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REFORMA TRABALHISTA
Ciro Gomes pede apoio patronal concordando com ataque aos direitos trabalhistas
Alexandre Azhar

O presidenciável afirmou “não sou contra a reforma trabalhista” em encontro com empresários da Abimaq. Ele busca se mostrar viável aos capitalistas, garantindo que em seu seu governo, se mantém os ataques aos trabalhadores.

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Em um encontro nessa terça feira (17) com empresários da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT, buscou adaptar seu discurso ainda mais à agenda burguesa de ataques. Para tentar se mostrar mais viável ao mercado, e buscando apoio dos chamados “partidos de centro”, Ciro afirmou a todos que não revogaria a reforma trabalhista aprovada por Temer, mas que meramente há partes dela que “tem problemas”.

“Essa reforma trabalhista, sem embargo de coisas boas, tem problemas. Ela trouxe ao mundo uma insegurança jurídica e insegurança econômica, e isso destrói o capitalismo. O meu compromisso é trazer essa bola de volta para o centro do campo e recolocar a discussão", disse o ex-governador do Ceará. "Da proposta aprovada, 10% são coisas aberrantes. Você acha que sindicalismo critica o negociado sobre o legislado? Não, falam da situação da grávida em ambiente insalubre", disse.

Essas declarações fazem parte de uma tendência maior de Ciro, que longe de defender os interesses da classe trabalhadora, visa realmente se instituir como gestor da ordem do Estado capitalista; que em tempos de crise internacional, significa mais ataques e entrega ao imperialismo. Ele critica a “insegurança jurídica” da lei, como todo candidato buscando apoio eleitoral, questiona aspectos pontuais, mas tendo em vista se impulsionar como viável para a gestão do capitalismo, quer que os grandes empresários tenham certeza que ele não mexerá com seus lucros e com a exploração dos trabalhadores.

No mesmo evento, Ciro segue para indicar também que não revogaria a PEC do Teto de Gastos, imposta pelo governo Temer em 2016, que congela por 20 anos o orçamento do governo. Disse somente que buscaria, na verdade, reformular a medida para que excluísse algumas áreas, mas deixando claro que é favorável ao ajuste fiscal. "Minha maior urgência é fazer um ajuste fiscal severo. É melhor um sacrifício amargo agora porque aí viramos expectativas e o País pode pensar em crescer 5 pontos no ano seguinte", defendeu. Essa adaptação de Ciro ao teto baixo da miséria do possível da crise capitalista mostra que, antes de defender a classe trabalhadora, Ciro, como presidente do Brasil, fará o mesmo que todo candidato: levar a frente a investida burguesa de descargar a crise capitalista nos trabalhadores, com ataques severos, arrochos econômicos, retirada de direitos; tudo para tirar mais dinheiro do povo para entrega-lo à sangria da dívida pública.

Em meio ao desmonte do Estado promovido pelo governo Temer, o candidato do PDT atacou a privatização da Embraer, por ter sido feita logo antes de uma eleição, mas, claro, não fala de uma saída de fundo ao ataque imperialista no país, e, sim, se recolhendo a enviar uma carta à direção da Boeing e da Embraer declarando seu posicionamento e pedindo que ambas as companhias não consumem o acordo antes das eleições.

Em meio à crise capitalista e à investida do imperialismo contra o país, a solução não virá e não pode vir dos governantes capitalistas, defendendo os interesses burgueses contra os trabalhadores. Um governo que se apoia na burguesia significará mais ataques, menos direitos, e tudo para salvaguardar os lucros dos capitalistas. A saída só pode ser a saída revolucionária da classe trabalhadora, para rechaçar o imperialismo, acabar com os ataques burgueses e defender os interesses da classe trabalhadora. A independência de classe, da qual Ciro passa longe, é essencial para sustentar um programa verdadeiramente revolucionário. A solução do problema fiscal do país não é negociar os ataques com os trabalhadores, mas taxar progressivamente as grandes fortunas, não pagar a dívida pública, que rouba do país mais de um trilhão por ano, e fazer com que os capitalistas que paguem pela crise! Esse ano, a crise não se resolverá com a eleição; muito menos com candidatos que servem aos interesses dos capitalistas. É necessária uma luta revolucionária para impedir que a crise seja descarregada sobre os trabalhadores, uma luta que não se dá somente nos marcos do regime burguês, mas sim nas ruas, com milhões junto aos trabalhadores! Contra o imperialismo, contra os ataques, e pelo não pagamento da dívida pública!

 
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