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MINISTRO DA AGRICULTURA
Apoiado por Temer, ministro diz que o agronegócio não existe sem agrotóxicos
Kelly F. Alonso
Professora da rede pública de São Paulo
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Blairo Maggi, além de ministro da Agricultura do governo golpista de Temer, é também um dos maiores latifundiários do país, conhecido como o "rei da soja" e como tal caminha a passos largos no sentido de garantir os lucros dos ruralistas através desta bancada presente no Congresso brasileiro.

Esse lobismo fica evidente no setor agrícola do país quando verificamos que mesmo a absurda contratação da Monsanto (empresa rejeitada na maioria dos países do mundo) não é o suficiente para a ganância dos ruralistas. Querem agora a cassação da decisão judicial que proibiu o uso do herbicida Glisofato (um dos dez agrotóxicos mais consumidos no Brasil).

Estudos mostram que essa substância está amplamente espalhada pelo ambiente, contaminando alimentos, a atmosfera, o solo e o lençol freático, podendo causar intoxicação humana mesmo quando consumido em baixas doses.

Leia também: O agronegócio na economia e política brasileira em meio à guerra comercial EUA-China - Parte I e Parte II.

O ministro reafirmou nesta quinta-feira (23) que, se não houver êxito para o setor agrícola na esfera do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ): "Vamos subir para o STJ na tentativa de conseguir uma liminar que permita fazer a safra deste ano (com o glifosato)”.

Maggi comentou que uma eventual proibição do uso do glifosato impediria o plantio de 95% a 97% das áreas de soja, milho e algodão, as três maiores culturas anuais do país: "Acredito que o desembargador que receberá nossa argumentação técnica vai entender a necessidade do setor", estima.

"Sou agricultor, estou com minhas áreas prontas e preciso da liberação. Não tenho como plantar um metro de algodão, soja, sem o glifosato, todos os produtores estão preocupados, eu também estou e tenho certeza que o embasamento científico vai levar ao comprometimento de todas as partes", enfatizou o ministro.

O que o ministro não esclarece é que o mercado global de glifosato foi avaliado em US$ 5,46 bilhões em 2012 e deve chegar a US$ 8,79 bilhões até 2019. Suas vendas decolaram no final da década de 1990, depois que a Monsanto criou sua marca de culturas Roundup Ready, que foram geneticamente modificadas para tolerar o produto químico, permitindo que os agricultores pulverizassem seus campos para matar as ervas daninhas, deixando a cultura ilesa. Hoje, os colheitas Roundup Ready representam cerca de 90% da soja e 70% do milho e algodão cultivados nos Estados Unidos

Em denúncia feita pelo Esquerda Diário, fica claro que a preocupação dos ruralistas e sua bancada no congresso é seguir enriquecendo enquanto envenena os trabalhadores e a população. Geraldo Alckmin, grande entusiasta dos agrotóxicos, tentou também minimizar o impacto negativo das ações dos agrotóxicos, chamando-os de “remédio” e não veneno.

O que fica claro a todos nós é que, mesmo que o Brasil seja o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, e mesmo que os produtos adoeçam ou matem a população e mesmo que ocorram assassinatos de pessoas que lutam por uma agricultura menos perniciosa (como foi o caso de Zé Maria do Tomé, líder comunitário e ambientalista que foi assassinado por denunciar as consequências da pulverização aérea de agrotóxicos e irregularidades na concessão de terras nos perímetros irrigados da região da Chapada do Apodi, Ceará), os grandes capitalistas seguirão com seus ataques em todas as frentes para que seus lucros não sejam interrompidos e sigam produzindo alimentos tóxicos em larga escala. E, para isso, levarão até as últimas consequências suas ações nefastas, inclusive ameaçando desrespeitar a lei burguesa, pois, apesar de Maggi ter dito que recorrerá ao STJ caso o TRF negue a mudança de decisão da Anvisa, declarou também que “não há saída sem o Glifosato, ou não planta ou haverá desobediência de ordem judicial”.

Com informações do Agência Estado.

 
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