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Mulher trans é impedida de usar banheiro feminino e é retirada algemada do local
Redação

Dany Coluty foi retirada algemada de um banheiro público feminino, na noite de terça-feira, na Praça Antônio Raposo, em Araruama, no interior do estado pela guarda civil da cidade. Um vídeo publicado pela própria Dany em um perfil nas redes sociais mostra o momento em que três guardas — dois homens e uma mulher — expulsam ela do banheiro feminino pelo fato de ela ser uma mulher transsexual.

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A realidade da comunidade trans pode ser resumida num constante enfrentamento. Em todos os âmbitos sociais é preciso se auto-afirmar e lutar por questões mínimas, como, por exemplo, o simples fato de usar o banheiro de acordo com o gênero com o qual se reconhece.

De acordo com Dany, ela foi abordada dentro do banheiro por uma guarda, que pediu para ela se retirar do local. Como ela se recusou a sair, outros guardas foram chamados. Nesse momento, um dos homens agiu de forma agressiva e chegou a agredí-la. Ela conta que foi retirada à força e algemada de dentro do banheiro.

— Eu estava na praça e fui ao banheiro, que sempre usei. Desde criança. Quando eu estava lá, uma guarda municipal veio falar comigo com um tom arrogante. Ela pediu para eu me retirar. Disse que o meu lugar era o banheiro masculino. Como me recusei, chegou um guarda com um tom agressivo, me xingando, tentando me agredir. Disse que ali não era o meu lugar, que se eu não saísse por bem iria sair na marra — contou.

Dany contou ainda que um dos guardas chegou a puxar o seu cabelo para que ela se retirasse do banheiro. Ela conta que revidou a agressão e, por conta disso, foi levada para a 118ª DP (Araruama).

— Me senti tão humilhada e agredida que revidei. A praça estava cheia, com crianças, idosos e pessoas de todo tipo. Alguns tentaram me defender. Se não tivesse ninguém, o guarda ia socar a minha cara. Me levaram para a delegacia como se eu fosse uma criminosa. Colocaram como se eu tivesse desacatado os guardas. Nunca me senti tão constrangida e humilhada. Sou nascida e criada em Araruama, fui rainha de bateria de Araruama durante quatro anos e de repente acontece uma situação constrangedora como essa — relatou.

A discussão em torno da utilização de um banheiro é absurda, uma vez que é um direito fundamental que as pessoas trans possam utilizar o banheiro que esteja coerente com sua identidade de gênero. Infelizmente, pessoas trans sofrem para garantir seus direitos, incluindo os mais básicos como este. A transfobia que sofrem torna até mesmo algo tão simples uma luta diária na vida das pessoas trans.

O reconhecimento das pessoas trans perpassa por diversos debates, incluindo a falta de acesso à saúde e processo de transição de gênero, que deveriam ser garantidos pelo Estado gratuitamente e integralmente, através do SUS. Entretanto, no país onde mais se mata pessoas trans, este setor é invisibilizado e colocado à margem, sem direito ao trabalho digno, tendo muitas vezes que recorrer como única alternativa à trabalhos precários, como a prostituição; sem acesso à educação, saúde e com uma expectativa de vida de 35 anos. É a barbárie de uma sociedade capitalista e transfóbica, que empurra pessoas trans para todo tipo de situação de miséria.

 
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