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ELEIÇÕES 2018
Marina Silva, o neoliberalismo conservador mascarado de defesa das mulheres
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

11 motivos para não votar em Marina Silva, representante de projetos neoliberais e de pautas ultra-conservadoras que irão atacar os trabalhadores, mulheres, negros e LGBTs.

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Marina Silva quer se apresentar como defensora das florestas e da bio-diversidade, a partir uma nova categoria política: nem de direita, nem de esquerda. Quer se apresentar como alguém de origem humilde e simples, que defende os mais pobres. Na verdade, esta exímia apoiadora do golpe institucional e do bonapartismo judicial (que hoje impede a população de votar em quem quiser, vetando a candidatura de Lula) apresenta um programa de governo conservador do ponto de vista das pautas democráticas, neoliberal para a política econômica e de ataque aos direitos e as condições de vida dos trabalhadores, mulheres, LGBTs.

A candidata é defensora da Reforma Trabalhista e da Previdência, a favor da terceirização e das privatizações. Apoiou o tucano enlameado Aécio Neves, foi favorável ao golpe institucional e apoia as medidas arbitrárias, seletivas e políticas da Lava Jato. Nas pautas democráticas, declara-se contra o direito elementar à legalização do aborto, ao casamento igualitário, à legalização das drogas e defende até o ensino do criacionismo (doutrina bíblica que explica as origens do mundo a partir de Deus) nas escolas públicas.

A seguir elencaremos 11 pontos que mostram as posições da candidata que foi 30 anos do PT, passou pelo PSB, PV e com ajuda da Natura e do Itaú fundou o seu próprio partido, a Rede.

1) Apoiou o golpe institucional

Marina apoiou o golpe institucional que levou Temer ao comando do executivo e o aceleramento dos ataques a vida dos trabalhadores. Marina Silva não só emitiu nota defendendo o golpe, como orientou o conjunto da sua bancada na Câmara a votar a favor dele, participando do show de horrores e reacionarismo que contou até com Bolsonaro evocando o torturador Ulstra. Sempre foi uma grande defensora de Sérgio Moro e da Lava Jato, de suas arbitrariedades jurídicas que ataca direitos elementares, como ao direito do povo decidir em quem votar, com a manutenção da prisão arbitrária do Lula.

2) Defende a Reforma da Previdência

Apesar de Marina propagandear sua origem humilde, sua política é para atacar e piorar ainda mais as condições de vida dos trabalhadores e da população pobre brasileira. A Reforma mais odiada entre as reformas, é apoiada por Marina e pela sua equipe econômica. Assim como Temer, quer que trabalhemos até morrer.

3) A favor da Reforma Trabalhista

Marina é favorável que percamos nossos direitos trabalhistas, para aumentar os lucros dos grandes empresários e patrões. Trabalho intermitente, reduções de salário, aumento da jornada de trabalho estão entre seus projetos para a classe trabalhadora. A reforma trabalhista permite que os patrões demitam com menos custos e de forma mais rápida, e o aumento do emprego informal são grandes reflexos da reforma trabalhista que já se mostram no aumento desses indicies

4) Favorável a Terceirização

A terceirização é um verdadeiro massacre contra a vida da classe trabalhadora. Marina defende essa forma de trabalho, que super-explora milhões de trabalhadores no Brasil. São os trabalhadores terceirizados que sofrem maiores acidentes de trabalho, muitos deles fatais, e a maior parte de suas fileiras são compostas por mulheres e negros. Um cinismo enorme Marina dizer, diante de Bolsonaro, que defende "as mulheres pobres", quando seu projeto de país envolve que as mulheres sigam escravizadas pela patronal em regime de terceirização. A terceirização é um dos pilares estruturais do racismo e do machismo no Brasil, defender essa forma de trabalho é defender sua perpetuação.

5) Aprova as privatizações que ocorreram nos governos de Fernando Henrique Cardoso

O governo Fernando Henrique Cardoso, na década de 90, foi responsável pelas maiores privatizações da história do Brasil. Entre várias áreas privatizou as gigantescas Telebrás (empresa estatal de telefonia) e a Vale do Rio do Doce (uma das maiores empresas privadas atualmente), por preços muito abaixo de seu valor real. Essa onda de privatizações gerou milhões de desempregados, e ao invés de sanar as contas públicas, provocou um grande endividamento do estado. O neoliberalismo clássico, a entrega dos recursos e das riquezas naturais brasileiras aos capitalistas imperialistas são aprovadas e defendidas por Marina.

6) Defendes as privatizações que destruíram o meio-ambiente

A mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, foram responsáveis pelo maior crime ambiental da história do Brasil. Toneladas incontáveis de dejetos e poluentes invadiram diversos estados. Um número incalculável da fauna e da flora dessas regiões foi extinta, e continua sofrendo seus impactos. A economia local de diversas regiões foi devastada, milhares de pessoas demitidas ou que perderam suas casas. A tragédia de Mariana é reflexo da política de privatização das mineradoras. A sanha da busca incessável dos lucros, a qualquer custo produziu esse desastre ambiental. Marina, que se diz “verde” e defensoras da floresta, defende uma política que irá produzir efeitos ambientais como esse.

7) Contra a legalização do aborto

Em março de 2018, disse à revista Marie Claire que é contra o aborto "por uma convicção filosófica e de fé”. A candidata flerta e tenta o voto dos setores mais obscurantistas, machistas e que atentam contra a vida das mulheres. Marina é inimiga da Maré Verde (movimento de massas que se iniciou na Argentina, que tomou as ruas contra a Igreja e o Estado pela legalização do aborto). No Brasil, onde milhares de mulheres morrem em decorrência do aborto clandestino, ser contrário à sua legalização significa defender que milhares de mulheres sigam morrendo. Setores da própria burguesia e da mídia alentam a ideia de com mais mulheres na política, maiores seriam os seus direitos. Nada mais falso, como as declarações da própria Marina comprova.

8- Contra o casamento LGBT

Demagogiamente se diz favorável à união estável, porém é contrária ao casamento dos LGBt’s, medida já aprovada em uma série de países que é um direito elementar que deveria ser defendido por qualquer com o mínimo de senso democrático. Posicionamentos como esse alentam a homofobia e a violência contra LGBTs, em país com um dos maiores indicies de assassinatos e violências contra a população LGBT.

9) Contra o Estado laico e a favor do ensino do criacionismo nas escolas públicas

Não bastasse o show de conservadorismo das questões acima, Marina chega ao absurdo de defender até mesmo o ensino do criacionismo, como uma teoria alternativa ao darwinismo e teoria da evolução das espécies. Um dogma sem qualquer fundamento científico. Além de obscurantista, medidas desse tipo são um verdadeiro atentado ao estado laico, que pretende transformar a doutrina cristã e matéria obrigatória curricular. Essa concepção leva a candidata inclusive a ser contra o uso de células tronco, também por motivações religiosas.

10) Contra a legalização das drogas

A proposta da legalização das drogas vêm sendo apontada por diversos especialistas como um necessidade urgente. Sua proibição é responsável pelo aumento de lucros exorbitantes de facções criminosas e milícias. A chamada guerra as drogas, mata e assassina milhares de jovens negros pelas periferias e cidades do Brasil. Promoveram um verdadeiro encarceramento em massa, e é responsável pela escalada dos indicies de violência. Dos presos por tráfico em 2010 em São Paulo, por exemplo, 62,13% portavam até 100 gramas de droga. Sua maioria, 75,64%, eram jovens de 18 a 29 anos, enquanto 59,06% se consideram negros ou pardos. Presos em flagrante em São Paulo, 74% tiveram a polícia como única testemunha. Não legalizar as drogas no Brasil, é defender a continuidade dessa verdadeira máquina de assassinato e encarceramento da juventude negra. Tanto no tema do aborto como no tema da legalização das drogas, Marina se declara enfaticamente contrária. Querendo transparecer uma neutralidade, e não perder votos dos setores progressistas, diz que irá realizar plebiscitos sobre os temas.

11) Quer seguir o pagamento da fraudulenta dívida pública aos banqueiros

Marina Silva e sua equipe defendem o pagamento da ilegal, ilegítima e fraudulenta dívida pública aos banqueiros internacionais, que faz com que hajam 27 milhões de desempregados no Brasil. Nestas eleições de 2018, seu porta-voz econômico, Eduardo Gianetti, em entrevista para o Valor, deixou claro que pretende pagar a dívida, com argumentos insólitos: “Ouvi Ciro Gomes dizendo que o Brasil precisa de um teto para gastos com juros. Isso é calote. Outra coisa que ele diz, que é inacreditável, é que a despesa com a dívida pública no Brasil é 50% da receita. Não sei se é ignorância ou má-fé. Dizer que é 50% da receita, ele está somando juros e amortização, o que é uma maluquice. Equívoco. [...] A conta de juros no Brasil é alta, não há dúvida. Vamos ter que trabalhar para diminuí-la, mas não vamos apelar somando juro e amortização”.

Marina Silva é parte da direita golpista nessas eleições. Seu programa conservador e neoliberal precisa ser combatido pela luta dos trabalhadores, das mulheres e da juventude, que tem seus direitos ameaçados também por Marina. O PT é incapaz disso, já que também defende o pagamento da dívida pública fraudulenta, e em 13 anos de governo não avançou se negou a garantir o direito ao aborto legal, seguro e gratuito às mulheres, que pelo contrário viram suas vidas entregues à terceirização do trabalho, que triplicou nos governos Lula e Dilma.

Precisamos construir uma força anticapitalista dos trabalhadores contra essas eleições manipuladas pelo judiciário, uma força que ligue a luta pelos direitos das mulheres - contra conservadores como Marina Silva, Bolsonaro, e os demais candidatos do golpismo - à batalha contra os ataques econômicos do regime golpista - como a reforma trabalhista - que afetam especialmente as mulheres negras e pobres.

 
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