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UFRGS
Chamado às estudantes da UFRGS: tomar as ruas no dia 08 pela legalização do aborto
Valéria Muller
Ana Paula Carvalho

Na próxima quarta-feira (08), o Senado argentino votará a legalização do aborto. A força da luta das mulheres já impôs a aprovação na Câmara de Deputados. Pelo mundo todo as mulheres se organizam para ser parte desta grande batalha e as estudantes da UFRGS também precisam estar nas ruas neste dia, junto às argentinas e pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito no Brasil.

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As aulas na UFRGS retornam na próxima terça-feira (07). Este semestre começa com grandes ataques por parte do governo e da reitoria. O escandaloso ataque à pesquisa levado à frente pelo governo Temer com o corte de centenas de milhares de bolsas de pós-graduação se soma à PEC 55 do teto de gastos já aprovada. A reitoria também segue atacando o direito de matrícula dos cotistas na UFRGS, com diversos colegas indeferidos. Para responder à todas as medidas que ameaçam nosso futuro e nossos direitos, nós que construímos o Grupo de Mulheres Pão e Rosas chamamos as estudantes da UFRGS a buscar força e inspiração na luta das mulheres argentinas.

As mulheres do país vizinho conseguiram impôr à uma Câmara de Deputados tão reacionária quanto a brasileira a aprovação da legalização do aborto. No dia 08 de agosto o projeto vai ao Senado e as mulheres argentinas estão se organizando em seus locais de trabalho e estudo para, mais uma vez, fazer o país tremer para arrancar esse direito. O Pan e Rosas, que na Argentina tem peso de massas, junto ao PTS, organização irmã do MRT naquele país, estão na linha de frente dessa luta nas ruas, nos locais de trabalho e estudo, e colocando seus mandatos no parlamento a serviço de fortalecer essa mobilização, como um exemplo de feminismo socialista e parlamentarismo revolucionário.

No mundo todo ocorrerão manifestações nesta data em apoio à luta das argentinas. No Brasil as estimativas apontam mais de meio milhão de abortos realizados clandestinamente todos os anos. Cerca de 4 mulheres morrem por dia devido às complicações do procedimento realizado de maneira precária e ilegal. Destas, 3 são mulheres negras. Com essa situação alarmante a direita, os conservadores e a bancada evangélica condenam a legalização do aborto e cinicamente se dizem "a favor da vida". A Igreja Católica acoberta casos de pedofilia enquanto defende a morte de mulheres por aborto clandestino. Por isso temos que fazer a maré verde atravessar a fronteira, começando por sair às ruas no próximo dia 08, em apoio às companheiras argentinas e pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito no Brasil.

Nós do Pão e Rosas convocamos cada estudante da UFRGS a comparecer e chamar suas colegas para ir na manifestação, às 17h30 na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre. Vamos parar nossas aulas para falar com estudantes e professores sobre a legalização do aborto e convocar o ato. Temos que denunciar para toda a UFRGS que o mesmo governo que é inimigo das mulheres e segue negando nosso direito ao próprio corpo sucateia a educação pública e faz com que todos os estudantes, professores e a classe trabalhadora do país paguem pela crise.

Queremos nos inspirar nas argentinas para arrancar o direito aborto aqui no Brasil, e entendemos que é fazendo como elas, tomando as ruas e nos organizando em cada local de trabalho e estudo, que poderemos enfrentar os ataques do governo e da reitoria. Alckmin, Ciro Gomes, o asqueroso Bolsonaro ou qualquer presidente que for eleito nas fraudulentas eleições de 2018 será também inimigo das mulheres, dos estudantes e da classe trabalhadora, pois governará para que sejamos nós a pagar pela crise. Não podemos nos iludir também com o PT, que durante seus 13 anos de governo não legalizou o aborto e impôs enormes cortes à educação, governando para as banqueiros e empresários. Mas se nos organizamos em cada curso da universidade, desde já, para lutar pela legalização do aborto, começando por ir no ato do dia 08, estaremos melhor preparadas para enfrentar os ataques do governo e da reitoria. A força das estudantes da UFRGS, que se mostrou nas ocupações de 2016, e também em outras lutas, precisa estar novamente nas ruas de Porto Alegre nesta quarta-feira (08). Também no dia 09 às 12h em frente à reitoria é fundamental a presença de todas e todos estudantes para exigir o direito de matrícula regular dos nossos colegas cotistas indeferidos e que tiveram sua matrícula cancelada.

É lamentável que nossas entidades estudantis não estejam impulsionando, desde já esta força. O DCE da UFRGS aposta mais nas negociações com a reitoria e na justiça do que na força das e dos estudantes. Por isso inicia este semestre sem convocar uma plenária geral de mulheres da UFRGS para pautar a luta pela legalização do aborto, sem convocar sequer uma concentração para o ato do dia 08. Em reunião da Frente Pela Legalização do Aborto no RS chegaram a se comprometer com passagens em sala no primeiro dia de aula. A mesma política o DCE tem em relação aos colegas indeferidos e inclusive aqueles que foram expulsos da universidade por serem cotistas: reniões com a reitoria e demorados processos na justiça. Os governos do PT, cujas organizações que dirigem o DCE apoiaram (PT e PCdoB), abriram espaço para o golpe institucional se aliando com a direita. Hoje os golpistas aprofundam e aceleram os ataques que o PT já vinha fazendo. Não podemos ter esperança que virá do DCE ações para barrar os ataques de Temer contra a pesquisa no país. Exigimos uma assembleia geral dos estudantes amplamente convocada em cada campus para que sejamos nós a decidir sobre nossa luta.

Nos cursos muitos diretórios acadêmicos também não se colocam como uma ferramenta dos estudantes para arrancar nossos direitos e barrar ataques. Exemplo disso é o DAIB, da Biologia, autogestionado, que diretamente boicota o chamado internacional ao ato do dia 08 convocando no mesmo dia e horário uma festa de boas vindas aos calouros. Ao invés de convocar, desde já, uma grande concentração das estudantes da biologia para o ato, onde pautaríamos também o desmonte da educação pública imposto por Temer e os indeferimentos da reitoria, convoca uma festa para desmobilizar o curso e atrasar as lutas. A confraternização dos estudantes é sim fundamental, mas não pode ser um entrave para a mobilização. Ainda mais que esses estudantes que agora estão sendo recepcionados, arcarão com as consequências dos ataques contra toda a comunidade estudantil e trabalhadora. A festa pode ocorrer em outros dias, inclusive com temáticas de luta, porém a votação na Argentina, que pode ser um grande ponto de apoio para as mulheres no Brasil, ocorrerá nesta quarta-feira. É lamentável um DA fazer questão de deixar evidente que vira as costas para a luta das mulheres e também de cada setores mais explorados, oprimidos e atacado da UFRGS. Apesar da festa, queremos reforçar o chamado às estudantes da Biologia a marchar conosco neste dia 08.

No IFCH os DAs da História e de Ciências Sociais, dirigidos pelo Alicerce, Resistência/PSOL, Juntos/PSOL, PCB e JCA, corretamente convocam assembleia dos estudantes para o próximo dia 09. Entretanto o chamado fala do absurdo corte de bolsas comunicado pela CAPES sem tratar de outros temas como a luta pela legalização do aborto e os indeferimentos. É tarefa das entidades acadêmicas pautar todas as batalhas junto aos estudantes, e isolar uma ou outra pauta acaba por enfraquecer a luta.

Em cada curso da universidade temos que exigir dos DAs e CAs que convoquem assembleias para que possamos preparar a luta neste segundo semestre e responder à altura os ataques colocados. Desde já temos que nos organizar em nossos cursos para fortalecer o ato do dia 08 pela legalização do aborto, marcando concentrações e fazendo materiais, assim como também para nos somar à mobilização em defesa do direito de matrícula dos cotistas no dia 09. Nós do Grupo de Mulheres Pão e Rosas e nossos companheiros da Juventude Faísca somos quem leva à frente essas ideias na universidade e convidamos todas e todos a se somar

 
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