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GREVE DE TERCEIRIZADOS
Trabalhadores terceirizados da RECAP entram em greve
César E. Mandelli

Desde ontem, 26/07, na Recap (Refinaria de Capuava) em Mauá, São Paulo, funcionários da Manserv, empresa terceirizada contratada da Petrobras, paralisaram atividades por tempo indeterminado.

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Imagem: Divulgação/Construmob (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário em Santo André)

Os funcionários fizeram assembléia dia 25/05 e decidiram pela greve, mas as discussões se arrastam desde dia 12/06, mas sem sucesso, pois a contra-proposta da Manserv não atingia nem de perto as propostas e exigências feitas pelos trabalhadores, por exemplo, o valor do vale-alimentação, que é muito abaixo dos valores praticados por outras empresas terceirizadas e que ainda assim não contemplam as necessidades e a liberdade dos trabalhadores se alimentarem. A desculpa que a Manserv deu foi que o contrato com a Recap é novo e os valores acordados em contrato são baixos e que futuramente em novos contratos, a "tendência" é de melhora, se, claro, o trabalho for de boa qualidade, fazendo inclusive pressão nos funcionários.

Os trabalhadores em greve, exigem aumento salarial de apenas 2,5%, que a Manserv se contrapôs, vale-alimentação de R$600,00, além da diminuição no valor descontado de seus salários, do plano de saúde por coparticipação e claro, melhores condições de trabalho.

Segundo Mauro Coelho, diretor social do Construmob (Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias da Construção e do Mobiliário), uma das contra-propostas foi aceita, a questão dos planos de saúde, diminuíram de R$25,00 para R$16,00 o valor por consulta. A proposta foi considerada um avanço em negociações, mas infelizmente não é o ideal para os trabalhadores, que pagam impostos para terem educação e saúde de qualidade, mas além de não terem o retorno devido pagos pelos impostos, ainda tem que pagar para, em teoria, obterem melhores atendimentos em clinicas particulares. Hoje ainda será votado em assembléia a inclusão da Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) como parte das exigências.

A Manserv diz, em nota ao sindicato, que cumpre as regras e cláusulas de trabalho legalmente e que esta aberta para negociações com o sindicato. Ao que se indica não está sendo suficiente, e a participação direta de trabalhadores envolvidos e representantes do sindicato seria o ideal para solução das exigências dos trabalhadores, pois o risco de que o acordo não contemple os trabalhadores é eminente. Também em nota, a Petrobrás informa que a responsabilidade por contratações de funcionários, salários, benefícios e EPI`s, são de responsabilidade única das empresas contratadas de forma terceirizada, tirando totalmente sua responsabilidade por trabalhadores, que prestam bons serviços e mal remunerados. Essa ação faz com que a patronal continue sempre a lucrar ainda mais, com suor de trabalhadores terceirizados, que com a reforma trabalhista de Temer, aprovada por políticos interessados na terceirização, arrocham mais ainda a classe trabalhadora.

A greve dos trabalhadores da Manserv na Recap é mais uma demonstração de como a terceirização divide os trabalhadores, a Manserv é uma prestadora de serviços que atua em varias fabricas da região, inclusive na Firestone. Essas empresas sempre alegam que os contratos que realizam não são favoráveis e a contratante sempre lava as mãos dizendo que honram seus contratos, nesse jogo de empurra quem sai perdendo sempre são os trabalhadores terceirizados. Os sindicatos que ao invés de romper com essa barreira formal que existe para enfraquecer os trabalhadores, legitima a separação ao não unificar as demandas dos trabalhadores efetivos e terceirizados.

Somos uma só classe e a divisão só favorece os patrões que continuam a lucrar cada vez mais. Os sindicatos de setores terceirizados, que representam funcionários de outras empresas que prestam seus serviços na Recap, em conjunto com trabalhadores da própria Petrobrás, poderiam fazer suas exigência em conjunto criando um enorme impacto na patronal e no governo. Eles querem vender de forma descarada, desrespeitosa e barata partes da Estatal para empresas ianques. Podemos mostrar aos outros trabalhadores de diversos setores, a força que temos e como podemos mobilizar quando rompemos com essa separação artificial criada pela patronal entre efetivos e terceirizados.

 
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