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CORRUPÇÃO NO EXÉRCITO
Mourão, vice de Bolsonaro, é acusado de corrupção por "destravar" contrato com empresa espanhola
Mariana Duarte
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Escolhido como o seu vice-presidente por Bolsonaro, o general Mourão (PRTB) foi acusado por um colega do exército de favorecer uma empresa espanhola (Tecnobit) em um processo de licitação de desenvolvimento de simuladores de arma de fogo, ocorrido entre 2012 e 2016. As suspeitas de fraude envolveriam a participação de um lobista e o pagamento de jantares, viagens, e dinheiro em troca do beneficiamento.

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Uma reportagem do El País, apontou inúmeras suspeitas em um contrato assinado entre o Exército e uma empresa espanhola, Tecnobit, para o desenvolvimento de um software de simulação de armas de fogo. Segundo o coronel da reserva Rubens Pierrotti, que era supervisor operacional no processo de desenvolvimento do Simulador de Apoio de Fogo (SAFO) do Exército Brasileiro, desde a origem do edital já estava claro o direcionamento da licitação para a vencedora e que após uma série de controvérsias em relação a execução do contrato o General Mourão tomou a frente da relação com a empresa, papel no qual passou a receber um monte de vantagens indevidas como o pagamento de viagens, jantares e outras regalias.

À época do início da licitação, em 2010, estava clara a intenção do governo brasileiro de estreitar os laços militares com o governo da Espanha, e o contrato assinado com a empresa Tecnobit posteriormente serviu de mero pretexto. Na mediação da relação da empresa com o Exército também atuou um conhecido lobista espanhol, definido pelo próprio general como um "mercador da morte", e que dois anos antes da assinatura do contrato foi condecorado pelas próprias Forças Armadas brasileiras com o grau de cavaleiro.

Após a assinatura do contrato, ficou evidente a falta de capacidade técnica da empresa para realizar o desenvolvimento do software. Pierrotti e outros membros do corpo técnico do Exército chegaram a reprovar por oito vezes etapas do desenvolvimento do software. Foi quando o general Antonio Hamilton Martins Mourão, na época vice-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, passou a intervir junto ao projeto, com a intenção de "resolver a situação". Essa resolução passou por jantares, pagamento de passagens- inclusive de sua esposa-, e mordomias pagas pela empresa que reforçam a acusação de possíveis processos ilegais entre a Tecnobit e o general do exército.

O nebuloso envolvimento do general no caso demonstra como a apesar do discurso anti-corrupção das forças armadas, a própria instituição está envolvida até o pescoço em casos comprometedores. A idoneidade da instituição é uma falácia construída como o abafamento por meio da repressão de diversos casos de corrupção ocorridos durante a Ditadura, da qual Bolsonaro e Mourão são defensores ferrenhos. Outra contradição do discurso da chapa Bolsonaro-Mourão expressa pelo caso é a defesa retórica dos interesses nacionais enquanto se submete aos interesses imperialistas estrangeiros, no caso espanhóis.

 
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