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ELEIÇÕES 2018
13 razões para NÃO votar em Geraldo Alckmin e seu projeto de continuidade de Temer
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

Certamente você ouvirá muito nessas eleições as ideias reacionárias do homem forte do tucanato paulista, Geraldo Alckmin, candidato à presidência, favorito dos capitalistas para terminar o que Temer começou.

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Maíra Machado, autora deste artigo, é professora da rede estadual do estado de São Paulo e candidata a Deputada Estadual pelo MRT em São Paulo através de filiação democrática pelo PSOL. Acesse aqui a sua página no Facebook.

Aliado com o conjunto de partidos corruptos e fisiológicos do Centrão, terá direito a 51% do tempo de TV (metade do horário eleitoral gratuíto) e 48% do fundo eleitoral bilionário aprovado na Reforma Política, para sua demagogia golpista e tentativa de embelezar o suas propostas de continuação do governo Temer.

Veja uma seleção dos principais motivos do porquê Alckmin é inimigo dos trabalhadores e não merece o seu voto.

1) Inimigo número 1 dos professores e servidores de São Paulo

Se tem uma coisa que Alckmin soube fazer bem: precarizar o trabalho de nós professores e servidores paulistas. Enquanto o PSDB governou SP nos últimos 24 anos, Alckmin chefiava o executivo em 13 desses, e por diversas vezes atacou, enfrentou greves e reprimiu muitos colegas professores.

Demitiu 20 mil em 2014 e deu calote no seu direito de férias em 2018, política que seguiu nos anos seguintes, enquanto fechava salas de aula e escolas, o que só resultou em salas de aula ainda mais lotadas. Fez crescer enormemente a proporção de professores sub-contratados com baixíssimos salários e direitos trabalhistas “flexibilizados” (como os "professores Categoria O" ou diversas outras denominações para tornar temporário e sem qualquer segurança o vínculo trabalhista da docência).

2) Caos na educação paulista e estudantes passando fome

Prédios caindo aos pedaços, falta de materiais, equipamentos, e a merenda é alvo de corrupção, fraude de licitações, enquanto crianças comem bolacha salgada, quem sabe um bolinho e um suco. Essa é a realidade da maior parte das escolas do estado de São Paulo, herança maldita de Alckmin e de Márcio França (PSB). Além disso, esse ano ameaçou a existência da educação pública propondo privatizá-las e submetê-las a uma política cruel que seleciona para quais escolas vai o orçamento. Falando de orçamento, se inspirou em Temer para propor sua própria lei que congela os gastos com educação e serviços de saúde.

As universidades estaduais paulistas, ditas “de excelência”, foram alvo central da precarização nos seus governos, onde cada vez mais funcionários são demitidos, tem salários arrochados, professores, falta de permanência estudantil e perseguição a estudantes e funcionários junto as reitorias e as policias.

3) Desvios no Metrô de SP, blindados pela Justiça

Alckmin depôs no Ministério Público paulista na última quarta (15) em inquérito sobre repasse de R$ 10,3 milhões da Odebrecht em campanhas de 2010 e 2014, em verbas destinadas para obras no Metro. O inquérito apura se ele cometeu improbidade administrativa na modalidade enriquecimento ilícito via caixa 2.

Enquanto a gana do judiciário de influir no direito do povo escolher em quem votar, prendendo Lula arbitrariamente e impedindo a sua candidatura, fez com que seu processo corresse em tempo recorde, inclusive passando na frente de outros, com Alckmin seu processo pula mão em mão sem que ninguém avance de forma resolvida. Uma demonstração como o tucano foi o escolhido a dedo pelo judiciário, é protegido por ele, para que tente conduzir a agenda de contrarreformas da burguesia sob os trabalhadores, iniciada já no segundo mandato de Dilma.

4 ) O “Santo” de pau oco

Citado na lista da Odebrecht como “Santo”, segundo as delações dos executivos da Odebrecht, o dinheiro desviado do Metrô beneficiou Alckmin e Gilberto Kassab (PSD) e foram utilizadas para abastecer o esquema de propina da Odebrecht, com o objetivo de influenciar políticos e financiar o caixa dois de campanhas eleitorais.. Além disso, Alckmin também está envolvido no escândalo da merenda, com fraudes em licitações. Isso é o pouco que é conhecido pois a justiça, em especial a paulista, blinda os tucanos.

5) Junto com Centrão para continuar o governo Temer atacando os trabalhadores

O próprio Temer declara em entrevista que Alckmin e a sua base de apoio do Centrão ajudaram a aplicar as reformas, como a PEC do teto dos gastos e a reforma trabalhista. A base de sustentação do golpe será a do governo Alckmin. O apoio concentrado do capital imperialista, ligado aos grandes bancos internacionais (que monopolizam os títulos da fraudulenta dívida brasileira) é o que explica essa aliança do Centrão a ele e não Ciro, por exemplo. Somente o não pagamento da dívida pública é capaz de se enfrentar até o fim com esses interesses e acabar com a política de cortes de direitos dos trabalhadores e do povo pobre, fazendo os capitalistas pagarem pela crise.

Seu tempo de TV e fundo partidário comprovam o peso que isso tem para tentar reverter o quadro difícil para o favorito da burguesia para aplicar ataques tão anti-operários como a Reforma da Previdência, privatizar o que restou, cortar mais da saúde e educação, tudo em benefício do pagamento fraudulento da dívida pública.

O Judiciário sempre foi seu aliado, não só preservando a sua imagem a cada investigação, denuncia, ele sempre sendo blindado. Mas especialmente quando trabalha para o imperialismo na escolha do próximo presidente via tutela eleitoral, com distintas instâncias do Judiciário trabalhando para prender Lula (com métodos arbitrários), decidir sobre quem o povo tem direito de votar. Não é preciso depositar confiança ou voto em Lula ou no PT para ver esse cenário em que o Estado está arbitrando sobre o pouco de democracia que existe no capitalismo, o sufrágio universal, trabalhando a favor de que Alckmin venha a ser a continuidade do golpe e de seus ataques, iniciados já nos governos do PT, em especial no segundo mandato da Dilma.

6) Acabar com o Ministério do Trabalho é a ameaça que Alckmin aos precários direitos trabalhistas

Além de idolatrar a Reforma Trabalhista do governo Temer, deixando claro que não quer mexer em nenhuma vírgula dessa violação histórica de direitos trabalhistas, para mostrar que acredita na livre exploração do trabalho, Alckmin disse que acabaria com o Ministério do Trabalho. Propõe essa medida reacionária junto à perseguição dos sindicatos, que prometeu em debate eleitoral na Band, para conseguir os votos de setores de extrema direita que hoje se inclinam para Bolsonaro. A ideia de eliminar esse Ministério é tão reacionária a ideia que até mesmo setores da burguesia questionam ser razoável. Mas esses patrões todos aceitam uma lei que submete mulheres grávidas e lactantes a locais de trabalho insalubres, legaliza relações escravistas no campo, generaliza a informalidade e o subemprego, enquanto as filas de emprego cada vez mais escandalizam o problema. O golpe tinha esse objetivo, intensificar jornada de trabalho e cortar direitos básicos para aumentar a exploração e os lucros capitalistas, objetivo compartilhado por Alckmin, que promete aprofundar com a legitimidade de votos controlados pelos juízes das altas cortes do país.

7) Privatização dos maiores bancos públicos e do que sobrou de estatal no governo Temer

Em sabatina realizada por representantes da indústria de construção, Alckmin já deixou bem claro ao que sua candidatura veio: mais privatizações. Contrariando até declarações anteriores que diziam que os bancos públicos estariam poupados, admitiu que estuda a privatização da Caixa Econômica Federal. Garantido ainda mais concentração do mercado financeiro na mão dos bancos privados e dos oligopólios familiares que os controlam, e que são os donos da dívida pública.

8) Privatização do Metrô e outras empresas públicas; divide cada mais mais efetivos e terceirizados

Diferente do discurso de Alckmin, a privatização não é a prática moderna de gerir os serviços públicos, mas sim o recurso utilizado para fazer com que as empreiteiras e multinacionais obtenham lucros exorbitantes com um direito da população, em troca do financiamento das campanhas eleitorais dos partidos e políticos envolvidos nos esquemas. Quem paga é a população, o usuário, e os metroviários com demissões, terceirização para dividir e precarizar a categoria, arrochar salário. Em SP, entregou a Sabesp, empresa de saneamento, aos interesses do mercado.

9) Resultado: falta d’água. Crise hídrica é responsabilidade das privatizações do seu governo

O jornal Folha de S. Paulo publicou algumas projeções que apontam que o sistema Cantareira irá entrar no volume morto em outubro de 2019 caso receba o mesmo volume de água que recebeu nos anos de estiagem que culminaram na crise hídrica de 2014 e 2015. Se houver poucas chuvas no verão, 2019 poderá ter uma crise de abastecimento ainda pior que nesses anos. Mas a questão não é climática, diz respeito à venda do controle sobre a água do estado para a iniciativa privada e seus interesses de mercado para com um bem natural vital.

Medidas como a privatização da SABESP, que passou a subordinar suas políticas públicas ao valor de suas ações na bolsa de valores de Nova Iorque só servem para piorar a qualidade do serviço que é prestado a população. É nessa política que Alckmin aposta.

10) Uma história de repressão de jovens e trabalhadores

Contra manifestantes e contra a juventude negra e os trabalhadores, vale lembrar do papel de Alckmin na reintegração de posse do Pinheirinho, a repressão aos secundaristas na época da ocupação das escolas e a política de encarceramento e extermínio da juventude negra e pobre. Vale lembrar que foi a PM de Alckmin que reprimiu os protestos contra o aumento da passagem em junho de 2013 em São Paulo ao lado de Fernando Hadadd do PT, então prefeito da cidade de São Paulo; os protestos da copa de 2014 junto com Dilma do PT, presidente na época, os protestos contra o aumento da passagem em 2015 em diante, a repressão aos movimentos populares, à juventude, aos moradores da periferia, além das chacinas e mortes causadas pela PM ao longo desses anos. Veja aqui a revoltante chacina de Osasco e Barueri protagonizada http://bit.ly/2oCMHbf)

11) Disputa voto do Bolsonaro prometendo armar latifundiários com Ana Amélia

Em reunião com lideranças do agronegócio, comércio e indústria, Alckmin faz uma série de promessas eleitorais. Dentre elas, o ex-governador promete a liberação do porte de armas em áreas rurais, disputando a base reacionária do Bolsonaro. Ana Amélia (PP-RS), latifundiária que apoiou a ditadura enquanto era chefe da RBS no Rio Grande do Sul na década de 1970, e idealizadora da lei anti-terrorismo para reprimir protestos, com aval de Dilma, é a sua ponte direta com o crescente agronegócio.

12) Agrotóxico é remédio, segundo Alckmin

Em evento promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, que o projeto de lei que está sendo chamado como “lei do veneno” é a “lei do remédio”, para defender a liberação indiscriminada de agrotóxicos para seus parceiros sojeiros.

13) Com a benção da Igreja e Opus Dei, deixará as mulheres trabalhando em locais insalubres e abortando em clínicas clandestinas

Alckmin por diversas vezes se encontra com lideranças religiosas em busca de apoio político nessas eleições. O tucano é membro da organização católica de ultra-direita, Opus Dei, se sentindo confortável para negociar todo tipo de pauta conservadora. Apesar da letra da Constituição, nas eleições evidencia-se o nítido vínculo entre Igreja e Estado, vide a extensão da bancada fundamentalista. Alckmin representa o setor que é contra o direito das mulheres abortarem em condições seguras, higiênicas, acompanhadas de políticas de educação sexual nas escolas e de distribuição de contraceptivos. O aborto precisa ser legalizado!

Um programa anticapitalista e da classe trabalhadora para essas eleições

Minha candidatura a deputada estadual de São Paulo está a serviço de ampliar a denuncia das mulheres, trabalhadores e jovens contra esse regime e de lutar contra as reformas que já passaram e que estão por vir. Sou contra o pagamento da dívida pública porque nosso trabalho não tem que servir pra enriquecer banqueiros, e luto também em defesa das demandas das mulheres trabalhadoras, as mais atacadas com o golpe e a super exploração capitalista, como o direito ao aborto, a maternidade, a saúde e a educação pra suas famílias. Participe dessa campanha no seu bairro, trabalho ou faculdade, junto com o Pão e Rosas, a juventude Faísca, o grupo de trabalhadores Nossa Classe e o grupo de negros Quilombo Vermelho.

 
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