta, que segue drenando os recursos públicos que poderiam ser destinados à saúde, educação e moradia digna, enriquecendo os bancos, empresários e grandes capitalistas, enquanto a crise é descarregada nas costas da classe trabalhadora. Por dentro desta lógica, é impossível garantir quaisquer condições dignas de vida à população pobre, que dentre todas as formas de miséria que vive em seu cotidiano, segue morrendo nas filas dos hospitais.

 
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