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FALTA D’AGUA
Nova crise hidrica: falta de chuva ou resultado do legado de Alckmin para SP?
Pedro Rebucci de Melo

O jornal Folha de S. Paulo publicou nessa terça feira, 31, algumas projeções que apontam que o sistema Cantareira irá entrar no volume morto em outubro de 2019 caso receba o mesmo volume de água que recebeu nos anos de estiagem que culminaram na crise hídrica de 2014 e 2015.

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A estiagem que afeta São Paulo nos últimos meses já colocou o Cantareira em estado de alerta desde domingo, 29, quando chegou a 39,9% da sua capacidade e desde então continua em queda, chegando a 39,6% da sua capacidade nessa quarta, mesmo com as chuvas que caem em São Paulo nos últimos dois dias.

A reportagem do jornalão, se esforça para mostrar como a situação estaria sob controle, na tentativa de não atrapalhar o ex-governador de SP e atual candidato à presidência, Geraldo Alckmin, claramente seu candidato preferido para as eleições de outubro. Infelizmente, os próprios dados que eles publicam desmentem essa versão chapa-branca dos fatos que foi apresentada.

Na última crise hídrica foram necessários apenas dez meses para que as reservas do sistema Cantareira baixassem em 29% da capacidade total dos reservatórios, queda que faria o Cantareira hoje voltar para o volume morto. Ao contrário do que afirma a reportagem, um ano de reserva não é grande coisa, ainda mais se levarmos em conta que estiagens como a de 2014 e 2015 estão longe de serem algo incomum, como Alckmin e a imprensa insiste em afirmar.

Esse discurso vem justamente para tentar negar a responsabilidade de Alckmin e do governo de SP na crise hídrica anterior e nessa que se aproxima. A ausência de verdadeiros investimentos do governo do estado para combater a situação de escassez de água em São Paulo, como a despoluição dos rios e córregos que cortam as cidades do estado e que, com saneamento básico para toda população, deixariam de ser esgotos a céu aberto. O governo poderia ter investido também na substituição da obsoleta rede de tubulações do estado, que desperdiça 40% da água potável com vazamentos.

Ao invés disso o governo preferiu gastar 2,2 bilhões em obras de interligação de reservatórios, que apenas permite que a Sabesp repasse água de um sistema para o outro em caso de necessidade, e aplicar um racionamento disfarçado ao diminuir a pressão da tubulação durante as noites e madrugadas, deixando as regiões mais distantes ou mais altas da capital sem fornecimento de água a noite e penalizando as famílias mais pobres, que muitas vezes não possuem caixa de água na residência.

Medidas como a privatização da SABESP, que passou a subordinar suas políticas públicas ao valor de suas ações na bolsa de valores de Nova Iorque só servem para piorar a qualidade do serviço que é prestado a população. Só será possível ter um serviço público de qualidade com a completa estatização de todos os serviços que beneficiam ao conjunto da população, e que estejam sob o controle dos trabalhadores e da população, pois são estes que podem garantir não haver negligência ou desvios de verbas, e assim garantir que os nossos direitos não sejam vendidos aos empresários como mercadoria.

 
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