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ATENTADO NA VENEZUELA
Governo denuncia atentado contra Maduro em plena transmissão presidencial
Ángel Arias

Depois de uma situação confusa, com ruído de explosões e interrupção do discurso presidencial, o governo deu a versão de atentados com drones contra Nicolás Maduro, que está “em perfeito estado de saúde”.

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O governo nacional, por meio de declarações de Jorge Rordríguez, Ministro da Comunicação, deu a versão oficial do ocorrido na tarde de ontem, no desfile e ato pelo 81º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), assinalando que se tratou de um atentado contra a vida do Presidente da República.

Em plena cadeia presidencial, enquanto discursava Maduro, foi possível ver a situação confusa na qual se escutou uma ou várias explosões. O discurso foi interrompido, e um dos ministros que estava atrás do Ministro da Defesa, Vladímir Padrino López, cai de maneira estranha. Poucos segundos depois, os militares que estavam em formação diante da tribuna presidencial saem em debandada.

Imediatamente, circularam diversas versões, desde uma explosão caseira fortuita até a do atentado, que é a versão oficial, que parecer se confirmar pelas declarações de alguns periodistas ligados à direita no exílio, que falam sobre grupos de militares descontentes reivindicando o feito.

Jorge Rodríguez afirmou: “Estando essa tarde no ato pelo 81º aniversário da nossa gloriosa Guarda Nacional (…) exatamente às 5h41 da tarde, escutaram-se explosões (…) que correspondiam a artefatos voadores, como drones, vários, com uma carga de explosivos, que detonaram no entorno da tribuna presidencial e em parte do desfile”. A segurança presidencial teria derrubado os drones e bloqueado o atentado.

Essas explosões “causaram ferimentos em sete efetivos da Guarda Nacional”. Trata-se, segundo o porta-voz presidencial, de “atentados contra a paz da república”, que “denotam o desespero dos agentes da extrema direita que estão sendo derrotados em todos os terrenos”. Finalizou assinalando que o Presidente se dirigiria ao país nas próximas horas e aqueles que atentaram contra sua vida fracassaram: “Nosso presidente está em perfeito estado de saúde. Fracassaram e seguirão fracassando”.

Dada a profundidade da crise no país, em geral, não só cômica e social, mas também política, incluindo os níveis de decomposição do regime – com uma bonapartização cada vez maior – e o descontentamento nas próprias Forças Armadas, não se pode descartar a hipótese de alguma conspiração vinda de suas fileiras. Não seria demais lembrar que o voo de tais artefatos (drones) é proibido sem autorização governamental, especificamente organismos controlados por militares.

Efetivamente, até o fechamento desta nota [em 5/8], Nicolás Maduro dirigiu-se ao paií reafirmando a denúncia de atentado, assinalando “atentaram contra minha vida” e dirigindo a acusação contra “a extrema direita venezuelana, a oligarquia bogotenha (assinalando diretamente ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos)” e “a direita maiameira” [referência às classes médias adeptas a viagens consumistas à Miami].

Por sua vez, de Miami, a jornalista Patricia Poleo, conhecida ativista da oposição de direita, leu um comunicado de um suposto grupo de militares descontentes atribuindo o ocorrido à “Operación Fénix”, chamando a sair às ruas “sem retorno, até tomar o poder e instalar uma junta de governo de transição”. Isso significaria um avanço nos métodos de violência por aqueles que buscam sair do governo de Maduro à força.

De qualquer modo, nós, que nos reivindicamos socialistas revolucionários, que desde sempre nos opusemos a partir da esquerda tanto ao governo (não só com Maduro, mas desde Chávez) quanto à oposição da direita e a ingerência imperialista, repudiamos esses atos, venham de onde venham. Sem que isso signifique de modo algum apoio ao Governos de Maduro, repudiamos esses métodos nos quais camarilhas de conspiradores militares pretendem tomar em suas mãos a resolução do conflito social e político.

Sendo assim, rechaçamos prontamente que esses atos possam a ser utilizados adiante pelo Governo Nacional para reforçar mecanismos repressivos contra as liberdade democráticas, que podem recair com particular força sobre a importância dinâmica de lutas do movimento operário por salários. De modo algum devemos tolerar que esses atos sejam tomados como argumento, como desculpa, para querer silenciar as reivindicações dos trabalhadores e do povo pobre, que se erguem contra essa verdadeira tragédia social de que estamos padecendo pela crise econômica aguda que descarregam sobre nós o Governos e os empresários.

tradução: Paula Almeida

 
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