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INDÍGENA
Eletronorte e Funai ameaçam cortar programa de apoio a grupo indígena Waimiri-Atroari
Redação

Empresa estatal de energia elétrica, Eletronorte, ameaça romper convênio com grupo indígena caso este não concorde em autorizar construção de uma linha de transmissão de energia elétrica em suas terras. As famílias indígenas exigem esclarecimentos dos impactos.

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Desde 1987 a empresa estatal Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, faz parte do PWA (Programa Waimiri-Atroari) para compensar os estragos causados a essa tribo indígena com a construção da usina elétrica de Balbina e o alto índice de mortes dos waimiris-atroaris durante a Ditadura Militar.

Entretanto, desde 2016, com o golpe institucional, em que Temer assumiu o governo, intensificaram-se as pressões do Planalto para a construção da linha de transmissão de energia elétrica ligando Manaus a Boa Vista, atravessando cerca de 125km da terra indígena.

Segundo o governo essa obra é essencial para ligar Roraima ao sistema nacional de energia, já que esse estado importa da Venezuela 85% de sua energia elétrica consumida. Com a crise crescente no país vizinho, o governo e a empresa pressionam o Ministério da Defesa por uma solução.

O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, chegou inclusive a declarar que a obra deve ser executada mesmo sem o consentimento dos indígenas.

A Eletronorte declarou então que vai romper o convênio do PWA caso o grupo indígena não concorde em autorizar a construção da linha de transmissão. Rompendo esse programa de apoio, em quatro anos R$18 milhões não serão repassados ao grupo indígena.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) já se manifestou, declarando que “a continuidade dos pagamentos fica condicionada ao cumprimento pela comunidade indígena” de autorizar a construção da linha de energia elétrica em seu território.

O grupo Waimiri-Atroari declarou uma carta de repúdio à Funai, reagindo à ameaça da empresa Eletronorte: “Não aceitaremos essa imposição e só nos manifestaremos acerca da linha de transmissão quando nos considerarmos suficientemente esclarecidos sobre seus impactos”.

A obra é planejada já há mais de 10 anos, tempo suficiente para que a estatal pudesse implementar medidas alternativas para suprir o fornecimento de energia ao estado de Roraima. Entretanto, episódios assim acontecem todos os dias no Brasil, em que os indígenas têm suas vidas e terras ameaças constantemente no Norte do país por ação dos governos, das empresas e latifundiários que querem invadir suas terras para manter e aumentar sua produção e lucro.

 
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