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BRICS
BRICS elevam "livre comércio" contra o protecionismo dos Estados Unidos
Redação

Em meio às medidas de guerra comercial que Donald Trump vem impondo contra China e outros países, os BRICS pregam pelo comércio multilateral.

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O bloco de potências emergentes, os BRICS (Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul) que se reunem em Joanesburgo, na África do Sul, se comprometeu, nesta quinta, a reforçar o livre comércio multilateral, marcando uma clara diferença com a orientação protecionista e unilateral que propõe os EUA sob administração de Trump.

"Faremos todos os esforços para fortalecer o sistema de comério multilateral", afirmaram os líderes dos BRICS na "Declaração de Joanesburgo", comunicado final da décima reunião do bloco.

No documento, os presidentes do Brasil, Michel Temer; Rússia, Vladímir Putin; China, XI Jinging; África do Sul Cyril Ramaphosa; e o primeiro ministro da Índia, Narendra Modi, concordaram em sublinhar que o comércio mundial afronta "desafios sem precedentes".

O bloco, que representa 40% da população mundial e 23% do produto interno bruto do planeta, defendeu uma economia global "aberta" regida pelas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e também valorizou o "papel central da ONU" em assuntos mundiais.

Embora no comunicado dos governantes das potências emergentes não mencionaram nenhuma vez os EUA, a deriva unilateral e protecionista de Donald Trump, que nos últimos meses declarou diretamente guerras comerciais contra a União Europeia (UE) e contra a China, tem sido claramente o alvo das queixas dos líderes da cúpula.

Apesar disso, as diferenças se expressaram no interior do grupo nos próprios discursos. O mais duro com Washington foi o presidente da China, que pediu ao bloco "rejeitar categoricamente o protecionismo" e abraçar o "multilateralismo" para que as disputas se resolvam "mediante o diálogo".

Há que ter em mente que no dia 20, o inquilino da Casa Branca assegurou estar "disposto" a impor tarifas às importações que venham da China no valor de 5 bilhões de dólares, o que seria a terceira bateria de ônus ao gigante asiático em 2018.

Muito mais brando foi Putin, que se pronunciou sobre o unilateralismo do presidente norte-americano, com quem se reuniu este mês na cúpula de Helsinki, e onde ambos se mostraram favoráveis a desenvolver boas relações entre Rússia e EUA. Postura que, inclusive, rendeu muitas críticas a Trump de distintos setores políticos, incluindo o próprio partido republicano.

O governante Russo, que se ausentou da primeira jornada de reunião dos BRICS, na quarta e chegou na quinta em Joanesburgo, se limitou a valorizar a "colaboração estratégica" entre os países do bloco para "resolver problemas" no mundo.

De sua parte, o presidente golpista do Brasil, Michel Temer, defendeu "eliminar barreiras ao invés de levanta-las" para conseguir um progresso compartilhado e que as economias sejam abertas. Esta política, impulsionada por quem chegou ao poder mediante a um golpe institucional, tem militarizado cidades como o RJ e vem aprofundando o ajusteque o governo Dilma vinha aplicando, é uma claro lembrete de que "livre comércio" ou "protecionismo", "multilateralismo" ou "unilateralismo", não são opções entre as quais os trabalhadores e os povos oprimidos devem escolher.

Nenhuma dessas falsas alternativas defende os interesses populares, pelo contrário, ambas coincidem em aplicar os ajustes e reformas para garantir e fortalecer os negócios de seus próprios monopólios e os grandes capitalistas.

Na cúpula, o golpista Temer marcou seu ponto ao firmar um acordo com os líderes do bloco para criar um escritório americano para o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), localizado em São Paulo, no Brasil.

O NBD, que tem sede central em Shanghái (China), é uma entidade de fomento criada pelos BRICS em 2014 para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável tanto nos países sócios como em outras economias emergentes.

Outro mandatário latinoamericano, o presidente Mauricio Macri, vai participar nessa sexta na ultima jornada da cúpula em qualidade de presidente do G20 (grupo de economias desenvolvidas e emergentes).

Macri, que vem impondo um duro ajuste econômico e um endividamento monumental para financiar fuga de capitais e outros negócios, também exibe o "livre comércio" como a tanga da sua política de entrega ao capital internacional. Chegou em Johannesburgo na quinta e fez reuniões bilaterais com Xi e Putin, para tratar de levar investimentos das duas potencias para a Argentina.

Em ambos os casos se mostraram muito interessados em fortalecer o comércio mútuo, sobretudo em setores onde as grandes empresas chinesas e russas poderiam tomar importantes benefícios, como a mineração (entre elas de urânio), transporte, agronegócios e negócios financeiros, entre outros.

Macri ira intervir no foro "BRICS Plus", uma iniciativa feita para aumentar a cooperação entre países emergentes, junto aos presidentes da Turquia, Tayyip Recip Erdogan; y da Jamaica, Andrew Holness.

A cúpula da Africa do Sul, que organiza a reunião como presidenta do bloco e se faz como a representante do continente africano, terminará também com uma sessão de trabalho aos que buscaram lideres africanos para estreitar os laços do continente com os BRICS.

 
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