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DIREITO À MATERNIDADE
Gravidez na adolescência é uma das principais causas da evasão escolar
Flávia Telles

Segundo pesquisa, gravidez na adolescência é uma das principais causas da evasão escolar entre as meninas.

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A pesquisa revela que 35% das jovens brasileiras que abandonaram a escola fizeram isso por ter se tornado mães na adolescência. E essa é a terceira principal causa da evasão escolar. No país são mais de 414.105 mil meninas de 15 a 17 anos que tem pelo menos 1 filho, e mais de 309 mil jovens mães que estão fora da escola.

São dados que revelam questões fundamentais no que diz respeito à educação sexual desde a escola e acesso a contraceptivos nas escolas e serviços de saúde, mostrando que a educação não tem como parte da formação dos estudantes a necessidade de tratar também sobre educação sexual, no sentido de prevenir gravidez indesejada e Dst’s. Para além de todas as dúvidas que envolvem as relações sexuais na juventude.

Além disso, esse dado revela a hipocrisia dos setores que são contra a legalização do aborto, seguro e gratuito - direito que está sendo pautado agora na argentina e reverberando por toda a América latina - dizendo que defendem a vida, mas negam às mulheres o direito à maternidade. Muitas dessas meninas não podem mais ir às escolas porque tem que cuidar dos seus filhos, já que não têm nem mesmo direito à creche e muitas vezes são as únicas responsáveis pelo cuidado integral das crianças.

A falta desse direito, que poderia garantir cuidado com as crianças para que os pais pudessem estudar, trabalhar ou realizar qualquer outra atividade e que poderia ser garantido pelo Estado na verdade é o que ceifa à educação de milhares de mulheres, segundo a pesquisa, pelo menos 25% das meninas abandonam a escola para cuidar de crianças, sejam seus filhos ou irmão menores. Isso sem falar que a reforma trabalhista vai aprofundar a falta desse direito porque prevê até mesmo que mulheres grávidas possam trabalhar em locais insalubres.

Não há também nenhuma atenção específica da escola e do Estado com as futuras jovens mães, para impedir a evasão escolar. Muitas já deixam a escola desde o início da gravidez, por vergonha, ou mesmo por dificuldades de saúde e estruturais que se aprofundam na gravidez.

Essa é mais uma face do machismo que existe na nossa sociedade que fazem com que milhares de mulheres sejam impedidas ano a ano de ter acesso à educação, e o Estado é plenamente responsável por essa situação. Por isso, desde o esquerda diário, nós mulheres do grupo Pão e Rosas lutamos para que as mulheres tenham completos direitos, à maternidade e tudo que envolva o cuidado com os filhos, como também o direito ao aborto, legal, seguro e gratuito, para que não mais tenhamos mulheres mortas por esse procedimento.

 
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