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RIO DE JANEIRO
Mulher morre após atendimento negado em hospital no Rio de Janeiro
Débora Torres

Esta é apenas mais uma das facetas mais cruéis da sociedade capitalista em que o lucro vale mais que nossas vidas.

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Com a mãe sem andar e sem falar, Rangel Marques deu entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas (RJ) para que ela fosse devidamente atendida. “Eu a levei para o Getúlio Vargas às duas da tarde e eles não atenderam. Disseram que só recebiam pacientes graves. Mandaram procurar a UPA. Minha mãe estava sem falar, sem andar, sem poder respirar e falaram que não era grave. Mediram só a pressão dela e mandaram procurar uma UPA”, disse Rangel Marques à Fórum.

Após horas em espera, o problema respiratório se agravou e, à noite, comunicaram Rangel de que a mãe havia sofrido duas paradas cardíacas e deveria ser transferida para um hospital mais próximo, o Getúlio Vargas.

Eis que os médicos iniciaram uma massagem cardíaca dentro da ambulância e internaram Irene no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Mais tarde, Rangel foi informado do falecimento de Irene. E afirma que no atestado de óbito consta como causa da morte "diabete" e "umas palavras que a gente não entende".

Foram criadas uma sindicância e uma comissão de intervenção pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, que tem como função investigar e apurar responsabilidades pela morte de Irene de Jesus Bento, de 54 anos.

A Secretaria Estadual de Saúde enviou um e-mail à redação da Fórum com a divulgação de uma nota:

“A Secretaria de Estado de Saúde criou uma comissão de intervenção no Hospital Estadual Getúlio Vargas que tem o objetivo de reavaliar todos os protocolos assistenciais e de classificação de risco da unidade para evitar que episódios lamentáveis como o da paciente Irene de Jesus Bento se repitam. A SES também instaurou uma sindicância para apurar a responsabilidade de todos envolvidos no caso.

Toda esta situação aponta que a responsabilidade está muito além do hospital. Para além de ter havido um ou outro erro específico no hospital, o descaso com a saúde no país é responsável pela morte de milhares de pessoas, e essas mortes são responsabilidade do Estado pois são em decorrência direta de cortes em investimento em saúde pública e, no caso dos setores privados da saúde, a vida das pessoas é tratada como fonte de lucro e, os pacientes, como "clientes".
Esta é apenas mais uma das facetas mais cruéis de uma sociedade - capitalista - em que o lucro vale mais que nossas vidas.

 
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