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ALCKMIN NO NORDESTE
Alckmin, "Imperador da Seca" de SP, faz demagogia prometendo salvar Rio São Francisco
Rafael Barros

Em campanha pelo Nordeste desde quinta (23), Alckmin chegou a Pernambuco com promessas demagógicas para "salvar" o Rio São Francisco. Refrescamos aqui a memória sobre o ex-governador de São Paulo e sua responsabilidade pela crise hídrica que assolou SP entre 2014 e 2015.

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O candidato do PSDB para a Presidência da República, Geraldo Alckmin, ex-Governador de São Paulo, iniciou sua campanha pelo Nordeste nesta quinta-feira (23).

Curiosamente, no seu primeiro dia de campanha pela região do país onde tem menos intenção de votos (segundo algumas pesquisas o tucano tem cerca de 3% no Nordeste), Alckmin escolheu um tema que, se voltarmos um pouco para seu histórico, é bastante comprometedor: a questão hídrica. O tucano chegou ao Nordeste fazendo promessas com relação às baixas nos níveis dos rios, e com a promessa de um grande projeto de expansão da transposição do Rio São Francisco, justificando o projeto como forma de geração de empregos.

A verdade é que aqueles afetados pelos problemas hídricos no Nordeste devem é querem ver Geraldo Alckmin bem distante de seus rios, afinal o PSDBista têm um histórico avassalador quando se trata da questão hídrica.

Para quem não se lembra, o governo de Alckmin em São Paulo esteve por uma crise hídrica profunda que teve o seu ápice em 2015, após 2 anos de seca, com a Cantareira batendo níveis históricos de seca, e a cidade passando meses no chamado volume morto, e com meses de racionamento em SP.

Durante a seca alguns episódios marcaram o governo de Alckmin, como o fato de o ex-governador ter mantido descontos altíssimos para empresas com altos gastos de água em sua produção, enquanto racionava água da população mais pobre.

Se não bastasse isso, no próprio ano de 2015, já após dois anos de crise hídrica no estado de SP, Geraldo Alckmin recebeu da Câmara de Deputados um prêmio por Gestão Hídrica. A piada pronta de mau gosto foi uma indicação do deputado federal João Paulo Papa, também do PSDB, recebida por Alckmin com cinismo característico, dizendo que modéstia à parte, ele merecia o prêmio pelas medidas que tomou para que não deixasse a crise ser pior.

Se os critérios para receber o prêmio de gestão hídrica foram a falta de água nas torneiras dos trabalhadores, água contaminada para os pobres beberem, demissão dos funcionários da companhia de saneamento básico (Sabesp) para manter os lucros dos acionistas, então Geraldo Alckmin deveria mesmo ter recebido esse prêmio com louvor, já que foi essa situação encarada por São Paulo durante longos anos do seu governo.

Mas, como o cinismo tucano nunca é o suficiente, o "Imperador da Seca" paulista viu no início desse ano, seu último no mandato de Governador em SP, os níveis das represas em SP baixarem novamente, especialmente a Cantareira, represa mais afetada na crise de 2015. Mais recentemente publicamos aqui no Esquerda Diário uma matéria que mostrava que caso a Cantareira recebesse um baixo volume de água neste ano e no início de 2019, poderíamos voltar a ver a represa chegar ao volume morto no ano que vêm, mostrando bem que a crise que Alckmin disse ter "solucionado" em 2015, não está tão distante assim. Só neste mês de agosto a Cantareira chegou a ficar em estado de alerta, com cerca de 39,6% da sua capacidade total.

A ausência de verdadeiros investimentos do Governo do Estado para combater a situação de escassez de água em São Paulo (tanto em 2014 e 2015 como agora), como a despoluição dos rios e córregos que cortam as cidades do estado e que, com saneamento básico para toda população, deixando de haver esgotos a céu aberto, passaram longe de ser a resolução do governo tucano em SP. Muito menos investimentos na substituição da obsoleta rede de tubulações do estado, que desperdiça 40% da água potável com vazamentos.

Ao invés disso o governo preferiu gastar 2,2 bilhões em obras de interligação de reservatórios, que apenas permite que a Sabesp repasse água de um sistema para o outro em caso de necessidade, e aplicar um racionamento disfarçado ao diminuir a pressão da tubulação durante as noites e madrugadas, deixando as regiões mais distantes ou mais altas da capital sem fornecimento de água a noite e penalizando as famílias mais pobres, que muitas vezes não possuem caixa de água na residência.

Fica mais fácil assim, enxergar a cara de pau de Alckimin quando declarou nesta quinta (23) que seu "compromisso, primeiro com a salvação do São Francisco, um grande projeto para recuperar nascentes, matas ciliares, tratar esgoto em 115 municípios e o desassoreamento e depois ampliar os canais, adutoras, complementar as obras para ter mais área irrigada".

A demagogia com que Alckmin, o herdeiro do golpe, iniciou sua campanha no Nordeste, deve seguir sendo sua marca. Ele, grande figura de segurança da elite paulista, apareceu em Pernambuco com "vestimentas típicas" do nordeste, tentando aparecer mais distante do patrão da FIESP que realmente é. Na promessa de geração de empregos a partir de obras no Rio São Francisco, vale a lembrança da demissão de funcionários da Sabesp durante a crise em SP. E vale também lembrar da enorme vontade privatizante do ex-governador de São Paulo, que definitivamente não deve ficar distante dos recursos hídricos do Nordeste.

 
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